Capítulo 22

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Paty.

— Meninos, chegamos — disse, colocando as sacolas no sofá.

Joanne veio logo atrás e fez o mesmo. O silêncio dentro do galpão era assustador. Nós nos entreolhamos, desconfiadas. Peguei meu celular e liguei para Paul. Ouvi o toque vindo da sala onde ele tinha uma mesa de sinuca e fui até lá. Encontrei o aparelho preto bem no meio da mesa e ao me aproximar, encontrei as dez garrafas de vinho que havíamos comprado ontem, vazias. Eles beberam em oito horas, o que eu pretendia tomar com Paul em um mês. Jo me olhou.

— Eu não acredito no que estou vendo — disse ela, entredentes.

Saímos da sala e fomos à cozinha. Lavei as mãos e foi quando ouvimos as risadas deles. Desci as escadas apressadamente e encontrei uma zona na garagem. Paul e Don estavam sem camisa, de bermudas e com espumas até nos cabelos. O que eles queriam fazer?

— Paul! — exclamei, assustando-os.

Paul escorregou e caiu, me fazendo rir. Não ria, Patricia. Você está furiosa com ele.

— Ai. — resmungou, caído em meio as espumas.

Donny ria sem parar, deixando claro o estado em que se encontrava. Bêbado. Desci o restante da escada e fui até o meu namorado.

— Paty! — Ele se jogou em meus braços e veio me beijar, mas eu afastei seu rosto com cheiro de álcool do meu. — Minha Garota. Senti sua falta. — Ele afagava o meu rosto, enchendo-me de espumas.

— Puta merda, Don! — exclamou Jo. — Amiga, quer ajuda com alguma coisa aqui?

— Não. Quem vai limpar é o Paul e sozinho.

— Claro que não. Don também. Ih, Paul se cortou.

O choque tomou conta de mim e eu o afastei. Vi o sangue escorrer da sua sobrancelha.

— Merda! Vamos dar uma lição neles?

— Oi? — Jo ergueu as sobrancelhas.

— Fomos apenas no shopping e eles aprontam essa. Boate!

— Perfeito. — Jo sorriu. — Na de sempre, dentro de duas horas.

— Só vamos voltar se eles forem nos buscar ou quando amanhecer.

— Feito.

— Você se importa de sair por aqui?

— Claro que não, amiga. Abre logo essa bagaça.

Sentei Paul na escada, abri o portão automático e eles saíram. Eu retirei a espuma do carro e sequei. Ia sair com ele, já que Paul estará dormindo. Tirei-o da garagem; a última coisa que eu queria era estragar algum calçado nesse mar de lama e sujeira. Puxei meu namorado até a área de serviço, retirei sua roupa...

— Já vamos fazer amor, gata? — perguntou.

— Você vai ficar de castigo, moço.

O ajudei a vestir o roupão e então subi com ele, trôpego, até a cozinha. Arrastei-o até o banheiro do nosso quarto e o joguei debaixo do chuveiro.

— Porra, Paty! — exclamou, tremendo de frio.

— Agradeça a Deus por ter a mim como namorada — disse, furiosa, enquanto me despia. Cuidei dos cabelos para que não molhassem, já que tinha ido ao cabeleireiro e tinha gastado uma boa quantia neles.

Ia tomar banho com ele, mas seria apenas isso: um banho. Não ia fazer amor ou sexo com ele bêbado. Ele até tentou, mas eu o afastei em todas as vezes. Quando terminamos, eu me vesti com o roupão e o deixei tremer um pouco de frio. Seus lábios estavam começando a ficar roxos, quando decidi lhe secar. Estava puta de raiva com o Paul e ele ia pagar. Vesti-lhe uma cueca preta e o deitei na cama. Ele não demorou a apagar.

Amiga da Minha IrmãOnde histórias criam vida. Descubra agora