Capítulo 20

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Nat: Amor o que foi isso? – veio assustada.

Eu: Um resgate, mas eu estou bem, só preciso de um banho.

Nat: Precisa de sutura primeiro. Vem, eu vou te suturar. – pegou o kit de sutura na emergência e me levou pra minha sala.

Eu: Me deixa tomar um banho rápido primeiro?

Nat: Vai doer, deixa te suturar. Tira a roupa vai – tirei a roupa toda, ela trancou a porta limpou os machucados aplicou anestesia e deu os pontos na coxa e no braço. – Não vai ficar quase nada de cicatriz só uma linha bem discreta.

Eu: Obrigada amor. Você é perfeita sabia?

Nat: Eu sei – sorriu.

Eu: Convencida – dei um tapa na bunda dela.

Nat: Para de bancar a super heroína tá? Agora vai tomar um banho. – me deu um selinho.

Eu: Obrigada – corri para o meu banheiro. Tomei banho, coloquei outro uniforme, coloquei meu jaleco e fui atender.

Ian: Não quer tirar o resto do dia?

Eu: Esses hospital está em "chamas" Ian, ficar sem médicos não é o ideal. Já fui suturada, já tomei banho qual é o próximo?

Ian: Leito 4, 7 e 12.

Eu: Ok. – fui atender. Fui uma correria horrorosa até as 23 horas quando deu uma acalmada e um silêncio fora do comum se instalou no hospital. Estavamos todos muito exaustos. Eu subi na pediatria pra saber do bebê e ele estava bem, se chama Bruno e os pais estão bem também, passaram por cirurgia, mas não correm risco. Fui no andar da cirurgia não vi a Natalie mais depois que ela me suturou, ela tinha ficado o dia todo em cirurgia. Ela estava sentada no chão no corredor da cirurgia. Pude ver quando uma enfermeira entrou pela porta. Ali era área estéril então eu coloquei protetor nos pés, prendi meu cabelo e coloquei uma touca e entrei lá me sentando ao lado dela. – Hei... – ela começou a chorar muito. Eu a abracei de lado e ela chorou copiosamente. Eu não sabia o motivo, mas sabia que eu tinha que estar ali.

XX: Eu preciso de um cardiologista, uma toracotomia em campo... – apareceu uma enfermeira.

Eu: Chama o Ian, ou a Teresa, eles estão disponíveis, a Natalie não está se sentindo bem.

XX: Ok doutora... – saiu.

Nat: Eu posso atender.

Eu: Não, você não pode... Olha pra você... Vamos sair daqui, você precisa descansar. – me levantei e a ajudei a se levantar. Saimos dali e fomos pra um quarto de descanso. Ela deitou numa cama e eu deitei na outra de frente pra ela.

Nat: Eu perdi 4 pessoas da mesma família... O casal e os filhos. 35 e 37 anos 12 e 08 anos... Eu não consegui salvar nenhum dos

4. A mulher estava grávida de 4 meses. Era uma menina.

Eu: Eu sinto muito.

Nat: Agora eu preciso avisar a família que todos eles morreram.

Eu: Eu te ajudo com isso. Mas primeiro respira um pouco... – ficamos ali meia hora em silêncio. Eu sabia o que ela estava sentindo. Logo fomos até a recepção as famílias do casal estavam lá. Os pais deles estavam lá e foi a coisa mais horrível do mundo o desespero deles. Era difícil as vezes não se emocionar vendo a dor da família. Passei no quarto da Emilly, ela recebe alta na manhã seguinte. – Oi...

Emy: Oi... Soube da correria desse hospital hoje. Como você está?

Eu: Levei alguns pontos tirando um bebê dos escombros mas estou bem. Estou muito cansada também.

Emy: E a Natalie?

Eu: Arrasada. Perdeu uma família inteira na cirurgia. Estavam muito críticos.

Emy: Oh que pena. Nunca é fácil né?

Eu: Pois é. Animada para ir pra casa amanhã de manhã?

Emy: Contando os segundos. – sorriu.

Eu: A Bella veio hoje? Nem falei com ela.

Emy: Não. Estava com cólica o dia todo, sua mãe avisou que ficou o dia todo dormindo.

Eu: Oh... Amanhã eu falo com ela. Antes de ir pra casa venho te buscar.

Emy: Vai ficar essa madrugada?

Eu: Vou. Podem precisar de mim... – dei um beijo no rosto dela – Vai dormir... – sai de lá fui para a emergência atendi um pessoal de um acidente de carro, a Natalie estava no sobreaviso descansando, ela estava exausta. Passei a madrugada toda monitorando meus pacientes mais críticos na UTI da neurologia e infelizmente perdi 3 deles. Comuniquei as famílias, assinei os atestados de óbito e fui descansar. Deitei com a Natalie e ela nem viu, estava tão cansada que nem acordou. A abracei e dormi. Acordei com o celular dela tocando.

Nat: Se for minha filha eu vou mata-la. Eu a amo, mas eu vou mata-la... Está tão bom aqui...

Eu: Bom dia – dei um selinho nela.

Nat: Bom dia... – atendeu – Oi Betina? Eu estou no hospital fui chamada de emergência. Eu estava dormindo estou cansada. Fiz tanta cirurgia que nem sei quantas foram. Ok, eu estou indo pra casa, você está bem? Tá bom. Tchau...

Eu: Está tudo bem?

Nat: Sim. O pai dela a deixou lá em casa e eu não estava, ela ligou pra saber se eu tinha sido arrebatada. – rimos.

Eu: Está em condições de dirigir?

Nat: Sim... Mas queria dormir mais um pouquinho.

Eu: Vamos deixa de preguicinha... Eu tenho que pegar a Emy, depois pegar minha filha na minha mãe e ir pra casa também. – levantamos.

Nat: Nos vemos amanhã?

Eu: Sim. Vamos almoçar juntas?

Nat: Vamos. – saímos do quarto combinando nosso almoço e o local. Fui até minha sala me troquei, escovei os dentes lavei o rosto e fui até o quarto da Emy. A Diorio e o Ian estavam lá assinando a alta dela e dando algumas instruções e ela já estava prontinha para ir embora. Cumprimentei a todos assinei os papéis também e fomos embora. Parei na minha mãe, mandei mensagem pra ela pedindo a Bella pra descer. Ela desceu de pijama com a mochila nas costas.

Eu: Bom dia.

Bella: Bom dia. – falou num resmungo. – Bom dia mãe. Está bem?

Emy: Bom dia filha estou sim. Você não me parece muito bem.

Bella: Estou com sono e com cólica.

Emy: De novo Bella?

Eu: Vou marcar uma consulta com a tia Liz pra você tá?

Bella: A tia Liz não vai ver minha perereca não.

Eu: Ai Bella deixa de ser boba ela é médica. – logo chegamos em casa. – Vou ver se seu quarto está arrumado pra você deitar Emy.

Emy: Pelo amor de Deus Priscilla, eu estou deitada a uma semana. Eu vou descansar esse resto de semana e na semana que vem eu vou comprar meu vestido pra festa da minha filha. E por falar em festa já entregou os convites Bella?

Bella: Quase todos mãe... – elas foram pra sala e eu subi tomei um banho e apaguei. 

NATIESE EM: AMOR A PRIMEIRA VISTAOnde histórias criam vida. Descubra agora