Paty
Eu sentia meus olhos marejarem enquanto a maquiadora fazia o seu serviço. Lutava contra a vontade de chorar de emoção. Era o grande dia. O dia do meu casamento com Paul Jones. Em poucas horas eu seria a mais nova integrante da família Jones, por toda a minha vida, mas isso não significava que seria a última, já que planejava ter um filho em um ano ou dois, se eu for esperar pelo fim do meu mestrado. Porém, eu estava tão a fim de fazer graduação em arquitetura que estava prestes a enlouquecer e isso era culpa do meu futuro marido. Eu o presenciara fazendo tantas plantas, ajudara em algumas coisas e a paixão pelo que ele fazia foi aumentando de maneira gradativa.
O meu penteado já estava feito: meus cabelos estavam presos num coque alto, rechonchudo e levemente desgrenhado. A franja estava impecável e uma presilha contornava o ninho de passarinho que havia se tornado meus cabelos. Quando a maquiadora do SPA se afastou, permitindo-me observar bem a minha maquiagem, eu deixei meu queixo cair. Mesmo que fosse simples, parecia que eu era surreal. Sei lá. Não tinha, realmente, nada fora do comum aqui, mas eu não sabia o que dizer.
— Está incrível — murmurei, maravilhada.
— Tem certeza? Eu posso fazer outra.
— Não! — exclamei. — Quer dizer. Eu sei que pode fazer outra, mas essa está muito incrível. — Levantei e me aproximei do espelho acima da penteadeira repleta de produtos de maquiagem. Analisei bem: minhas maçãs estavam naturalmente coradas, mas eu sabia que, no instante em que meus olhos encontrassem os do meu futuro marido, ficariam com a cor mais intensa. O delineador era discreto, o batom, nude. — Muito obrigada.
— Que bom que gostou.
— Eu amei, querida. — Sorri para ela. — De verdade.
— Com licença.
A morena saiu e Joanne entrou no meu quarto. Eu estava louca de ansiedade para vestir a perfeição que era o meu vestido e estava pouco me fodendo para quem achasse exagerado para o evento. Quer dizer, ele era estilo princesa, porém não como o da Diana, Princesa de Gales.
— Deus, que linda! — Ela se apressou até mim. — Já posso ver a cara do meu irmão.
Meu smartphone tocou e eu me apressei em pegá-lo de cima da bancada, encontrando a foto do meu noivo, junto com o seu nome.
— Oi, Baby! — Atendi de imediato, toda derretida.
— Oi, Minha Garota. Como você...
Joanne tomou o aparelho da minha mão.
— Ei. — Protestei. — Amiga, pelo amor que você sente pelo Don, não faz isso. — Supliquei e me ajoelhei em seguida antes que ela me impedisse.
— Sua... — Joanne cerrou os dentes e me devolveu.
— Baby! — exclamei.
— Joanne. — Ele riu baixinho. — Don fez o mesmo por aqui, então... — Um suspiro. — Como você está?
— Bem, obrigada, e você?
— Ansioso. Demais.
— Somos dois. Tem algo de errado com você?
— Temo que mude de ideia.
Eu ri alto, mas ele não me acompanhou.
— Baby, por nada nesse mundo eu mudarei, está bem? Eu te amo. E estou louca para que me veja entrando naquela igreja.
Somente por ouvir sua risada, eu senti uma tonelada sair das minhas costas.
— Ah, Minha Garota. Você é incrível e eu te amo tanto.
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Amiga da Minha Irmã
RomanceDepois de um frustrado casamento de 5 anos, Paul Jones decide voltar aos Estados Unidos, a fim de ter uma vida pacata perto de sua família. Trabalhando na empresa do pai como arquiteto, ele conhece Patricia Mackenzie, amiga de sua irmã, que até entã...