O que é destino para você?
O que entende por estar fadado a algo, ou alguém?
Ao menos saberia me dizer o que de fato é apenas viver a vida?
Acredito que muitas pessoas responderiam com coisas filosóficas, complexas, e até metafóricas, apenas para...
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A maciez do banco de couro daquele carro ainda surpreendia Gaby, por mais que já estivesse dentro do veículo há algumas horas desde o seu recebimento. A ruiva parecia não crer que havia ganho um carro tão caro como aquele, para ela coisas assim só aconteciam entre famílias ricas ou nos filmes que costumava maratonar com Jeongguk.
Mas naquela tarde seu pensamento havia sido refutado após ter em mãos as chaves do veículo, com a clara declaração de Anthony de que não aceitaria uma recusa quanto ao presente. Gaby ainda buscou o olhar do pai ao aceitar o carro, e após Francis acenar em concordância com um sorriso pequeno nos lábios, a ruiva aceitou o presente para a felicidade de Anthony.
- Oh! - a boca de Chris se abriu assim que viu Gaby parada diante do prédio em que ele vivia com o irmão - Você andava de ônibus só por diversão?
- Ah claro! - Gaby riu antes de o ver adentrar - Tinha que saber qual era a sensação de um coletivo lotado, além do metrô caótico.
Chris não reprimiu a risada após Gaby gargalhar ao seu lado, ele nunca havia escutado a risada dela de fato, tudo o que Chris conhecia da ruiva desde que se tornaram amigos, eram os sorrisos educados e olhar melancólico. Aquela era a primeira vez que ele tinha um vislumbre da energia dela.
- Você tem uma risada bonita. - ele comentou após colocar o cinto de segurança - Deveria libertá-la mais vezes.
Gaby pareceu sem jeito diante a sugestão, acabando por apenas limpar a garganta antes de ligar o carro. A ruiva havia chamado Chris para a sua festa naquela noite, e como Chris não costumava beber ela achou ser uma boa ideia ir com seu carro recém ganho. Afinal ele poderia dirigir na volta para casa, já que era certo que Gaby não estaria em condições para tal ato.
- Eu ganhei do meu padrinho. - ela comentou após começar a dirigir - Confesso que ainda não acredito que ele me deu algo tão caro.
- O meu padrinho deu ao meu irmão uma moto no último aniversário. - Chris contou ao que observava as pessoas nas calçadas.
- E o que ele deu a você? - Gaby perguntou curiosa.
- Um computador. - Chris murmurou com um biquinho - Eu realmente não ligo muito para aniversários, acho só mais um dia como outro qualquer. - ele a olhou - Mas dou importância aos aniversários das pessoas próximas a mim.
- De certa forma eu compreendo seu pensamento. - a ruiva sorriu pequeno - Eu penso igual. Mas este ano minha melhor amiga fez questão da minha presença como aniversariante, então vou com meu melhor sorriso para isso.
Chris anuiu soltando um risinho fraco, tornando a olhar para a estrada onde o fluxo de carros era consideravelmente alto. O breve silêncio existente no veículo não era desagradável, na verdade havia bastante conforto naquele momento.
Gaby não possuía o olhar amuado de todos os dias, ela mantinha uma feição tranquila ao que seus dedos apertavam vez ou outra o volante do carro. Era nítido o prazer que ela sentia ao dirigir, bastava vez como seu corpo possuía mais tranquilidade ao mesmo tempo que passava imponência.
