NATIESE EM: AMOR A PRIMEIRA VISTA

Capítulo 58

BELLA NARRANDO...

Eu gostava do Hiago, sempre fui a fim dele e eu não entendia porque eu me prendia tanto a ele porque sempre soube que ele era um galinha de marca maior. Eu não queria sentir o que eu sentia e pela pessoa que eu sentia e eu não sabia por que... Quando o vi beijando a Luiza Maia eu me senti uma completa idiota e fiquei com muita raiva também. Como eu podia ser tão idiota assim? Eu fui tomar banho logo sai me troquei fiz uma maquiagem, as meninas foram tomar banho, a Helena foi falar com a mãe dela no telefone então ela saiu foi pegar o telefone dela com o coordenador. A gente não tinha acesso livre a celular, porque o acampamento era pra divertir, interagir com as pessoas dali e não com as pessoas de fora. Eu nem tentei ligar para as minhas mães nesse dia. A Gabi e a Ana estava terminando de fazer maquiagem.

Ana: Parece triste está tudo bem?

Eu: Sim, está – suspirei.

Gabi: Esse suspiro triste... Você e a Marina se pegam?

Eu: Não, a Marina é minha amiga – ri.

Ana: Mas ela parece gostar de você.

Gabi: E você dela. – meu corpo todo arrepiou.

Eu: E porque acham isso?

Ana: Pela maneira que vocês se olham. Ela parece gostar de você além de amigas. – eu suspirei – Já entendi. Você gosta dela também, mas não queria gostar. – se sentou do meu lado.

Eu: É complicado.

Ana: E por que é complicado?

Eu: Eu tenho medo de perder. Eu vivi esses meus 15 anos achando que oficiais do exército iriam bater na minha porta pra avisar que uma das minhas mães foram mortas no Iraque. Ai uma sofreu um atentado e quase morreu, saiu da Medicom e foi para o Hospital do exército em Boston e a outra ficou. Ai até alguns meses atrás eu vivi com o medo disso acontecer com a minha outra mãe e ela voltou pra casa com um tumor no cérebro que poderia mata-la. Ela foi salva e está tudo bem. Eu perdi amigos em Boston eu vi coisas ruins lá, dentro do meu colégio, eu fui baleada num atentado a minha escola por um aluno que eu conhecia e isso me destruiu. Muita gente ficou ferida, muita gente morreu e desde então eu não faço amizades fácil, porque eu acho que vão morrer, que vou perde-las. Aqui no Brasil eu criei meu circulo de amigos bem pequeno, bem estreito que se resume ao Pedro, a Marina a Helena e agora a Betina porque a mãe dela e minha mãe são noivas. Está tudo incrível e eu não quero perder ninguém e me entregar para um sentimento que eu não sei se vai ser pra sempre e que me assusta. Eu não quero perder minha amiga, porque até pouco tempo eu tinha plena certeza que gostava de meninos. – deixei cair uma lágrima depois de vomitar todos os meus monstros para duas estranhas que me olhavam bem chocadas.

Gabi: Espera... Me perdi... Suas mães são ex combatentes do exército americano?

Eu: Sim. Foram Rangers e médicas da Medicom no Afeganistão e no Iraque, agora são generais reformadas.

Gabi: Você é filha de um casal de lesbicas?

Eu: Sim.

Gabi: Você foi baleada num atentado na sua escola por um aluno onde um monte de gente ficou ferida e outras morreram?

Eu: Sim.

Gabi: Sua mãe agora está noiva da mãe da Betina?

Eu: É...

Gabi: E você está duvidando da sua sexualidade?

Eu: Parece um pouco ridículo né?

Gabi: Desculpa, mas sim... Porque parece um medo de se assumir...

Eu: Não... Eu não tenho medo de me assumir de jeito nenhum, mas eu nunca me interessei por nenhuma garota.

Ana: Até a Marina entrar na sua vida.

Eu: É... Até a Marina entrar na minha vida.

Gabi: As vezes você está com medo atoa sabia? Porque ela é sua amiga e talvez a amizade de vocês não acabe.

Eu: É eu não sei. A insegurança fala mais alto – as meninas logo entraram no quarto e mudamos de assunto. Eu tinha sentimentos pela Marina, mas eu não admitia, eu nunca admiti e sempre mantive tudo isso bem enterrado. Na festa o Hiago estava com outra garota, como o Pedro já tinha dito e a Helena também. Eu me sentei com a Marina ficamos conversando um tempo e ela decidiu ir para o quarto e eu fui com ela.

Marina: Está melhor?

Eu: Sim... – sorri.

Marina: Ele é um idiota, não merece seu sofrimento você sabe disso.

Eu: É eu sei... Marina – paramos no caminho.

Marina: Fala?

Eu: Eu... Eu...

Marina: Você o que? – eu a beijei a pegando de surpresa. Foi um beijo muito intenso e meu corpo todo arrepiou. – Bella... – segurou minha nuca afastando nossa boca.

Eu: Não fala nada, por favor...

Marina: Não quero que se arrependa disso.

Eu: Eu não quero me arrepender disso... – a beijei novamente. Nos afastamos quando faltou o ar e fomos para o quarto. Tomamos banho colocamos pijama, escovamos os dentes e fomos pra cama sem dizer nada.

Marina: Bella?

Eu: Oi?

Marina: Está bem?

Eu: Sim, e você?

Marina: Sim... Não vamos rotular, por enquanto tá?

Eu: Tudo bem. – sai da minha cama e me sentei na cama dela – Eu gosto de você, acho que sempre gostei, mas sempre tive medo de admitir e dar errado e te perder...

Marina: Não precisa explicar... Eu entendo...

Eu: Boa noite...

Marina: Boa noite – a beijei de novo e fui pra minha cama. Não demorei muito a pegar no sono.