Paty.
Eu encarava a mulher que estava há dois degraus de distância de mim, boquiaberta. Minha mente estava uma verdadeira confusão e eu, sem dúvidas, ia me foder para dormir mais tarde depois de tantos acontecimentos num único dia. Seus cabelos eram claros, os olhos azuis e mesmo séria, eu podia notar um traço de sorriso em seus lábios. Ela me parecia cansada, mas eu tinha certeza de que não era pela viagem ou qualquer outra coisa envolvida. Estávamos as duas impassíveis, todavia, eu sabia que as máscaras estavam prestes a cair. E eu pensando que minha péssima sensação estava relacionada apenas ao Paul. Claro que fiquei mal quando o vi sofá. Deus! Esse dia não terá fim nunca?
— Sim, filha — disse ela e eu inspirei fundo, querendo conter toda e qualquer tentativa de lágrimas.
— Isso mesmo que você ouviu. — Continuei e empinei meu nariz. — Não quero mais saber de você e de toda essa conversa fiada.
— Filha, você não sabe da dor que eu senti...
— Nem você sabe da minha, então, não venha agir como se nada tivesse acontecido.
— Patricia, por favor, acalme-se. — Paul suplicou, mas eu não lhe dei ouvidos. — Vem aqui.
Eu deixei a porta aberta e me apressei até meu noivo, voltando ao seu colo e a chorar. Ele levantou comigo nos braços e fomos ao nosso quarto, onde sentou comigo no recamier, enquanto eu soluçava.
— Baby, olha para mim. — Eu fiz e ele secou minhas lágrimas. — Lembra-se de quando estávamos voltando da casa dos meus pais, no Natal. Lembra que disse que se sentiu desprotegida? — Eu concordei, soluçando. — Eu sei que não deve ser fácil para você, Baby, mas você está com a chance de ter sua família de volta. Não completa, infelizmente, mas é a sua mãe. A mulher que você achou que estava morta. E o seu irmão, quando você achou que fosse filha única. E ainda tem mais dois sobrinhos. Não está mais desprotegida... Na verdade, nunca esteve, não é?
Eu concordei outra vez.
— Você... Você tem razão.
— Eu não quero que aja porque eu estou dizendo. Eu apenas quero que pense nessa possibilidade. Tem mais Mackenzie por aí e deveria aproveitar enquanto tem esse sobrenome.
Eu sorri imensamente, contando os segundos para me tornar uma Jones. A Jones do meu Paul. Afaguei seu rosto e ele suspirou. Sem dúvidas estava tão cansado quanto eu. Deve ter ouvido muita coisa do Sebastian, antes de ele lhe acertar um soco. Mas o soco que eu acertei na boca do desconhecido foi incrível. Estava orgulhosa de mim mesma e eu sabia que Paul estaria.
— Sabe... — Mudei de assunto, querendo aliviar um pouco. — Quando você me vir entrando naquela Igreja, você vai ficar sem palavras.
Ele me deu um sorriso maravilhoso e eu senti a calmaria tomar conta de mim.
— Eu já fico sem palavras com esses vestidos e qualquer coisa que você usa. Até mesmo quando não usa. — Ele murmurou a última frase junto ao meu ouvido. — Te ver entrando, com um vestido de noiva, vai ser bem mais que um sonho se realizando.
— Todavia, nem mesmo tendo uma visão, você saberia o quão linda e perfeita estarei apenas para você.
— Não tenho dúvidas, Minha Garota, e a última coisa que eu quero é vê-la vestida de noiva antes do casamento. Dizem que dá azar...
— E a última coisa que eu quero, é ter azar. Na verdade, essa é a penúltima, já que a última é te perder.
— Como isso não vai acontecer nunca, nem em um milhão de anos... — Paul me deu um beijinho. — Está na hora de irmos resolver aquele impasse na sala.
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Amiga da Minha Irmã
RomanceDepois de um frustrado casamento de 5 anos, Paul Jones decide voltar aos Estados Unidos, a fim de ter uma vida pacata perto de sua família. Trabalhando na empresa do pai como arquiteto, ele conhece Patricia Mackenzie, amiga de sua irmã, que até entã...