Capítulo 11

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Eu estava sentado à ilha da cozinha, com o notebook, trabalhando. Patricia zapeava na TV. Fizemos nosso café da manhã em parceria, já que ela não queria fazer sozinha, nem que eu fizesse. Tinha cerca de duas horas. Eu usava apenas um samba canção e não estava com coragem para fazer absolutamente nada, então desisti do trabalho e comecei a responder alguns e-mails que meu pai mandara. Foi quando ouvi a TV ser desligada e Patricia começar a falar com alguém.

— Oi... — Seu tom soou animadinho demais. — No galpão... Do Paul... Sim. O local foi reformado. É muito lindo, acredite.

Eu sorri, orgulhoso, mas logo o ciúme voltou quando ela disse:

— Namorando? Não. Nós apenas estamos juntos.

A palavra apenas ecoou em minha cabeça, impedindo-me de ouvir a continuação da conversa. Como ela poderia ter dito isso? Com quem ela falava? Por que estava dando tantas satisfações? Cerrei os dentes e voltei a responder meus e-mails.

— Paul?

Eu a olhei. Patricia usava uma camisa de botão minha, que escondia sua saia jeans curta e justa demais. Quase não dava para ver o jeans. Seus cabelos castanhos estavam presos numa trança lateral e seus pés, descalços. O sorriso que ela tinha nos lábios era encantador e eu não consegui não retribuir.

— Oi, Minha Garota.

— Eu vou dar uma volta — disse, ainda sorrindo.

— Mas antes, você vai trocar essa saia.

— Como é? — Ela ergueu as sobrancelhas.

— Não me ouviu? Ou não entendeu? — Fechei a tela do notebook e lhe dei mais da minha atenção.

— Eu não vou trocar a saia — disse, firme.

— Então não sai. — Usei o mesmo tom.

— O quê? — Seu tom subiu algumas oitavas, doendo meu ouvido. — Você não vai me proibir.

— Não estou proibindo. Apenas não quero você andando por aí com esse pedaço de jeans. Suas pernas estão completamente de fora, Patricia.

— Isso... — Ela cerrou os dentes e cruzou os braços. — Eu sempre usei.

— Usou quando era solteira. Agora você está comigo. Já falei que não quero você com esse pedaço e você disse que não ia mais andar assim.

— Eu só vou aqui perto.

— Não importa. Vá agora mesmo trocar essa saia. Do contrário, você não sai.

Ela começou a abrir os botões da camisa, lentamente. Eu tentava manter os olhos nos seus, mas seu corpo me atraia. Patricia largou a camisa no chão e passou para a saia. O tecido pesado caiu aos seus pés e ela saiu dele, ficando apenas de lingerie vermelha. Ela havia trazido uma mochila com roupas para passar o dia comigo.

— Então eu não coloco roupa alguma — disse, irritada.

— Ótimo. Então você não sai. Com quem falava ao celular?

— Não é da sua conta. — Cuspiu e cruzou os braços novamente.

— Não é? — perguntei, pacientemente.

Ela revirou os olhos.

— Matt — disse, com má vontade.

— Seu ex–namorado? — Foi minha vez de erguer as sobrancelhas.

— É.

— Agora está explicado.

— Escute aqui...

Amiga da Minha IrmãOnde histórias criam vida. Descubra agora