Parte 16

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Depois do episódio com Karol, as velhas da biblioteca me pediram ajuda e não consegui ver o que acontecia na escola.
Quando sair avistei Karol em sua moto enquanto discutia com uma mulher que gesticulava como se estivesse brigando com ela, suas amigas estavam paradas ao lado de uma moto observando.
- Quem é? Pergunto, e vejo Carolina ficar tensa e Valentina responde.
- É a mãe dela. Franzi o cenho confuso.
- A mãe da Karol foi embora ela tinha oito anos e ela não teve notícias suas até agora. Ela acena com o queixo.
- Isso não vai dar certo. Carolina fala baixinho.
- Vamos, ela vai precisar da gente.
- Tchau Ruggero. Valentina fala e Carolina acena pra mim.
- Carolina... Chamo ela fica parada dura tensa demais.
- Fala pra sua mãe, que tem uma vaga pra gerente em uma loja, era isso que eu queria falar com ela, não sei se está trabalhando se ela se interessar a vaga é dela. Carolina se vira incrédula olhando pra mim.
- Ok. É tudo o que ela diz, acho que não está entendendo nada, nem eu.

Veja bem sou bandido e não perdoou quem me passa a perna, mais nessa cidade conheço a maioria dos moradores e quando o pai de Carolina morreu e eu fiquei sabendo que ele tinha uma família não cobrei dívida alguma, eu também estive na mesma situação e comigo a cobrança veio de todas as maneiras...
Não vou repetir o mesmo erro aqui e deixar sequelas profundas em gente que não merece, eu só usei isso ao meu favor pois sei que elas são importantes para Karol e ela faria qualquer coisa, mas jamais cobraria, isso nunca.

Não sei o que deu em mim, quando vi já estava na frente da casa dela, o portão era fácil para entrar olho ao redor e vejo a árvore a janela estava fechada mais pela cortina violeta e um adesivo de guitarra deve ser o quarto de Karol, subo na disgrama da árvore e forço a janela pra cima que abre facilmente como se já tivesse sido forçada várias vezes e entro.
Karol está jogada na cama com a bunda deliciosa pra cima, uhhh seguro a risada com a cabeça dela enfiada embaixo dos travesseiros, recebo uma almofada voando, mas fecho a cara quando escuto.
- Cai fora Sebas não quero ver você agora. Como ela pode me confundi...
- Sebas o caralho, vou ter que colocar uma grade nessa porra de janela. Falo entendendo porque a janela estava daquele jeito, e ela levanta a cabeça na mesma hora minha expressão dura se desfaz, Karol seca as lágrimas mas o rosto vermelho denuncia e eu sou a porra de homem que não sabe lidar com choro, nem o meu eu sei, nem lembro a última vez que derramei uma lágrima, o que vim fazer aqui, você perdeu a noção seu fodido.
- Que porra está fazendo aqui? Ela pergunta estremamente surpresa, mas meu olhar se distrai pelo quarto e por várias telas, confuso ando pelo quarto escutando os resmungos de Karol.
- Vá embora Ruggero, não quero ver você também, na verdade não quero ver ninguém será que podem e pra puta que pariu. Não dou bola estou chocado demais com as telas...
- Vo-voce que fez?
- Não toque. Ela grita com raiva e meu olhar desafiador vai sobre ela.
- A tinta está fresca ainda. Entendendo porque o grito abaixo a mão.
- Você é boa. Comento estou chocado, incrédulo na verdade, como essa garota durona que não leva desaforo pra casa tem toda essa sensibilidade para a arte, nunca vi alguém retratar tão bem pensando em cada detalhe, os quadros são de objetos e paisagens.
- Que é sensível. Falo.
- Está de sacanagem?
- Não, é só olhar para a pintura.

Em cima da escrivania tem um bloco grande acho que são seus desenhos levanto a capa e escuto Karol resmungar algo mas o desenho a minha frente me chama atenção ainda não está terminado me viro, abro e fecho a boca procurando as palavras Karol revira os olhos bufando e joga a cabeça para trás no travesseiro, olho novamente para o desenho que é um retrato...
Meu retrato.
Deixo de lado um instante e me aproximo da cama deito ao seu lado de barriga pra cima olhando o teto como ela está fazendo.
- Era sua mãe, não era? Sussurro e ela faz um leve aceno com a cabeça.
- Ela me abandonou quando eu tinha oito anos e agora acha que pode voltar...
Ela fala e seca uma lágrima me viro ficando de frente pra ela.
- Ah tomar no cu.... Vai embora Pasquarelli, não estou bem para brigar com você.
Não sei porque fiz, só puxei Karol para mim ela batia no meu braço enquanto alisava seus cabelos, a intenção era que ela parasse de chorar mas o efeito foi o contrário, foi aí que ela chorou, chorou tanto que adormeceu em meus braços e nunca imaginei adormecer consolando uma garota, não desse jeito.

Sinto meu peito arder e quando abro os olhos me deparo com os olhos verdes brilhantes de Karol a filha da puta é bonita.
- Acorda Pasquarelli... Caralho porque dormimos assim... Solto Karol e esfrego os olhos.
- Que horas são?
- A hora que você não deveria está aqui? Ela levanta e entra em uma porta, me sento na cama, mas me assusto quando escuto barulho na janela, pego a arma que está na cintura e levanto, e vejo o Zé ruela do Sebastian, coloco a arma no lugar e cruzo os braços, ele me vê e se assusta.
- O que faz aí parado. A voz de Karol me faz olhar pra ela e depois para ele, Karol se aproxima.
- Entra Sebas o cachorro é inofensivo. Ela fala e volta para a porta.
- Não tenho tanta certeza. Ele responde.
- Ruggero deixa ele entrar pare de bancar o cão de guarda isso não combina com você. Reviro os olhos e o tal Sebastian entra e passa por mim, ele conhece o lugar muito bem pois vai direto para a porta onde Karol está e claro vou atrás.
- Como você está? Carolina me ligou, e você pra variar não atende a bosta do telefone não sei pra que tem um.
Ele reclama e quando percebe minha presença fica tenso.
Karol passa por nós dois saindo do closet, agora que vejo bem o que é.
- Exagerados estou bem.
- Certo, valeu pela aula ontem.
- Sabe que não precisa me agradecer.
Ele revira os olhos.
- Alice te mandou uns doces, pra sua tpm.
- Quem disse que estou de TPM? Me da meus brigadeiros. Ela pega a caixa que só agora percebi que ele trouxe.
- Ela é um amor depois eu passo lá, me avisa o próximo treino e a parada lá.
Estreito os olhos pra ele que parada é essa?
- Ah sim a aula te aviso. Karol para no meio do quarto e tira a saia ficando só de calcinha e sutiã.
- Que porra você está fazendo? Pergunto.
- Estou tirando a roupa, preciso tomar banho, comer e trabalhar. Quer saber se eu vou fazer xixi também?
- Cai fora. Falo para o Zé ruela e Karol gargalha.
- Não tem nada aqui que os dois não tenham visto, mas eu concordo com você caiam fora, os dois. Ela entra no banheiro e bate a porta.
Olho para ele que cruza os braços me encarando.
- Eu não tenho medo de você se é isso que está tentando fazer. Ele diz.
- Pois deveria ter, posso tirar você de circulação em um segundo.
- Não creio, se está aqui é porque de algum modo ela mexeu com você...
- Só pode está de sacanagem com a minha cara.
- Pasquarelli eu conheço você não é de hoje sei muito bem como se diverte e se está aqui atrás da Karol é porque tem algo.
- Não te interessa, não se meta.
- Eu não vou, só que aquela garota. Ele aponta para a porta.
- É uma das pessoas mais importantes da minha vida, e já passou por muita coisa então se não veio pra aliviar a carga é melhor se mandar. Dou risada.
- Quem você pensa que é seu idiota pra falar comigo assim.
- Eu... Não sou ninguém, só peço que cuide dela, ela pode ser durona para quem não a conhece mais é a pessoa mais sensível e generosa que conheço. Ele vai até a janela e antes de passar as duas pernas para o outro lado me olha.
- Fique de olho nela, não deixe ela sozinha.
- Eu não pretendia fazer isso.
- Ótimo.

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