Capítulo 25

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— Não imaginei que fosse tão breve — falei, quando desembarcamos no Aeroporto LaGuardia, em Nova Iorque.

— Desculpa — murmurou Patricia, segurando firme em minha mão. — Eu não sabia que eles estariam sem tempo pelos próximos meses. Então preferi vir hoje.

— Ontem meus pais, hoje, seus tios... Semana que vem, casamos.

Paty riu e me deu um beijinho. Eu estava feliz, afinal. Principalmente porque ela tinha trazido apenas uma mochila, o que nos poupou bastante tempo. Até porque, não tinha necessidade de Patricia trazer duas malas, já que amanhã estaremos voltando à Califórnia. Os tios dela são pessoas muito ocupadas.

— Já contou a eles que estamos namorando?

— Não. Eu disse apenas que tinha uma novidade. — Ela abriu um imenso sorriso, fazendo meu coração disparar.

Chamamos um táxi e ela deu o endereço do prédio onde os tios moravam, em Manhattan. Não demoramos a chegar diante do imenso prédio. Eu nem me dei ao trabalho de analisar tudo e depois que falássemos com eles, iríamos ao hotel. Íamos apenas almoçar com os Mackenzie, mas eu estava com uma sensação estranha.

Patricia me olhou e segurou firme a minha mão. Fomos em direção à guarita e ela cumprimentou o porteiro. Este comunicou nossa chegada e autorizou. Entramos no elevador e olhei para a Minha Garota. Ela parecia ansiar.

— Chegamos com uma hora de antecedência — disse, eufórica.

Eu me limitei a um beijo em sua testa e dei um pequeno sorriso.

— Eles vão gostar de você. Nem se preocupe. — Ela me deu aquele sorriso novamente.

As portas se abriram no décimo sexto andar e ela me puxou para fora.

— Talvez devêssemos ter ido ao hotel e depois voltado — disse ela.

— Tarde demais. — Beijei seus lábios ternamente. — Vamos logo com isso. Estou ansioso. — Menti.

— Agora mesmo.

Paty tocou a campainha e uma mulher abriu. Ela tinha os cabelos e olhos castanhos, entretanto, os últimos, eram frios. O rosto fino, lembrando-me a mãe da Mortícia, da Família Adams. Estremeci diante do seu olhar inquisitivo, mas dei-lhe um pequeno sorriso, querendo parecer simpático, mesmo não querendo.

— Tia! — Paty jogou os braços em torno da mulher, que permaneceu com a expressão séria.

— Como vai? — perguntou ela. — Entre. Sua prima e seu tio estão esperando.

Paty entrou e me puxou consigo.

— Estamos bem, não é, Paul? — Ela me olhou, com aqueles olhos castanhos brilhando tanto que eu precisei afastar a sensação estranha para longe com muito custo.

— Sim.

— Fizeram boa viagem? — perguntou a tia, enquanto nos guiava pelo apartamento ultramoderno.

— Sim, sim. Foi bem tranquilo. Viajamos de primeira classe. — Ela sorriu imensamente.

Na sala de estar, encontramos o tio e a prima. Ela era uma cópia fiel da mãe; esguia, de rosto fino, cabelos negros e olhos sem vida. A pele tão clara que chegava a ter luz própria.

— Família, esse é Paul Jones — disse ela e eu sorri e acenei. — Paul, esse é o tio Raphael, tia Amelia e Hannah, minha prima.

— É um prazer finalmente conhecê-los. — Cumprimentei cada um.

Amiga da Minha IrmãOnde histórias criam vida. Descubra agora