Parte 24

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Ódio me define, entro em casa derrubando tudo, velho arrombado olha o que ele me fez. Escuto passos nas escadas e Caro e Valentina descem correndo, Caro corre e me abraça e Valentina também idiotas caímos as três no chão, começo a rir e elas riem juntas, mas quando lembro do que fiz choro compulsivamente.
- Oh amiga nós estamos aqui com você, se tiver de chorar chore vai passar.
- Eu ma-matei ele. Valentina fica tensa.
- Você matou o Ruggero? Nego.
- O Roberto. Engulo o choro.
- Ai que alívio. Encaro Valentina.
- Você não entendeu, eu atirei na cabeça dele, eu matei o meu pai. Elas me olham. Valentina segura minha mão.
- Onde ele caiu nós te ajudamos a jogar ele no valão.
- Valentinaaaa... Carolina fala e faz sinal com o queixo pra mim. Valu seca minhas lágrimas e segura meu queixo.
- Pare de chorar.. Diz seria.
- Não se arrependa por fazer algo bom para a humanidade, na próxima lembra da gente vou querer também. Sorrio.
- Amiga só estou tentando dizer que não importa se você tirou ele do mundo, mereceu tem que se foder mesmo e vou está sempre ao seu lado.
- Eu também. Carolina coloca sua mão em cima da de Valentina que segura a minha.
- Agora conta aqui qual a sensação de segurar uma arma e pow, vá para o inferno filho da puta. Valentina fala achando graça.
- Maravilhosa, adrenalina corre solta, mas é sempre um ser humano.
- Aquilo era um saco de bosta, não o compare com seres humanos.
- Devíamos fazer a monarquia das piranhas e sair por aí acabando com essas merdas todas.
- Carolina você tem cada ideia. Murmuro e conseguimos levantar do chão.
- Só verdades meu bem, falando em acabar tenho aula com Sebas.
- Ah finalmente voltou a treinar. Ela me dar língua.
- Tem alguém no portão. Valentina fala depois que Carolina foi embora.
Vou até lá ver e tem um envelope com meu nome em cima.

Para Karol,

Sabe eu escolhi seu nome porque sei que é forte, valente e vai conquistar tudo o que quer.
Se está lendo essa carta é porque eu não consegui fugir.
Filha sei que me odeia e eu entendo juro que entendo, só queria a chance de explicar tudo que aconteceu, com certeza o Roberto contou o que queria.
Não destrua a carta antes de saber a verdade. Já estava para amassar tudo e jogar fora.
Seu pai era um homem bom Karol, íntegro a pessoa que eu mais admirava até perder tudo o que tinha ele mudou completamente comigo, chegava tarde em casa morto de bêbado e sempre me agredia, ele começou a usar drogas e foi vendendo o que nos restou, a única coisa que ele não podia vender era essa casa pois estava no nome dos meus pais e era um presente para você, quando completasse dezoito anos então ela é sua, um dia ele apareceu em casa e disse arrume suas coisas você vai embora.
Eu fiquei sem entender nada até aparecerem dois homens e me tirarem de dentro de casa a força, colocaram algo para que eu cheirasse e desmaiei, quando acordei... Filha eu sinto muito....
Me perdoe se não consegui resistir, o Roberto... O Roberto me vendeu Karol, ele vendeu a própria mulher para um traficante francês, eu nunca abandonaria você filha nunca, eu consegui fugir quando te encontrei, porque fui levada para a Itália com mais quatro mulheres, mas eles me pegaram, eu consegui ao menos colocar essa carta no correio para que você pudesse saber a verdade.
Eu amo você mais do que tudo Karol e peço a Deus que te proteja como eu não fui capaz de fazer, eu só queria mais tempo filha para poder dizer o quanto eu te amo, te abraçar e sentir o seu cheirinho nem que fosse por uma última vez, não sei quanto tempo vamos ficar aqui, nem se eu estarei viva, depois da fuga mas meu esforço valeu a pena eu pude vê-la e agora você sabe que eu jamais te abandonaria, você sempre foi minha vida, se ainda respiro é porque penso em você.
Cuide-se filha e fique de olhos abertos, tenho medo que ele faça o mesmo com você.
Te amo pra sempre sua mãe.
Monica Sevilla.

- Kah... Está me assustando o que houve?
- A minha mãe.... Começo a chorar não aguento é demais para mim...
Meu celular toca e vejo o nome de Miguel, seco as lágrimas.
- Kah está em casa?
- Sim estou, porque?
- Preciso que seja forte, estou chegando.
Miguel desliga e Valentina me leva para dentro.

Quando Miguel chega, estou sentada no sofá com a carta da minha mãe ainda em mãos.
- Karol..
- Fala de uma vez Miguel...
- Encontramos o corpo do Roberto no porto, tudo indica que foi suicídio, segundo a perícia ele... O interrompo.
- Fui eu.
- Que, não Karol nós encontramos ele...
- Fui eu que atirei nele... Miguel para de falar e me encara.
- Não... Você... Foi o Pasquarelli não foi? Ele é uma má influência pra você eu...
- Não foi o Ruggero fui eu.... Aquele verme estava me vendendo para comprar drogas, e o Ruggero pagou a dívida dele para que os caras me deixassem em paz, foi isso que o Ruggero fez.
- Mas... Eu... Filha você... Meu Deus. Ele levanta andando de um lado para o outro.
- Se quiser me levar pra cadeia por fazer um favor ao mundo, estou aqui. Levanto as duas mãos pra ele. Miguel vem em minha direção a passos largos e me abraça forte.
- Eu jamais faria isso ouviu bem, sou seu padrinho mais tenho você como uma filha, vou proteger você nem que seja a última coisa que eu faça.
Quando nos afastamos ele seca nossas lágrimas.
- Vamos deixar assim, a perícia já deu o laudo que foi suicídio deixamos como está, já pedi para organizarem um pequeno funeral e você tem que está presente.
- Tudo bem! Eu recebi isso. Mostro a carta para ele, que ler pacientemente e a cada linha deus olhos triplicam de tamanho.
- Que Porraaaaaa é essa....
- Quem te entregou isso?
- Chegou pelo correio. Miguel será que ela ainda está viva... Ela veio até a escola antes do meu aniversário.
- Porque não me contou, caramba eu poderia ter feito algo...
- Eu não sabia de nada, eu a tratei tão mal... Ah Miguel eu sinto muito....
- Ah minha princesa, vamos encontrá-la temos uma pista agora, mas você tem que me prometer que vai ficar bem.
- Vou tentar.
- Eu passo amanhã pra te pegar.

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