Capítulo 33

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— Sally... — Interrompi-me ao ver uma quantidade assustadora de mulheres na recepção. Consegui contar dez, o que me surpreendeu de verdade. Semicerrei os olhos, tentando saber quem eram e os arregalei de imediato quando elas me olharam. Não podia ser. E antes que eu pudesse fazer algo, elas se aproximaram, como abelhas do mel e eu fui encurralado. De onde elas haviam saído afinal? — Calma, calma — pedi, colocando a mão para trás, a fim de abrir a porta do escritório. Elas me empurraram para dentro. — Sally, me ajuda.

Ela até tentou entrar, mas as mulheres a colocaram para fora e fecharam a porta. Eu ergui as mãos, em rendição, e elas se afastaram, cruzaram os braços. Haviam mulheres de todos os tipos. Altas, baixas, negras, brancas, morenas, ruivas... Eu fui um verdadeiro canalha na época de escola, não ia negar, mas depois que me casei, eu decidi me dedicar apenas a uma mulher. Até que ela me destruiu, então encontrei Patricia, que fez o mesmo.

— O que fazem aqui? Depois de mais de quatro meses que eu estou de volta, vocês vêm dar o ar da graça?

Elas começaram a falar ao mesmo tempo e eu me segurei para não rir, se não quisesse ser agredido. Cheguei a ouvir alguns xingamentos, outros referentes à minha mãe.

— Opa. Podem me chamar do que bem entenderem, mas deixem minha mãe fora dessa, antes que eu tire uma a uma daqui.

— Seu canalha — disse a primeira.

Cruzei os braços, esperando mais xingamentos, que vieram sem hesitar. Passei a mão nos cabelos, retirando-os do rosto e cocei a cabeça. Estavam grandes demais e eu precisava cortar, claro, mas sem tempo ficava impossível.

— É o seguinte — disse, fazendo-as se calarem. — O que aconteceu entre mim e qualquer uma de vocês, vai ficar no passado.

— Quem você pensa que é para nos dizer isso? — perguntou a ruiva alta.

— Eu nem lembro o nome de vocês.

E elas voltaram a me xingar.

— Ei — chamei, e elas se interromperam. — Tem pelo menos dez anos que eu não vejo uma de vocês. Como posso lembrar? Além do mais, vieram outras depois de vocês, então fica difícil.

Eu não tinha outra saída. Morreria mil vezes se Patricia visse isso tudo aqui. Na verdade, ela nem deveria se importar. Nem eu.

— Qual é, Paul? Tivemos um momento tão...

— Não adianta. — Interrompi a loura. — Eu não lembro e vocês deveriam fazer o mesmo. Só lembro-me da penúltima mulher porque foi o relacionamento mais longo.

— E o último? Quando acabou? — perguntou a ruiva alta.

— Minha vida não interessa a nenhuma de vocês.

Elas voltaram a me xingar. O telefone do meu escritório começou a tocar e eu fui até a mesa. Peguei e enfiei o dedo no outro ouvido, a fim de ouvir o que a minha secretária estava dizendo.

— Senhor Jones, a senhorita Mackenzie está querendo falar com o senhor — disse.

— Patricia?

— Sim, senhor.

— Segure-a aí fora.

Desliguei e olhei para as mulheres, que fizeram um silêncio ensurdecedor de repente. Ergui as sobrancelhas.

— Quem é Patricia? — perguntou a loura.

— Isso não é da conta de nenhuma de vocês. Agora, vão embora. — Saí de trás da mesa e abri a porta.

Amiga da Minha IrmãOnde histórias criam vida. Descubra agora