Capítulo 51

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Eu passei a mão nos cabelos, com os olhos focados na estrada. O caminho até a casa dos meus pais não demorava mais que trinta minutos de carro, mas eu estava cansado demais da minha tarde com Patricia. Ela estava ao meu lado, com aquele batom vermelho incrível, os cabelos levemente ondulados, soltos e um tubinho preto, cuja saia estava na metade de suas coxas. Em seu colo, ela mantinha a bolsa de mão de mesma cor e olhava pela janela, distraída.

— Algum problema? — questionei, despertando-a.

— Não. — Ela sorriu imensamente. — Estava apenas pensando na minha satisfação do dia. Minhas pernas ainda estão bambas. Não sei como vou conseguir manter a postura com os saltos do peep toe.

— Eu te seguro.

— Não desgruda de mim, senão te mato.

— Vou tentar, Minha Garota. Não sei como vai ser esta noite.

— Estou nervosa.

— Fique tranquila. — Entrei na rua dos meus pais. — Sabe que não tem nada a temer.

Ela ficou em silêncio e eu parei diante da casa branca. Eu retirei o cinto, acendi a luz do interior e olhei-a.

— Patricia.

Ela me olhou de imediato.

— O que eu fiz? — indagou.

— Não pense muito. Você é linda, está ainda mais essa noite... — Eu peguei a pulseira que lhe dera quando a pedi em namoro. — Joanne me devolveu, mas acho que está na hora de ela voltar para a verdadeira dona. — Mostrei.

— Minha pulseira. — Seus olhos brilharam. — Fiquei tão mal quando a Jo levou. Já não bastava eu ter perdido você...

— Não vamos lembrar-nos disso. — Peguei sua mão, coloquei a pulseira e beijei o dorso. — Vamos manter o foco no agora, está bem?

— Pode deixar. — Ela concordou.

Beijei seus lábios ternamente.

— Agora, vamos, pois eu quero voltar logo para casa e desfrutar da sua cereja. — Eu lhe dei uma piscadela, deixando-a vermelha.

Apaguei a luz, peguei os documentos do carro e saí. Apressei-me para abrir a porta para ela e lhe estendi a mão. Com Patricia ainda vermelha, fomos em direção à escada, subimos e na varanda, Paty apertou minha mão. Toquei a campainha e uma Christie incrível abriu a porta.

Minha mãe usava um vestido longo, vermelho, com duas fendas frontais e gola em U. Ele valorizava muito bem as suas curvas. Seus cabelos castanhos estavam soltos e ela tinha brincos e pulseiras douradas. A maquiagem leve e um batom vermelho.

— Nossa! — exclamei. — Mãe, você está deslumbrante.

— Imagina, querido. — Ela me cumprimentou com dois beijos. — Paty! — E envolveu minha noiva num abraço. — Vamos, entrem.

Eu indiquei que Patricia fosse à frente e a segui, ainda segurando em sua mão. Estranhei o fato de ela estar calada.

— Você está bem? — Christie questionou antes de mim.

— Estou — disse, rapidamente. — Você está incrível.

— Obrigada, querida. Você também está.

Mamãe se afastou e foi aí que eu vi meu avô paterno. Ergui as sobrancelhas, surpreso e feliz.

— Vovô Jones. — Fui até o idoso de cabelos brancos e o abracei.

Amiga da Minha IrmãOnde histórias criam vida. Descubra agora