Capítulo 70

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XX: Senhorita Pugliese, sente-se por favor. Onde estava na madrugada desse sábado? Por volta de 3:30 e 5 horas.

Eu: Eu estava em cirurgia.

XX: A senhora estava de plantão?

Eu: Não. Eu fiz um plantão de 48 horas e havia feito nas primeiras 24 horas uma cirurgia no cérebro de um paciente, era muito grave o caso dele. Ele estava intubado na UTI e apresentou um quadro de instabilidade durante todo o meu plantão. Eu fui pra casa depois do meu plantão e quando foi 1:40 me ligaram do hospital falando que ele voltou para a cirurgia com o médico de plantão e eu fui para o hospital. Eu fiquei em cirurgia de 2:15 até as 4:30 e meu paciente teve morte cerebral. Como a cirurgia estava no nome do médico de plantão, ele ficou de avisar a família e eu fui pra casa. Cheguei em casa as 5:15 deitei e dormi novamente.

XX: Tem como provar?

Eu: Claro. Os prontuários eletrônicos principalmente de cirurgia, quando são salvos, são impossíveis de alterar, e nele possui quem estava no bloco cirúrgico, nossas assinaturas, a hora que entramos e saímos. Tem também o ponto eletrônico já que eu fui chamada conta como hora extra, e toda a equipe médica que esteve junto comigo pode comprovar que eu estive lá.

XX: Tem uma pistola semi automática?

Eu: Sim.

XX: Por que tem uma?

Eu: Por que eu sou general reformada do Exército Americano – ele se ajeitou na cadeira percebendo a merda que tinha feito ao pedir um mandado de prisão contra mim, sendo que antes de me acusar de assassinato até mesmo suspeitar, ele poderia ter me chamado para prestar depoimento sobre o Rodrigo.

XX: SW 40?

Eu: Onde está querendo chegar delegado? O senhor já sabe quem eu sou, sabe que se aprofundar demais, as coisas podem ficar ruins para o senhor, para o estado e para o país. - dei uma carteirada discreta.

XX: Para o estado e para mim sim, mas o país não. A senhora é brasileira.

Eu: Não sou mais. Eu sou naturalizada americana então eu não tenho mais a minha cidadania brasileira como primeira pátria e sim a americana, então eu posso pedir que a justiça dos Estados Unidos extradite o meu caso que por sinal foi o senhor que inventou, para ser julgado lá, e como eu não fui responsável por isso, o país, o estado e o senhor vai responder legalmente por esse desrespeitoso e improcedente mandado de prisão contra uma general da ARMY. - ele engoliu seco e eu continuava serena vendo a hora que eu teria que chamar a Natalie para checar o coração dele, porque parecia que ia enfartar, mas não abaixava a guarda.

XX: Senhora, só queremos descobrir quem matou o senhor Rodrigo.

Eu: E presumiu que foi eu por quê? Por que eu sou noiva da ex mulher dele? Pois bem delegado. O senhor NÃO me chamou para uma conversa prévia que era a primeira coisa que deveria ter feito. Sua primeira pergunta deveria ter sido como era a minha relação com o Rodrigo e se eu tinha desafeto com ele antes de me perguntar onde eu estava quando ele foi encontrado, e me perguntar se eu tenho porte de uma pistola semi automática. Pois vou facilitar para o senhor... – abri minha bolsa peguei meu documento do exército a minha arma, um cartucho dela, o registro e o meu passaporte americano e coloquei em cima da mesa dele. – Eu nunca tive problemas com o Rodrigo. Eu falei com ele pouquíssimas vezes, dá para contar nos dedos de uma mão e ainda sobram dedos. Quando ele soube do meu relacionamento com a Natalie ex mulher dele, ele nos parabenizou. A última vez que eu falei com o Rodrigo foi no dia da festa de 15 anos da filha dele que ele violou a medida protetiva que a ex mulher dele e a filha tinham contra ele e apareceu lá e conversei educadamente com ele pedindo para ir embora e não criar confusão. Minha filha estava do meu lado quando isso aconteceu. Não houve briga, não houve ameaças nem nada do tipo. Ele estava alterado parecia um pouco bêbado e provavelmente estava drogado pelos olhos vermelhos e vidrados, pupilas dilatadas e sem reações a movimentos. A minha noiva apareceu e pediu para ele ir embora e o segurança o impediu de entrar na festa e a cerimonialista chamou a policia, porque ele estava violando a medida. Ponto final. Foi a Última vez que falei com ele. E aqui na sua frente tem meu passaporte, minha pistola semi automática, o registro da minha arma, meu documento oficial da ARMY e um cartucho da minha pistola. Pode olhar... Se tivesse investigado sobre mim antes de expedir um mandado de prisão contra mim, saberia quem eu sou e saberia que um S&W 40 que é o nome correto a se pronunciar é uma semi automática utilizada pelo exército brasileiro. A pistola usada pelo exército americano, é uma COLT M1911 calibre 45. – o delegado estava mais branco que eu naquele momento. – Sinto te decepcionar, mas seu assassino provavelmente é ligado ao exército brasileiro ou roubou a arma de um oficial o que não deve ser muito difícil já que a segurança nacional desse país não funciona como deveria.

XX: Senhora... Eu sinto muito...

Advogado:Aqui estão os registros e as assinaturas. Eu pedi no hospital quando ela meligou, que imprimissem tudo sobre a cirurgia do paciente dela. Tem o horário detudo certinho. Se quiser também as imagens das câmeras de segurança do hospital, podem ser disponibilizadas comprovando a hora que ela chegou e saiu do hospitalnaquela madrugada, para confirmar. –entregou a ele – Minha cliente não falamais uma palavra. - O delegado suava frio. Eu fui dispensada e em seguida aNatalie também. Ela me abraçou nervosa. 

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vraaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaauuuuu... que socão na boca delegado sem noção... 

NATIESE EM: AMOR A PRIMEIRA VISTAOnde histórias criam vida. Descubra agora