Capítulo 74

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BELLA NARRANDO...

Ela estava ferida, e muito ferida. A Betina já era minha irmã desde aquele jantar na minha casa ela já era minha irmã. E eu a amava muito. A dor dela ao saber da morte do pai foi insuportável de sentir, imagina ela que o perdeu... Os dias se passavam e quando ela não focava nos estudos, ela dormia. Ela não era mais a Betina debochada, ácida, piadista, brincalhona e sempre aprontando uma comigo. Quando não era passando pasta de dente no meu rosto era desenhando um pênis com batom na minha testa ou colocando farinha de trigo no meu secador me obrigando a ter que lavar meu cabelo de novo e gritar horrores pela minha casa. Me lembro da nossa primeira briga como "irmãs". Foi a brincadeira do secador com trigo. Meu cabelo é fino e muito grande e eu tive que lavá-lo de novo além de ter estragado meu secador. Eu briguei muito com ela e ficamos sem nos falar. No dia seguinte quando sai do meu quarto tinha um coelho de pelúcia e uma rosa na minha porta com um bilhete pedido desculpa. É claro que eu aceitei, mas eu não ia mostrar isso tão fácil pra ela. Eu a ignorei o dia todo e isso não era difícil já que ela e a mãe dela praticamente moravam na minha casa agora. Não falei com ela no colégio e nem no caminho pra casa. Ela puxou papo de todas as maneiras possíveis até que ela foi no meu quarto e eu estava estudando.

LEMBRANÇA...

Betina: Bella?

Eu: Hum?

Betina: Eu estou grávida. – eu a encarei rapidamente assustada com o que ela disse e logo joguei a caneta dela.

Eu: Você é lésbica e dedo não engravida, não que eu saiba.

Betina: Mas pelo menos a mentira fez você me olhar. – eu suspirei – Me desculpa vai... Eu juro que não faço mais isso.

Eu: Você queimou meu secador, e eu poderia ter levado um choque sabia?

Betina: Nossa Bella você só pensa o pior... Me desculpa... Eu não faço mais isso. Eu te amo. – fez bico.

Eu: Tá bom... Eu te desculpo.

Betina: Jura? – se animou.

Eu: Te desculpei de manhã, mas não ia facilitar pra você. – dei de ombros.

Betina: Eu estou arrastando corrente o dia todo pra nada? – falou indignada.

Eu: Gostei do seu empenho maninha. – pisquei pra ela.

FIM DA LEMBRANÇA...

Quando a Ângela confirmou que ela estava em Petrópolis eu senti um alívio imenso. E quando chegamos lá e ela tinha sumido, ela só podia estar na capelinha no alto da cachoeira. Eu fui até meu quarto coloquei uma bota e fui até lá. Não demorei a chegar era na nossa propriedade. Olhei lá dentro e vi uma vela acesa, ela passou por ali. Quando olhei atrás da capela ela estava em pé na beirada. Meu corpo todo gelou. Ela cambaleou e quando parou os braços no ar para se equilibrar vi uma garrafa na mão dela. Era whisky. A Betina não bebe nunca e aquilo não era normal dela fazer.

Eu: Meu Deus... – eu me aproximei ficando a uns 3 metros dela. – Betina... – ela me olhou. Seu rosto inchado e com lágrimas ainda caindo estava marcado de dor, estava pesado. Aquela não era a Betina, não a minha Betina...

Betina: Oi... maninha – soluçou... – Como me encontrou aqui?

Eu: Eu sabia que estaria aqui. – ela desequilibrou de novo. – Por favor, sai dessa beirada. Vem até aqui...

NATIESE EM: AMOR A PRIMEIRA VISTAOnde histórias criam vida. Descubra agora