Já era noite e eu passara o dia inteiro trabalhando. O dia sem Patricia para implicar comigo, me fazer rir ou me encher de beijinho fora mais longo do que eu gostaria e estava acostumado. E se tornara um sábado monótono, como todos os outros, antes de conhecê-la. Sim, ela mudou a minha vida tanto quando entrou, como quando saiu. E eu nem queria pensar em quanto tempo isso ia durar. E se não tivesse fim? Ia eu voltar ao meu estado de frustração constante?
Cansado, decidi tomar banho e assim que terminei, eu apenas enrolei uma toalha na cintura e fui preparar o meu jantar. Vasculhei os armários, em busca dos ingredientes para fazer macarrão ao molho pesto. Coloquei a massa para cozer e peguei uma garrafa de vinho branco. Servi-me e bebi um pouco. Talvez se eu secasse a garrafa, dormisse essa noite.
E até ia me vestir, quando a campainha ecoou. Donny estava para vir, mas não imaginei que fosse agora. Ainda fui em direção ao quarto, mas ecoou novamente e eu decidi atender.
Deparei-me com Patricia. Meu coração disparou, mas não me atrevi a me agarrar ao fio de esperança que não havia. Talvez Joanne nem tivesse falado com ela sobre o erro que cometera ao me acusar de traição. Ela me olhou dos pés à cabeça e quando nossos olhos se encontraram, ela corou.
— O que houve? — perguntei, da maneira mais normal possível.
— Eu... Er. Hã... — Ela mexia na alça da sua mochila. — Eu vim buscar o meu tubinho.
— Como você sabe que está aqui?
— Porque estava secando ontem... — Ela mordeu o lábio inferior e eu me segurei para não agarrá-la ali mesmo.
— Entra e fica à vontade — disse, abrindo caminho para ela e decidi provocá-la. — Está no quarto e você deve saber onde é, já que fizemos amor tantas vezes lá...
Ainda mais vermelha, Patricia entrou. Fechei a porta e fui até a cozinha, dar uma olhada no macarrão. Bebi um pouco mais de vinho e fui ao quarto, recostando-me contra o batente da porta.
Patricia já havia voltado a usar aqueles pequenos pedaços de jeans, que quase não dava para ver sob sua camisa de botão e estampa quadriculada preta e branca. Seus cabelos estavam soltos. Vasculhava a gaveta, de cócoras, que costumava ser dela.
— Ainda não achou? — perguntei, surpreso. Eu tinha certeza de que havia pego do varal.
Notei que ela sobressaltou-se ao ouvir minha voz.
— Não — murmurou.
— Deve estar na... — Aproximei-me e abri a última gaveta. Ela olhou para mim, boquiaberta. — O que é? — perguntei, cínico. — Achou que algum dia fosse usá-lo?
Levantei, peguei uma cueca da outra gaveta, retirei a toalha, colocando-a nos ombros. Ouvi a garota ao meu lado arquejar, mas ignorei e vesti a peça. Peguei uma bermuda jeans, vesti e passei a toalha nos cabelos, secando e bagunçando-os.
Patricia foi ao banheiro e eu saí do quarto, desci para estender a toalha e voltei à cozinha. Retirei o macarrão, coloquei para escorrer e fui preparar o molho.
— Paul? — murmurou.
— Oi. — Olhei-a e segurei o meu queixo. Patricia estava linda, como sempre.
— Pode fechar? — Ela me deu as costas.
Aproximei-me dela, retirei os cabelos e subi o zíper de seu vestido, tocando sua pele, arrepiando-a. Apesar, eu ainda tinha efeito sobre ela e eu adorei saber disso. Coloquei seus cabelos castanhos para trás e resisti à vontade de cheirá-los. Mesmo assim, pude sentir o cheiro doce e salivei.
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Amiga da Minha Irmã
RomansDepois de um frustrado casamento de 5 anos, Paul Jones decide voltar aos Estados Unidos, a fim de ter uma vida pacata perto de sua família. Trabalhando na empresa do pai como arquiteto, ele conhece Patricia Mackenzie, amiga de sua irmã, que até entã...