Capítulo 35

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Ela era alérgica a algumas medicações usadas em cirurgias e até mesmo coisas simples como o iodo usado para esterilizar a região da cirurgia. Ela como cirurgiã também se tivesse contato com o iodo sem luva já teria reação alérgica. Ela tinha alergia a um anestésico e a algumas outras medicações. Logo a Diorio bateu na minha sala.

Diorio: Oi, está ocupada?

Eu: Oi, estou estudando o caso da Emilly. Ela tem alergia a muitas medicações usadas na cirurgia.

Diorio: Sim. Sobre ela que eu vim falar. O tumor cresceu um pouco, por isso as tonturas. A cirurgia vai ser na sexta mesmo as 8 da manhã. Já reservei a sala, já tenho outro neurologista a par do caso, por que vai ser demorado. Ela é alérgica a Heparina também. 

Eu: Sim eu acabei de ver aqui, vamos ter que usar Citrato de sódio se ela descompensar. O coração dela está fraco Nathalia, eu estou preocupada com isso. Só que o tumor tá crescendo se ela não operar agora, ela não vai conseguir.

Diorio: Você vai acabar tendo que abrir o peito dela né?

Eu: Sim. A cirurgia é muito longa para o coração dela aguentar. E se você deixar a cabeça dela aberta pra ela poder descansar da cirurgia ela pode pegar uma infecção e morrer em horas, então vamos preparar a sala como da primeira vez. Para duas cirurgias em uma. E dessa vez com mais de 50% de chance de ter uma cirurgia cardíaca.

Diorio: Está preocupada com essa cirurgia né?

Eu: Muito. Se ela morrer na minha mesa de cirurgia, a Priscilla não vai me perdoar nunca Nathalia.

Diorio: Ela sabe dos riscos Natalie. Eu falei o mesmo pra ela. Porque eu também estava com o mesmo medo. Não tem outra neuro pra esse caso além de mim. A outra opção segura seria a Priscilla e ela não pode operar a Emilly. Vamos confiar, ela sabe dos riscos Natalie, ela sabe tudo que implica essa cirurgia dela. Mais tarde ela vem para discutirmos o plano cirúrgico dela.

Eu: Que horas a Pri sai da cirurgia?

Diorio: Deve sair umas 14 horas. Cirurgia é longa. Eu tenho uma agora, mas não é demorada. – conversamos mais um pouco e ela saiu. Eu estava com medo. Acho que nem na minha primeira cirurgia eu tive tanto medo assim. Era a melhor amiga da pessoa que eu amo, mãe da filha dela e uma pessoa incrível também e que queria muito viver. Fui atender, falei com a minha filha na hora do almoço e pouco depois encontrei a Pri no corredor ainda com uma das roupas da cirurgia e touca.

Eu: Oi... – ela me puxou pela mão e entramos na porta que dava acesso as escadas. Ela me deu um longo beijo. – O que foi isso?

Pri: Precisava de um carinho – suspirei.

Eu: Perdeu seu paciente não é?

Pri: Perdi – se sentou na escada e eu me sentei com ela. – Estava indo tudo bem, de repente o cérebro dele começou a escurecer. Não deu tempo de fazer nada. Morte cerebral. A família vai doar os órgãos. – suspirou cansada.

Eu: Sinto muito. Pelo menos vai salvar outras vidas com os órgãos né?

Pri: É... Já almoçou?

Eu: Já.

Pri: Eu vou comer, vou dar alta para alguns pacientes e logo a Emilly chega para a reunião.

Eu: Ok. – sorri – Eu te amo. – a beijei.

Pri: Eu te amo mais. – saímos dali eu voltei a atender e nem vi a hora passar. Logo estávamos na sala da Diorio a Emilly estava lá, a Patrícia minha sogra também estava. Ela queria saber de tudo que estava acontecendo.

NATIESE EM: AMOR A PRIMEIRA VISTAOnde histórias criam vida. Descubra agora