Capítulo 45

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Finalmente a Garota abriu os olhos, mas ainda parecia grogue. Dakota estava ao meu lado, apreensiva, com os lábios presos numa linha rígida, sem saber o que havia acontecido com a amiga. Eu não conseguia entender o motivo de ela ter desmaiado. Eu apenas a pedi em casamento. Patricia sentou na cama e passou as mãos no cabelo, arrumando-os.

— Você está bem? — perguntou Dakota, antes de mim.

— Estou. — Patricia sorriu. — Eu tive um sonho louco. — Ela colocou a mão na cabeça. — Sonhei que Paul me pedia em casamento.

— Mas eu pedi.

Dakota me olhou de imediato e Patricia arregalou os olhos. Dei de ombros.

— Vou entender se você não aceitar... — Desviei o olhar do dela, sem graça.

— O quê? — Seu tom soou estridente. — Achou mesmo que eu diria não a você?

— Então você aceita? — Eu a olhei.

— Eu aceito. — Ela levantou da cama num sobressalto e veio até mim. — Claro que aceito. Eu te amo.

Eu a beijei com todo o meu amor. Patricia tomou distância, olhando-me nos olhos e sorriu. Peguei a caixinha da mesinha de cabeceira, retirei o anel e o coloquei em seu dedo.

— Deu! — Comemorei. — Temi tanto que não desse.

— Onde comprou? — perguntou.

— Esse é um anel de família. Meus bisavós, avós e pais usaram. Acho que veio mais alguém antes do bisavós, apenas não tenho certeza.

Ela me beijou.

— Acho melhor você vestir sua calcinha e ir, antes que Dakota desista. — Dei-lhe uma palmada na bunda.

Patricia se apressou até o banheiro e não demorou a sair.

— Eu te amo. — Ela me deu um beijinho.

— Eu te amo. Tenha cuidado.

— Pode deixar.

Patricia pegou a bolsa e saiu. Entrei no banheiro, tomei uma ducha e sequei-me. Saí do banheiro, peguei uma cueca boxer, camisa de mangas compridas, bermuda e me vesti. Liguei para a minha mãe.

— Oi, filho. — Ela atendeu de imediato.

— Onde você está? — Calcei meus chinelos.

— Em casa, com seu pai.

— Posso almoçar aí?

— Claro, querido. Cadê Patricia?

— Saiu com a amiga...

— Eu estou finalizando aqui e você já pode vir.

— Certo. Chego em instantes. Eu te amo.

— Eu te amo.

Desliguei, peguei a carteira, chaves do carro e do galpão e saí, descendo a escada. Entrei no meu carro, saí da garagem e fui em direção à casa dos meus pais.

Felizmente não demorei, então saí do carro apressadamente e toquei a campainha. Kevin abriu a porta, com o seu tablet em mãos e então me olhou.

— Filho.

Eu o abracei e entrei. Christie apareceu na sala e nos acomodamos no sofá. Eu não sabia se contava aos meus pais agora, ou se esperava estar com Patricia.

— O que houve? — perguntou mamãe, afagando meus cabelos.

Eu sabia que jamais conseguiria esconder algo dela, fosse o que fosse.

Amiga da Minha IrmãOnde histórias criam vida. Descubra agora