Sai do quarto fui para o meu tomei um banho me troquei e sentei na cama chorando muito eu senti um medo absurdo. Me recompus e fui pra sala. Minha mãe estava sentada com a Natalie que olhava perdida para algum lugar.
Mãe: Como ela tá?
Eu: Dormindo.
Nat: Ela... Ela bebeu toda aquela garrafa?
Eu: Bebeu – me sentei de frente pra elas. – Natalie, a Betina precisa de ajuda profissional – ela me encarou sem dizer nada esperando que eu continuasse. – Ela... Ela tentou se matar. Ela veio aqui pra isso, ela bebeu e foi para o alto da cachoeira, ela ia se jogar quando eu cheguei. – deixei uma lágrima rolar. Contei tudo que eu vi e ouvi. Eu guardo todos os segredos da Betina, mas isso não podia ficar só pra mim. Ela precisava de ajuda e eu não podia ajuda-la como precisava, a minha mãe e a mãe dela também não. Ela precisava de um médico, ela precisava de intervenção e se fosse preciso eu ficaria 24 horas grudada nela pra que nada acontecesse a ela, mas ela precisava de ajuda profissional.
Nat: Eu não sei o que fazer. Eu tentei falar com ela inúmeras vezes, e ela não aceita conversar, ela muda de assunto, ela me afasta. Eu sei o quanto ela deve estar sofrendo e eu estou tentando ser o mais presente possível pra ela, mas ela me afasta.
Eu: Nat, não está mais nas nossas mãos. Acha que eu também não tentei? A Helena então, meu Deus, coitada da Helena. Ela mal dorme a noite preocupada com a Betina e as duas são namoradas. A Betina a evita de todas as maneiras. Chegamos num ponto em que não podemos mais fazer nada sozinhas, ela precisa de um psiquiatra, ela precisa de uma medicação pra controlar o humor dela, ela precisa voltar pra terapia. Ela está em parafusos com essa situação toda. Ela está entre a mágoa do pai e a saudade e a raiva do que aconteceu e de tudo que ele já fez. Ela está presa num sentimento de mágoa, saudade, de decepção, de impunidade, de dúvida que ela não está sabendo lidar. E pelo amor de Deus Natalie, eu sei que eu não tenho nada com isso, que você é a adulta aqui e eu sou só uma adolescente de 15 anos, mas eu não surda, e não sou burra e eu sei que o Rodrigo te bateu e isso foi crucial pra você pedir o divórcio – as lágrimas caiam pesadas, mas eu precisava falar – Conta pra ela. Ela precisa saber disso. A Betina não é idiota, ela tem essa dúvida dentro dela e isso está acabando com ela aos poucos. Chega de segredos, você é a mãe dela, e o pai dela foi assassinado sabe-se lá por quê. Conta isso pra ela, fala o que ele fez, alivia o peso do coração dela antes que o pior aconteça e a gente não esteja por perto. – ela me olhou assustada e minha mãe falou.
Mãe: A Bella tem razão Natalie. Precisa contar pra ela. Isso está pesando dentro dela, essa dúvida. Tira essa dúvida do peito dela. Vamos falar com a doutora Heloisa ela é incrível, principalmente com jovens. Ela vai saber cuidar dela. Mas precisa falar a verdade pra ela também.
Nat: Tá bom. – a Natalie estava tão perdida que eu tinha vontade de pegá-la no colo as vezes. Betina acordou já era noite, a gente ia dormir lá e ir embora de manhã. Ela jantou, comeu pouco, mas comeu. Logo ela veio para o meu quarto.
Betina: Posso dormir com você?
Eu: Pode vem... – ela deitou e eu a abracei. – Está mais calma?
Betina: Uhum... Obrigada por cuidar de mim.
Eu: Eu vou cuidar de você sempre.
Betina: Eu preciso de ajuda.
Eu: Eu sei e eu já falei com a sua mãe. Precisa deixar que a gente te ajude Beh. Precisa deixar a sua mãe te ajudar, a Helena te ajudar também. E você tem uma missão muito bonita e importante daqui pra frente, cuidar da sua irmãzinha. Ela vai nascer a qualquer momento e a Roberta precisa de você.
Betina: Eu sei... – ela não disse mais nada e não demoramos a dormir. Acordamos bem cedo e voltamos para o Rio. A viagem foi silenciosa a não ser pela Zara puxando o cabelo da Betina o que arrancava alguns sorrisos dela. A Zara não saia de perto dela desde que tudo aconteceu, acho que ela sabia que tinha algo errado. Chegamos em casa eu ainda me troquei e fui para o colégio. Minha mãe e a Nat foram leva-la ao médico. Entrei no segundo horário.
Helena: Como ela está?
Eu: Mal... Minha mãe e a mãe dela foram leva-la ao psiquiatra agora. Ela precisa de ajuda profissional. Ela não está bem.
Marina: E o que aconteceu lá?
Eu: Ela estava tentando se matar.
Helena: Meu Deus – começou a chorar. Contei tudo a elas, o Pedro chegou também pra ouvir tudo.
Eu: Acho que a gente podia conversar com a Celeste, ela pode nos orientar em como ajuda-la da melhor maneira possível. – Celeste é a psicóloga do colégio. No intervalo fomos falar com ela contei a ela tudo que aconteceu e ela nos explicou muitas coisas nos orientou de muitas maneiras. Quando minha mãe foi me buscar soube que ela vai tomar um antidepressivo e fazer terapia duas vezes na semana. No dia seguinte ela já foi ao colégio, foi recebida com muito carinho por todo mundo, a Helena até chorou quando a viu, porque ela não estava nem recebendo a Helena.
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NATIESE EM: AMOR A PRIMEIRA VISTA
FanfictionMeu nome é Priscilla Álvares Pugliese, tenho 34 anos sou médica neurologista chefe de departamento no hospital Copa D'Or. Moro num condomínio no Leblon. Sou divorciada a 5 anos de Emily Marie Parker, ela tem 35 anos e é Ranger da Army nos Estados Un...