Capítulo 3

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Estava numa fila de carro esperando por ela e logo vi a doutora Pugliese saindo de dentro do colégio com uma garota. Era a filha dela provavelmente. A garota estava emburrada e ela como sempre de cara fechada. Elas logo entraram no carro do outro lado da rua e foram embora. Cinco minutos depois parei em frente ao portão do colégio e a Betina entrou no carro.

Eu: Oi filha... – dei um beijo nela.

Betina: Oi mãe... Eu estou faminta.

Eu: A Rita já colocou a mesa, vamos almoçar já. Como foi a aula?

Betina: Normal. Tem a garota que me odeia e eu odeio ela também, e tem um garoto irritante e a amiga dela que é outra insuportável, mas sobrevivi. – dramática que só ela.

Eu: Você sempre sobrevive filha. E como foi com seu pai?

Betina: Estava ótimo até a tal da Roberta chegar.

Eu: Quem é Roberta?

Betina: A noiva, namorada, sei lá o que ela é do meu pai.

Eu: Não gostou dela também, pra variar né?

Betina: Mãe, ela ficou tentando me bajular feito uma criança o dia todo. "Beh, o que acha de pedirmos pizza? Behzinha o que acha de irmos a um salão no final de semana?" – imitava uma voz irritante.

Eu: Filha, você tem 14 anos e é muito ranzinza. Ela só estava tentando fazer amizade, agradar você. – ria.

Betina: Ela pode me agradar mãe, por mais que eu ache isso insuportável, mas não precisa falar comigo como se eu tivesse 4 anos.

Eu: Betina, vamos combinar uma coisa? Você não vai declarar guerra a essa moça. Se seu pai estiver feliz com ela, você não vai se meter, você vai deixar seu pai ser feliz.

Betina: Meu pai tinha que estar com você – falava irritada.

Eu: Mas não estamos mais juntos e nem vamos estar. Não damos certo mais. Muitas coisas aconteceram. Ele é o seu pai e eu não quero ter que ficar no meio disso pra interceder por você ou pela moça nisso tudo. Então por favor filha... Sem guerras, sem maltratar a moça. – ela rolou os olhos.

Betina: Tá bom... Tá bom...

Eu: E a garota do colégio, porque você a odeia?

Betina: Ela trombou comigo e nem me pediu desculpa mãe. Ela é a garota popular, a gringa chata. Ela é gringa, ela mora no Brasil a alguns anos. Ela tem três melhores amigos que dá vontade de enforcá-los. Hoje um dos amigos dela entrou numa discussão na sala de aula e ela entrou no meio e jogou o outro garoto em cima da mesa, a diretora mandou chamar a mãe dela que veio feito uma onça para o colégio. Quando ela viu a mãe, ela até se encolheu de medo. Eu ri pra caramba – deu risada.

Eu: Você não vale nada filha – ri.

Betina: Mas foi engraçado. Ela banca a valentona, mas só ver a mãe brava que ela vira uma franguinha. A mãe dela é médica pelo que eu ouvi. – será que é a Doutora Priscilla Pugliese? Logo chegamos em casa, ela foi se trocar para almoçarmos. Ela foi dormir um pouco e eu fui também, estava bem cansada. Meu celular tocou era o Rodrigo.

Eu: Oi Rodrigo?

Ferraro: Natalie, precisa falar com a Betina.

Eu: O que houve? – suspirei.

Ferraro: Ela foi muito chata com a Roberta hoje e ela só tentou agradá-la.

Eu: Ela já me contou o que houve e eu já falei com ela que não quero que ela fique hostilizando ninguém e nem maltratando ninguém Rodrigo. E olha só, você também é pai dela, eu não a fiz com o dedo, tem autoridade em cima dela tanto quanto eu. Vou dormir, eu estou exausta, boa tarde e seja pai... – desliguei. 

NATIESE EM: AMOR A PRIMEIRA VISTAOnde histórias criam vida. Descubra agora