— Não queriam retornar mesmo, hein? — questionou Joanne, assim que envolveu a mim e a Patricia no mesmo abraço.
— Eu não vou negar a você — disse Patricia. — Não queria mesmo, mas a minha vida de recém-casada acabou e tenho que voltar a ralar para conseguir meu trocadinho no fim do mês.
Eu ri. Tinha pessoas mais exagerada do que a minha esposa? Não. Foi um longo período de lua de mel, isso era inegável, mas Patricia e eu não passamos esse tempo todo transando. Um mês de lua de mel? O que mais eu poderia querer? Conheci o Brasil por inteiro e eu não poderia ter sido melhor. Fomos com uma mala cada um e voltamos com duas a mais. Ou Patricia trazia mais vestidos rendados e alguns de crochê, ou ela morria. Além de ter trazido lembranças para todos das nossas famílias, o que inclui a sua mãe.
Depois de pegar nossas malas, caminhamos em direção ao estacionamento e eu estava mais que exausto. A diferença de fuso-horário estava me matando, sem contar o jet lag. Todos nos aguardavam na casa dos meus pais e provavelmente estariam no quintal. Don abriu o porta-malas e eu guardei todas com a sua ajuda, enquanto as mulheres entravam no carro, sem parar de falar.
— Você está bem? — Don fechou o porta-malas.
— Apenas cansado.
Entramos no carro e logo saímos dali. Eu estava poupando as minhas energias para o caso de Blake querer estragar a minha felicidade. Se tivesse que defender a minha esposa, eu faria. Não ia deixá-la sozinha.
— E o Pantanal mato-grossense? — Patricia quase gritou ao lembrar. — Vocês precisam ver as fotos que fizemos. Acho que vou fazer graduação em fotografia, porque virou paixão. Principalmente as de paisagem. Peguei cada nascer do sol que vocês não fazem ideia.
— Revelei algumas fotos que você mandou, coloquei em molduras. Criou outro ar lá em casa, não foi, amor? — Jo olhou o marido.
— Sim. Ficaram lindíssimas. Um pessoal que conheço foi lá e elogiou demais.
— Eu dancei forró! — Ela exclamou outra vez e se balançou levemente. — Precisam ir lá. Pessoas muito receptivas e felizmente não tivemos problema algum com absolutamente nada.
E assim que Don estacionou em frente à casa dos meus pais, Patricia saltou do carro antes mesmo que eu abrisse a porta para ela e correu escada acima, chegando na varanda quando eu subi a calçada. A porta foi aberta por minha mãe e Paty se jogou nos braços dela. Apressei-me em seguir a minha esposa energética e Christie me abraçou.
— Sentiram muito a minha falta? — questionou Patricia, entrando.
— Que saudades, querido. — Ela segurou meu rosto em mãos. — Como foi lá?
— Sem igual, mãe. E eu também senti muitas saudades de você e do pessoal.
— Vamos, entrem.
— Depois eu te dou suas malas — disse Don, ao passar por mim.
— Sem problemas.
Eu entrei abraçado com mamãe e fomos até o quintal. Patricia estava abraçando a todo mundo, com um imenso e lindo sorriso nos lábios, emanando a mesma felicidade desse último mês. Ela estava radiante com um vestido longo, de estampa florida, com os cabelos presos uma trança espinha de peixe, feita pela garota do serviço de quarto essa manhã.
E essa viagem no tempo, por causa da diferença de horário, me assustava. O sol já se pôs por aqui. Cumprimentei meu pai, meus avós, meus cunhados, sobrinhos, Dakota, Lauren e Theo e preferi manter distância da minha sogra.
Mesmo depois de casada, Patricia continuava com aquela áurea. Porque, ao contrário dela, algumas pessoas mudam completamente. E eu esperava não mudar.
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Amiga da Minha Irmã
RomanceDepois de um frustrado casamento de 5 anos, Paul Jones decide voltar aos Estados Unidos, a fim de ter uma vida pacata perto de sua família. Trabalhando na empresa do pai como arquiteto, ele conhece Patricia Mackenzie, amiga de sua irmã, que até entã...