Chamá-la nesse instante de Garota era uma grande ofensa. Patricia era a verdadeira personificação da beleza. Seu vestido azul marinho era longo, rendado e de mangas longas, com um decote em V, a sua cintura, devidamente marcada bem como suas curvas. Seus cabelos estavam presos num coque... Despojado, lateral. Sua maquiagem, com aquele batom escarlate e sem brilho, que eu tanto amava. Ela ficou de frente para mim, com um imenso sorriso nos lábios, completamente satisfeita com o fato de eu estar boquiaberto, sem dúvidas. Paty arrumou a franja, colocando-a para o lado e se aproximou de mim.
— O que achou? — indagou, docemente.
— Você... Você está perfeita — disse, embasbacado.
— Ah, Baby, obrigada. — Ela roçou o nariz no meu. — Estamos atrasados.
— Por mim, ficaríamos aqui mesmo.
— Você está gostoso demais para ficar aqui. — Patricia mordeu meu lábio inferior. — E você vai ter uma reação ainda melhor quando me vir vestida de noiva.
— Ai, meu Deus! — exclamei. — E ainda tem amanhã, no réveillon.
— Sim. Vamos? — Ela me estendeu o braço e eu o peguei, entrelaçando ao meu.
Saímos do quarto, passamos pela cozinha e descemos a escada. Abri a porta do carro para Patricia e ela me deu um beijinho e entrou, colocando a barra do vestido para dentro. Eu me apressei, sentei atrás do volante e logo dei a partida.
Seguimos em direção ao salão onde seria feita a confraternização da empresa. Ninguém, além da Sally e da Bianca, que se tornou amiga da Minha... — da minha noiva. Essa noite eu não a chamarei de Garota. Nem se ela me pedir —, são as que sabem de nós dois.
O manobrista abriu a porta do carona assim que eu estacionei diante do local. Eu me apressei para pegar na mão da Paty e então subimos a escada. Assim que cruzamos a porta, todos os olhares se direcionaram para nós dois, mas eu sabia que era por causa da Minha Patricia. Adentramos, cumprimentando uma pessoa ou outra, enquanto íamos à mesa do meu pai.
Christie usava um vestido preto, de mangas pequenas, sem decote algum. Seus cabelos estavam presos numa trança e seus brincos eram pendurados, de diamante. Seus olhos estavam incríveis, mas sem cor alguma em seus lábios.
— Patricia! — exclamou, colocando-se de pé.
Papai fez o mesmo e sorriu para mim, me abraçando. Agora todos da empresa saberiam que nós dois estávamos noivos. As mulheres se cumprimentaram.
— Joanne não perde a mania de chegar atrasada? — indaguei, abraçando mamãe.
— Fale na minha cara — disse ela.
Revirei os olhos e a abracei.
— Sempre atrasada. — Resmunguei outra vez.
— Claro. Donny não se decide.
— Eu? — Ele se fez de ofendido. — Você quem não me ajudou. Custava nada dizer qual gravata ficava melhor. — Ele me cumprimentou.
— Depois dizem que nós mulheres é quem somos indecisas. — Jo bufou. — Homens... — E revirou os olhos.
Joanne não ficaria para trás essa noite. Seu vestido era roxo, tomara que caia, com o decote reto e com algumas pedrinhas cravadas por ali. As mulheres acomodaram-se à mesa e eu avistei vovô Adam se aproximando com uma vovó Alyssa incrível. Ele usava smoking, como todos os homens ali, inclusive eu. Já vovó, usava um vestido verde escuro, de mangas três quartos, longo. Os cabelos de algodão presos num coque.
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Amiga da Minha Irmã
RomansaDepois de um frustrado casamento de 5 anos, Paul Jones decide voltar aos Estados Unidos, a fim de ter uma vida pacata perto de sua família. Trabalhando na empresa do pai como arquiteto, ele conhece Patricia Mackenzie, amiga de sua irmã, que até entã...