Donny apareceu com sua mãe. A senhora resmungona que me impediu de beijar Patricia. Depois eu percebi que talvez tivesse sido melhor assim. Posicionamo-nos e Don foi o primeiro. Quando chegou a vez de eu e Patricia entrarmos, ela me olhou nos olhos e sorriu de um jeito que me dizia mais do que qualquer palavra que pudesse sair daqueles lábios vermelhos. Eu tremia por dentro. Era como se eu a estivesse vendo pela primeira vez na vida e me apaixonando novamente. Se bem que nem quando a vi pela primeira vez fora assim, mas agora... Eu estava mais que nervoso. Eu não queria soltá-la, entretanto, esse momento se fez presente e eu fui ficar ao lado do Don.
— Eu te falei — murmurou ele, entredentes.
— Eu vi — disse, do mesmo jeito.
As damas entraram, minha mãe ocupou o seu lugar e então a marcha nupcial soou, ecoando pelo interior da igreja. Joanne apareceu com papai. Minha irmã era a noiva mais linda que eu já vira até o momento. Sabia que Patricia seria tão linda quanto, no mínimo. Seu vestido branco arrastava no chão e ela chorava. Papai emanava felicidade e orgulho, com aquela cabeça erguida, todavia, eu sabia que a ideia de "perder" sua menina o incomodava um pouco.
Por mais que eu não quisesse, nem me sentisse confortável, eu não consegui evitar pensar no meu casamento. Crystal não chorou, mas eu tinha que admitir que ela estava linda e tão arrogante como sempre fora e eu apostaria minha vida que sempre seria.
Enfim iniciou-se cerimônia. Eu estava de frente para Patricia e ela prestava atenção ao que o pastor falava a respeito do amor. Estava concentrada, absorvendo cada palavra, sem dúvidas. Quando ela me olhou. Segurava o buquê da minha irmã de rosas vermelhas e ficou da mesma cor. Dei-lhe uma piscadela e corada e contendo um sorriso, ela voltou a olhar o pastor.
Tudo corria muito bem, obrigado. Eu podia sentir Don completamente dividido, ainda.
— Joanne, você aceita Donny como seu legítimo esposo? — perguntou o pastor e sua grave voz ecoou pela igreja.
— Não — disse ela, firme, séria.
— Não? — perguntou o noivo e eu me preparei para segurá-lo, caso desmaiasse.
— Brincadeira. — Seu tom fora tomado pela diversão. — Claro que eu aceito.
Todos riram, apenas Don não, o que era de se esperar e até aceitar. E quando foram declarados marido e mulher, Jo o beijou apaixonadamente.
Saímos do interior e a chuva de arroz acabou me atingindo. Para a minha sorte, Patricia me ajudou a retirá-los do cabelo. Ela sorria e eu me lembrei de um dos motivos de eu ter me apaixonado por ela. E eu quis me aproximar mais, sentir seus lábios nos meus, sem me importar de borrar aquele batom, e vi que ela queria o mesmo, todavia, fomos interrompidos pela minha mãe, que nos puxou até o salão do onde seria a recepção.
Eu me sentia esperançoso de voltar com Patricia. E eu não estava decidido a mais nada. Esperava apenas que ela não me dissesse que não me queria de uma vez por todas. Puxei a cadeira para ela e sentei ao seu lado. Mamãe e papai estavam conversando com alguns convidados e eu me distraí, olhando a decoração. Quando ouvi o cantor dizer que os noivos convidavam os padrinhos para dançar.
Eu levantei e puxei a cadeira novamente, oferecendo-lhe minha mão. Assim que Patricia a tocou, eu senti uma corrente elétrica percorrer meu corpo. Talvez o mesmo tenha acontecido com ela, pois me olhou, de olhos levemente arregalados e corada. Seguimos até a pista, onde Jo e Don dançavam e eu coloquei uma mão na curva das costas da Patricia, enquanto ela fazia o mesmo, então peguei a livre e começamos a dançar ao som de High, do James Blunt.
— Você será meu ombro, quando eu estiver grisalho e velho?
Me prometa que o amanhã começará com você. — Cantarolou Patricia, próximo ao fim.
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Amiga da Minha Irmã
RomantizmDepois de um frustrado casamento de 5 anos, Paul Jones decide voltar aos Estados Unidos, a fim de ter uma vida pacata perto de sua família. Trabalhando na empresa do pai como arquiteto, ele conhece Patricia Mackenzie, amiga de sua irmã, que até entã...