Capítulo 21

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— Ah, meu Deus! — exclamou Joanne, novamente, irrompendo no galpão.

Ela se colocou entre Patricia e eu, olhando de um para outro. Tínhamos acabado de criar coragem para sair da cama, depois de um amor incrível e estávamos ainda de roupão. Eu podia ver a incredulidade nos olhos dela. Paty fechou a porta e se aproximou de mim. Abracei a minha garota por trás, apoiando meu queixo em sua cabeça.

— Vocês estão juntos? — perguntou, chocada. — Há quanto tempo? Por que não me contaram? Quem mais sabe? Patricia, eu fiquei em casa, te esperando. E o pior, preocupada com você! E você aqui. — Jo arregalou os olhos. — Vocês...? Vocês transaram? Você se entregou ao meu irmão? Sua vaca! Sua vadia. Eu não posso acreditar que escondeu isso de mim. Sua melhor amiga. Sua irmã, como você bem costumava enfatizar. Então... Eu estava certa afinal — murmurou, desviando o olhar. Então ela nos olhou. — Estou tão feliz por vocês! — exclamou, eufórica. — Muito. — E sua expressão facial mudou bruscamente. — E com a mesma intensidade, eu estou puta de tanta raiva. Porra. Como puderam fazer isso comigo? Como puderam esconder isso de mim? E dos meus pais? Paty... Como fui tola de achar que vocês poderiam começar a ter algo a partir do meu casamento. Quero nem imaginar o que terão até lá... — Ela sentou-se. Parecia uma maluca falando sozinha. — Digam alguma coisa, seus merdas! — exigiu, irritada.

— Como se você não para de falar? — perguntou Paty, tranquila.

Jo abriu a boca, mas fechou, e então, cruzou os braços.

— Sou todo ouvido — disse ela, mais calma.

— Foram tantas perguntas que nem lembro... — murmurei, pensativo. — Mas, verei o que posso fazer. Hã... Paty e eu estamos juntos há dois meses e não. Nossos pais não sabem. Ainda. E eu tenho certeza de que se você não tivesse nos flagrado agora, não saberia nem tão cedo.

— Por que esconderam? — perguntou, magoada.

— Achamos que é cedo — disse Paty.

— É cedo, mas você se entregou a ele sabe lá Deus quando.

— Lembra daquela vez em que fomos à boate? — perguntou ela, sentando ao lado da minha irmã, que aquiesceu. — No dia seguinte, eu me entreguei ao Paul.

Jo arregalou os olhos.

— Mas, vocês se conheceram naquele dia — disse ela.

— Não — murmurou Paty. — Nos conhecemos na quarta-feira daquela mesma semana. Sei que não tem diferença, mas a questão é que eu já o amava.

— Como, se nunca tinham se visto antes? — Jo franziu o cenho.

— Não vi, mas ouvi. Você falava o tempo todo dele e isso acabou despertando um sentimento em mim. Talvez você pense que eu sou louca... Na verdade, eu sou e pelo seu irmão.

Jo me olhou, como se esperasse minhas palavras com relação à isso.

— Patricia é quem mais me fez feliz em toda a minha vida — disse. — Em dois meses, fui mais feliz do que em cinco anos e eu sei que quando chegarmos a esse tempo, não caberei mais em mim. Paty me conquistou, é paciente... Eu não poderia ter alguém melhor em minha vida.

— Você pretende... Casar com ela? — Jo levantou as sobrancelhas.

— Tenho noção da diferença de idades...

— E como tem. — Paty me interrompeu.

— Mas eu também tenho noção dos sentimentos envolvidos, Joanne. — Continuei. — Claro que tudo vai depender de como ela vai agir daqui para frente... — Dei de ombros e cocei a cabeça. — Eu vou fazer o café da manhã. Vai comer conosco?

Amiga da Minha IrmãOnde histórias criam vida. Descubra agora