Puto. Era como eu me sentia naquele fim de tarde, louco para chegar em casa. A semana havia sido um verdadeiro inferno na empresa, Dexter estava para voltar a Londres no dia seguinte e eu tinha que aturar a minha sogra aparecendo todos os dias no galpão, em minha ausência, a fim de cuidar da filha, procurando por qualquer problema de maneira assídua, para iniciar uma discussão comigo e a minha noiva. Porra, eu estava a um fio de mandá-la para a puta que a pariu. Para o quinto dos infernos ou qualquer outro lugar que fosse longe de nós dois. A um fio tão fino que já era possível enxergar o outro lado.
Pela primeira vez desde que eu comecei a me envolver com Patricia, eu hesitei assim que virei a esquina para entrar na minha rua. Eu estava louquinho para vê-la. Para tê-la em meus braços, no meu colo, sentindo o seu maravilho cheiro, em troca de afagos e uma conversa gostosa, como eu sabia que seria, se a bendita da Blake não estivesse lá. Eu queria poder tomar um banho demorado com ela, depois fazer amor sob o chuveiro.
Soltei um grunhido e inspirei fundo, retomando o caminho, acionando o portão e parando na minha vaga. O lado do carro da minha noiva continuava vazio e isso só piorava o meu humor. Fechei o portão automático, peguei a bolsa de couro no banco ao lado e saí do carro, apertando a alça com tanta força, a fim de controlar a raiva que estava sentindo, que os nós dos meus dedos estavam brancos. E eu, pouco me importando. Subi a escada, abri a porta da cozinha e fui surpreendido por um coro de:
— Parabéns!
Eu recuei um passo, levando a mão ao peito, tamanho susto e balancei a cabeça em negativa para a minha família ali. Patricia veio em minha direção, se jogando em meus braços e eu larguei a bolsa no chão, retribuindo o abraço, enquanto o pessoal cantava parabéns para mim.
— Eu te amo. Eu te amo. Eu te amo. Eu te amo. Eu te amo. — Patricia murmurava em minha orelha. — Você não tem ideia de o quanto eu estou feliz por estar ao seu lado nesse dia tão especial.
— Especial? Eu estou oito anos mais velho que você agora.
— Lá vem você...
Eu ri baixinho e apertei-a em meus braços.
— Eu te amo. — Beijei seus cabelos castanhos.
— Vem assoprar a vela, filho. — Pediu Christie e eu me apressei para fazer isso.
Que eu seja feliz com a minha futura esposa. Assoprei e sorri para ela, sendo bem recebido naqueles braços maternos que aqueciam a minha alma. Senti o seu maravilhoso perfume, o mesmo de sempre.
— Eu te amo. — Ela se afastou e afagou o meu rosto. — Você é um dos melhores presentes que eu tenho. O melhor filho que eu poderia ter. Sempre tão dedicado, cuidadoso, carinhoso, esforçado. Uma pessoa tão maravilhosa que... Eu jamais saberia viver sem e eu estou muito, mas muito feliz de te ter aqui esse ano, meu filho. E eu espero que, nunca mais, o senhor saia dos Estados Unidos para absolutamente nada, exceto sua lua de mel, desde que volte quando encerrar as duas semanas.
Eu ri e abracei-a novamente.
— Eu te amo, mãe, e pode deixar. Ficarei aqui por toda a eternidade. Obrigado pela surpresa.
— Foi ideia da sua noiva. — Christie afagou o meu rosto outra vez e beijou meu nariz.
— Onde está o meu maior orgulho? — questionou Kevin.
— Eu estou aqui, pai. — Joanne arrancou uma risada de todos com o seu tom de ciúmes. — Que pergunta. — E revirou os olhos.
— Mãe, pode começar a cortar o bolo?
— Claro, querido.
— Obrigado. — Eu abracei o meu pai. — Você disse a mim que tinha que resolver umas coisas e me deixou cheio de trabalho na empresa. E ainda quer que eu acredite que eu sou o seu orgulho?
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Amiga da Minha Irmã
RomanceDepois de um frustrado casamento de 5 anos, Paul Jones decide voltar aos Estados Unidos, a fim de ter uma vida pacata perto de sua família. Trabalhando na empresa do pai como arquiteto, ele conhece Patricia Mackenzie, amiga de sua irmã, que até entã...