Capítulo 57

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Certo. Eu tinha que admitir que Patricia estava mais que adiantada na sua universidade. Quem termina o curso de contabilidade tão cedo assim? Se bem que, ela vai completar seus vinte e um anos em fevereiro. Eu sabia que ela era dedicada, já que, enquanto eu estive no Brasil, ela esteve dando tudo de si ao curso. Agora ela estava na sala, conversando com sua mãe, depois de termos almoçado juntos. Suspirei e apoiei as mãos na pia, tentando não pensar na dor em que ela sentiu quando viu a que causou na mãe ao perguntar se esta poderia sair da sua vida definitivamente. E ainda tinha tudo o que ela havia vivido nas garras daqueles seres desprezíveis que ela achava serem seus tios.

— Baby?

Eu sequei minhas mãos, joguei o papel toalha no lixo e virei para olhá-la.

— Sim, Minha Garota.

— Você está bem? — Ela fez um carinho em meu rosto.

— Estou preocupado com você. — Recostei-me na pia e a puxei contra meu corpo. — Muito preocupado.

Foi sua vez de suspirar.

— Mais um pouco, e eu enlouqueço. Agora só falta meu pai ressurgir dos mortos.

Eu ri baixinho e beijei sua cabeça.

— Eu não tenho ideia de o quanto é complicado para você.

— Eu estou uma bagunça. Sabe a letra de I'm a Mess do Ed Sheeran?

— Não — disse, a fim de que ela cantasse.

Oh, eu estou uma confusão agora

Virado ao avesso

Procurando por uma doce rendição

Mas esse não é o fim

Não consigo resolver

Como?

— Eu adoro ouvir você cantar.

Mas você é a minha estrada, me levando para casa

Veja a chama em meus olhos

Brilham tanto, quero sentir o seu amor.

— Espero que essa música te represente apenas nessas partes...

— Ah, sim.

— Vamos voltar à sala.

Patricia entrelaçou nossos dedos e nós voltamos. Eu sentei na poltrona e ela, em meu colo. Adorava quando ela fazia isso. Passava-me a sensação de que apenas eu podia protegê-la.

— Bem, nós já vamos. — Blake se colocou de pé. — Deixei Lou sozinha com as crianças...

— Por que não as traz mais tarde? — indagou Minha Garota, levantando.

— Já te demos coisas demais por um dia, querida. — Blake afagou seu rosto. — Outro dia você os verá.

Ela concordou e nós fomos até a porta.

— Desculpa pelo soco — disse Sebastian.

— Tudo bem. — Eu o abracei e ele foi falar com a irmã. — Foi um prazer conhecê-la, senhora...

— Blake. — Ela me interrompeu. — Sou viúva agora... — Eu aquiesci, sem jeito e ela me abraçou. — Obrigada por cuidar dela.

— Faço por ela. — Afaguei suas costas.

— Depois nos falamos.

— Eu não vou pedir desculpas — disse Patricia, cruzando os braços. — Você machucou o meu noivo e eu o defendi. E daria mais socos em você se fosse necessário.

Amiga da Minha IrmãOnde histórias criam vida. Descubra agora