Capítulo 16

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Roberta estava deitada na cama com ela. Ela estava deitada no peito da Roberta e o Rodrigo estava deitado no sofá cama. Ele acordou quando eu entrei.

Eu: Oi...

Ferraro: Oi... Que horas são?

Eu: Quase 7 horas. Como foi a noite?

Ferraro: Teve outra convulsão, chorou demais a Roberta deitou com ela e as duas dormiram. Ficou bem de 2 da manhã até agora.

Eu: Por que não me chamou? – perguntei preocupada.

Ferraro: Por que você estava cansada e precisava descansar. Eu sou o pai dela Natalie eu posso cuidar dela.

Eu: Trouxe pra você e pra Roberta – dei o cappuccino pra ele.

Ferraro: Obrigado. – a Roberta acordou, saiu devagar da cama.

Eu: Deve estar dolorida.

Roberta: Nada, a cama até que é confortável. Eu não consegui sair e deixa-la e acabei dormindo também – sorriu de leve.

Eu: Obrigada por isso – a abracei.

Roberta: Sabe que pode contar comigo.

Eu: Trouxe um pedaço de bolo e um cappuccino pra você. A Betina disse que você gostava.

Roberta: Sim, eu amo. Obrigada – ela foi ao banheiro e depois se sentou para comer. O médico de plantão passou, a examinou disse que estava bem e saiu. O Rodrigo e a Roberta foram embora e eu fiquei. Fiquei ali olhando pra ela, me lembrando de tudo de cada detalhe, de quando descobri que estava grávida de quando descobri que era menina. Quando ela nasceu, aprendeu a andar, a falar, a primeira vez na escolinha. Eu lembrava de tudo e ria e chorava. Naquele momento eu senti um medo tão absurdo que eu percebi que nunca tinha sentido antes. O medo de perder a minha filha. Eu chorei copiosamente sentindo esse medo. Logo alguém bateu de leve na porta e abriu e quando vi quem era, meu coração saltou. Era a Priscilla. Eu me levantei rapidamente e a abracei chorando muito. Eu precisava daquele abraço, daquele abrigo. Ela me deu água, me acalmou e perguntou o que tinha acontecido e eu contei tudo a ela.

Eu: E é isso... – secava a última lágrima que caia.

Pri: Todo esse processo de recomeço de uma comorbidade é complicado. Você é médica e sabe que é difícil para um paciente e eu imagino o quanto seja ainda mais difícil pra você como mãe.

Eu: Muito Pri. Ela teve 3 convulsões em menos de 10 horas. Você é neurologista, sabe o quanto isso pode ser prejudicial para o cérebro dela.

Pri: Sim eu sei. Vou pedir uma TC pra ela. Mas é esperado tudo isso Nat, o corpo dela está reagindo dessa forma, está digamos que fora de controle, para depois voltar ao normal, então é tudo um tanto violento. Não sei se é bem essa a palavra. Mas ela é nova, ela é forte, ela vai ficar bem. E você não está sozinha. O pai dela esteve aqui e ele vai te ajudar, a madrasta dela também, e você tem a mim. Eu vou estar aqui sempre que você quiser. – me abraçou.

Eu: Não me deixa tá... Seja meu abrigo... – ela me apertou em seus braços. Logo ela me soltou e me deu um beijo longo, mas lento. Ela ficou comigo ali meia hora. Ouvi um barulho no quarto abri a porta e a Betina tentava se levantar. – Hei, onde vai?

Betina: Quero fazer xixi... Por que eu estou de fralda?

Eu: Porque você estava apagada... Eu te ajudo... – a levei ao banheiro e voltamos.

Betina: Oi, dona mãe bonitona da doida da Bella... – a Pri riu.

Pri: Oi senhorita ranzinza de 14 anos que não gosta da Bella. – minha filha riu.

NATIESE EM: AMOR A PRIMEIRA VISTAOnde histórias criam vida. Descubra agora