Capítulo 4

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Eu tive um dia excelente com Patricia como minha secretária. Ela não demorou a pegar o jeito de fazer as coisas e me acompanhou em todas as reuniões que tive, algo em torno de sete. O que foi ótimo para uma sexta-feira. A questão é que eu tive que substituir o meu pai em algumas... Dispensei Patricia assim que cheguei ao meu escritório e suspirei. Eu só queria relaxar um pouco. Mas no fundo achava que estava pedindo demais.

Então eu apenas peguei tudo, saí do meu escritório e fui até o elevador. Desci até o estacionamento e por fim, entrei no meu carro. Meu celular tocou e eu encontrei no nome da minha irmã.

— Oi, Jo. — Atendi.

— Jantarzinho aqui em casa — disse, animadinha.

— Eu não sei...

— Estou sentindo você cansado, querido, mas não aceito não como resposta.

Claro que não. Joanne nunca aceitava e agora não ia aceitar mesmo.

— Certo. De que horas? — indaguei.

— Sete. Tenho que desligar. Estou na academia.

— Certo.

— Beijo.

— Outro.

Ela desligou. Coloquei o cinto, dei a partida e saí do estacionamento. Diante do galpão, acionei o portão automático, entrei e estacionei. Saí do carro, subi a escada e entrei na cozinha. Retirei o restante da roupa, os sapatos e fui até o banheiro. Regulei para a água fria e me coloquei sob a cascata. Estava precisando despertar para a minha realidade.

Quando terminei, vesti uma t-shirt, uma bermuda e peguei o notebook; havia deixado em casa, por causa da pressa e agora ia trabalhar. Fui até a ilha, onde comecei o meu trabalho com as plantas das reuniões do dia.

Ao dar por mim, percebi que estava atrasado para o jantar na casa da minha irmã. Ela ia me matar, já que eu nunca me atrasei. Principalmente depois que voltei de Londres, onde ninguém se atrasa por lá. Fechei o notebook, prometendo a mim mesmo continuar o trabalho quando voltasse a corri ao quarto. Troquei de roupa, vestindo uma jeans, camisa polo e um blazer. Calcei meus tênis, peguei a chave do carro, celular e desci as escadas até a garagem apressadamente.

Entrei no meu SUV, saí da garagem e fui em direção ao prédio em que minha irmã morava. Felizmente ficava a vinte minutos de carro do meu galpão e eu não demorei a chegar lá. Estava quarenta minutos atrasado. Ah, sim. Ela ia me matar.

Estacionei e corri até o hall, cumprimentando o porteiro rapidamente e apertei o botão para o oitavo andar, feliz por ela ter dispensado a cobertura. As portas se abriram e eu toquei a campainha.

— Eu vou fazer vinte e um anos... — disse a garota que abria a porta, olhando na direção da cozinha. — Quero ser mãe antes dos vinte e cinco. — Então ela me olhou e corou. — Ah, meu Deus. Senhor... — E levou a mão até a boca.

— Paul — disse. — Estamos fora da empresa.

— Ah, claro. Entre. — Ela gesticulou e eu entrei.

Patricia estava incrível, mesmo usando jeans escura e camisa de botão, estampa quadriculada e manga três quartos. Seus cabelos estavam presos num rabo de cavalo.

— Quem é? — perguntou Joanne, aparecendo na sala. — Paul. Pensei que não viria. — Ela veio até mim e me abraçou.

— Desculpa o atraso. Eu perdi a hora. Estava trabalhando...

— Sua sorte é que o jantar estava marcado para as oito. — Ela sorriu. — Eu sabia que isso ia acontecer.

— Você sabe que nunca acontece.

Amiga da Minha IrmãOnde histórias criam vida. Descubra agora