Eu estava uma pilha de nervos. As aulas de Patricia iam começar em menos de um dia e eu ainda não tinha ideia se ela ia fazer mestrado ou ia iniciar uma nova graduação. Esse último mês foi um tranquilo demais e eu temia que algo atrapalhasse a nossa felicidade. Para a nossa surpresa, Blake não estava mais pegando no nosso pé. A minha vida com Patricia não havia diferido muito do que era. Era como se nossa lua de mel tivesse se estendido até o momento. Ela e Joanne viviam num grude sem igual. E agora, as duas estavam em algum shopping, jogando conversa fora, enquanto eu preparava o nosso jantar, esperando que ela viesse fazer a refeição comigo.
— Baby! — Patricia exclamou, entrando pela porta da cozinha, me assustando a ponto de eu cortar o dedo com a maldita peixeira.
— Merda! — Apressei-me até a pia, abrindo a torneira e colocando o anelar esquerdo sobre o jato de água fria. — Quer ficar viúva?
— Não. — Ela apressou-se até mim, largando umas sacolas de compras sobre a mesa. — Desculpe. Mas, morrer por causa desse cortezinho de nada é um drama.
— Não, amor. Eu ia morrer de susto mesmo.
Ela pegou a maleta de primeiros socorros, secou o dedo com uma gaze e colocou um curativo.
— Deixe que eu cuido do jantar. — Paty me fez sentar à mesa.
Não mudamos muita coisa na decoração. Acrescentamos uma mesa de seis cadeiras na cozinha, criamos um clima menos industrial e estava tudo perfeito demais para nós dois.
— Onde você estava? — Verifiquei algumas sacolas.
— Com a Jo. Ela estava enjoando demais. — Ela lavou as mãos e continuou a cortar o peixe que eu pretendia grelhar. — Está perto dos cinco meses.
— Eu não entendo nada disso. Desculpe. — Cruzei os braços e fechei a cara.
— A barriga dela está uma graça. Ainda não descobriram o sexo.
— Vai ser muito amado pelo tio aqui. Independentemente de ser menino ou menina.
— Não tenho dúvidas, meu amor. — Ela sorriu. — Pode guardar as compras para mim, por favor?
Eu peguei as sacolas e levei ao nosso quarto.
Assim que Patricia terminou de preparar o jantar, coisa que mal fazia, já que eu adorava cozinhar para ela, sentamo-nos à mesa e fizemos tal refeição.
— E então, a senhora já decidiu o que vai fazer? — questionei, impaciente.
— Baby, eu estava planejando iniciar a graduação em arquitetura, não vou mentir para você.
— Mas mudou de ideia?
— Sim.
— Por quê?
— Bem... Eu acho que não ia dar para estudar e cuidar do nosso bebê ao mesmo tempo.
— Ah, sim. — Retirei meu prato e o dela. — Ia ser complicado mesmo conciliar as duas coisas, porém, sabe que não precisa se preocupar. Quer dizer, ainda tem muito tempo pela frente para sermos pais. Eu só quero que siga seu sonho.
— Acho que é um pouco tarde para dizer isso.
— Por quê? — Franzi o cenho e peguei os copos.
— Porque eu já estou grávida.
Os objetos caíram das minhas mãos na metade do caminho até a pia e espatifaram-se no chão.
— O quê? — Eu senti meus olhos marejarem.
— Lembra que eu fiquei doente em julho? Por causa daquela brincadeira na mangueira com meus sobrinhos?
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Amiga da Minha Irmã
RomanceDepois de um frustrado casamento de 5 anos, Paul Jones decide voltar aos Estados Unidos, a fim de ter uma vida pacata perto de sua família. Trabalhando na empresa do pai como arquiteto, ele conhece Patricia Mackenzie, amiga de sua irmã, que até entã...