Parte 64

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O único funeral que estive presente foi o do meu pai, e só compareci para ter certeza que ele estava morto e iria ser comido pela terra.
Mas hoje, devo dizer que meu corpo está presente porque minha alma e meu coração estão lá dentro com ela, eu morri junto.
Aceitar que não a tenho, que pedir as mulheres da minha vida, isso eu nunca vou aceitar, a culpa me corrói fui eu que pedi para ela pisar no acelerador e não me liguei nas curvas.
Karol não conseguiu fazer nenhuma por conta da alta velocidade ela pisou no freio e o carro derrapou fazendo-a perder o controle do mesmo e bater nas rochas, com o impacto gigantesco o carro explodiu e eu perdi a razão que eu tinha para viver.
- Ruggerooo... Valentina me abraça chorando e tento a todo custo conseguir segurar, mas falho, falho porque ela não me ensinou a viver em um mundo onde ela não estivesse.

Fico no cemitério depois que tudo termina, me sento em frente a lápide e deixo que as lágrimas possam lavar a minha alma, que elas possa levar para longe a dor que estou sentindo.
- Ruggero. Jorge me chama mas não me viro continuo encarando a lápide.
- Vamos irmão, precisamos sair daqui, antes que a polícia encontre você.
- Não tenho mais nada a perder.
- Filho. Me viro vendo Miguel ele apoia a mão no meu ombro e estende a mão, fico em pé e ele me abraça.
- Ela iria querer ver você tentar, sei o quanto está sendo difícil mas tente, tente por elas.

Dormir é a coisa mais difícil que já tentei fazer as semanas passam e continuo aqui dentro do quarto onde seu cheiro ainda está nos lençóis e não quero sair tenho medo que se saiu desse quarto seu cheiro vai deixar de existir e não posso viver, não vou sobreviver, levanto pego um copo com wisk e vou até a varanda, o sol está nascendo aquecendo a manhã mas aqui dentro tudo continua escuro e frio.
Escuto alguém batendo na porta.
- Vai embora.
- Abre a porra da porta Ruggero.
- Não quero falar com ninguém Valentina me deixe em paz.
- Se não abrir vou colocar ela abaixo, ou ao menos os mosqueteiros vão. Era assim que Karol os chamava.
Vou até a porta e abro, ela entra e já vai abrindo as cortinas.
- Não... Não abra as janelas por favor preciso... Fecho os olhos com força.
- Que porra cai fora Valentina me deixe em paz.
- Não. Não enquanto aquele arrombado está lá fora, não enquanto eu não arrancar a cabeça dele com minhas próprias mãos, não enquanto eu não conseguir ver seu sangue jorrando e essa maldita dor aqui dentro. Ela bate no peito.
- For embora, eu não vou deixar você em paz enquanto não acabar com ele fui clara Ruggero. Fico em silêncio engolindo em seco.
-Fui clara Porraaaa.
- Sim... Vamos acabar com ele.
- Ótimo fico feliz que esteja de volta, porque já fiz uma pequena investigação e tenho um plano.
- Valentina você não tem que se meter nesse meio.
- Por ela eu faria qualquer coisa e não vou descansar enquanto não acabar com ele, então não vou desistir e preciso de você.
- Tudo bem me conte o seu plano.
Valentina termina de me contar o que está planejando, acho um pouco arriscado mas vou confiar nela.

Durante a semana traço um esquema com os caras e começamos um treinamento com Valentina, e a miserável é boa, ela já lutava com Karol então foi fácil.
Um mês e meio e ela está adapta a seguir, montamos uma equipe e viajamos para a França, segundo um amigo de Jorge eles estão recrutando garotas para trabalhar em uma boate e Valentina vai entrar, uma vez lá dentro vai tentar se aproximar e descobrir onde ele está.
A ordem era ficar ao redor da boate colocamos um rastreador e uma câmera em Valentina escondida, assim escutamos e podemos ver tudo o que acontece.
Foram dois meses nos preparando para isso, eu fiquei tão focado, fiz disso o meu alimento para sobreviver sem elas.
Agora tudo o que eu quero é acabar com a raça daquele desgraçado e voltar para casa, entregar o círculo e beber até que a dor não seja mais dor e eu aprenda a viver, sinceramente não quero pensar agora até porque não pretendo viver em um mundo onde ela não existe mais.

Lutooo

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