Paty.
Os dias, desde a partida do Paul, haviam se tornado um verdadeiro martírio para mim. Eu estava tentando, juro pelo que há de mais sagrado que estava tentando, entretanto, eu falhava miseravelmente, não pensar nele. Não sabia mais o que fazer para tê-lo de volta. Além de sofrer com isso, eu tinha que lidar com a vadia da Claire soltando gracinhas e me alfinetando o tempo todo. Eu tinha uma imensa vontade de dar-lhe umas bofetadas, só que não queria me prejudicar na universidade. Não quando estava no último ano e prestes a me livrar dela.
Não tive notícias dele. O que Kevin dissera na semana seguinte à da sua partida não fora o suficiente para acalmar o meu coração machucado. Eu já não aguentava mais. Não tinha apetite para nada, mas comia, a fim de evitar Joanne ou qualquer outra pessoa pegando no meu pé com relação à alimentação. Eu já tinha vinte anos. Perto dos vinte um... Não precisava de uma ou diversas babás. Só precisava do meu namorado e com emergência, já que se tratava de um caso de vida ou morte.
Entrei no elevador, sozinha. As portas se abriram no oitavo andar e eu me deparei com Sally. Ela me deu um imenso sorriso e o meu coração se encheu de esperanças. Paul voltou.
— Oi, Paty. — Ela entrou.
— Oi, Sally. Como foi no Brasil? — Tentei soar o mais natural possível. Não queria que ela pensasse que eu estava desesperada, mesmo eu estando.
— Foi incrível. Paul e eu visitamos cada ponto turístico que nos foi permitido com a correria de lá.
Saímos no décimo segundo e eu mordi o lábio.
— Como ele está? — perguntei, curiosa.
— Deve estar bem. O clima de lá é delicioso.
— Como assim deve? — Inclinei um pouco a cabeça.
— Porque ele ficou lá.
Eu parei e segurei em seu antebraço.
— Ele não veio com você? — perguntei, baixinho.
— Não, Paty. E eu sinto muito. Paul está muito magoado. Saiba que ele chorou por você. Nenhuma mulher fez isso com ele, então tenha noção da sua mágoa.
— Eu sei que fui uma idiota e egoísta... — Suspirei e cocei a cabeça. — Quando ele volta?
— Dia 18 de dezembro.
— O quê? — Eu controlei o meu tom de voz. — Mas é o dia do casamento da Jo.
— Eu sei. Ele vem e volta.
— O que ele está fazendo por lá? — perguntei, temerosa. Talvez ele tivesse conhecido uma brasileira que o fizesse me esquecer.
— Trabalhando. As palestras foram um sucesso — disse, orgulhosa. — Ele é muito bom. Então foi convidado para continuar com elas em algumas empresas pela capital do Rio de Janeiro e parece que mês que vem, vai para Brasília, a capital do país. Ele ficou louco quando viu o trabalho de um arquiteto famosíssimo por lá, Oscar Niemeyer.
Passei a mão nos cabelos
— Se você o ama tanto quanto ele acha, faça o que for possível para tê-lo de volta, garota — disse Sally. — Em nenhum lugar do mundo vai encontrar um homem tão bom, cavalheiro e louco por você quanto ele.
Sally me deixou ali, sozinha, enquanto ia em direção à sala de reuniões. Passei a mão no rosto e engoli o choro, cansada disso tudo. E eu não teria outra saída a não ser abrir o jogo com Paul. Diria toda a verdade. O quanto fui idiota, o quanto errei, o amo. Apenas não podia perder a oportunidade de tentar voltar com ele.
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Amiga da Minha Irmã
RomanceDepois de um frustrado casamento de 5 anos, Paul Jones decide voltar aos Estados Unidos, a fim de ter uma vida pacata perto de sua família. Trabalhando na empresa do pai como arquiteto, ele conhece Patricia Mackenzie, amiga de sua irmã, que até entã...