O que é destino para você?
O que entende por estar fadado a algo, ou alguém?
Ao menos saberia me dizer o que de fato é apenas viver a vida?
Acredito que muitas pessoas responderiam com coisas filosóficas, complexas, e até metafóricas, apenas para...
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A garrafa ainda gelada de cerveja já se encontrava com o líquido pela metade, o olhar vazio voltado para o céu naquela madrugada de clima irrelevante, mostrava o quão perdido Jeongguk se encontrava.
Suas mãos doloridas e cortadas, seguravam de forma precária a garrafa de cerveja e a carta de seu pai, pouco se importando com a altura daquele terraço onde estava sentado há quase três horas. Completamente sozinho.
O celular quebrado no chão mostrava o que seu descontrole ocasionou após encerrar a ligação, os olhos inchados e rosto marcado por lágrimas já secas, deixava claro o nível de sua dor já externada.
Ele estava péssimo com sua escolha, mas sabia que não tinha como voltar atrás.
- Você deslocou o ombro da Viollet. - a voz grave de seu melhor amigo soou, um tanto distante.
- Não foi minha intenção. - Jeongguk sequer olhou para trás, ele não queria ver a decepção no olhar dele.
O arfar de Taehyung pareceu empático após seus passos se tornarem audíveis. O Kim não estava ali para julgar o melhor amigo, tão pouco o obrigar a falar sobre aquilo que o estava engolindo de dentro para fora. Ele só queria ser alguém ali, para caso Jeongguk precisasse de um ouvinte, ou quem sabe um ombro amigo.
- Eu magoei ela. - o moreno murmurou com a voz embargada - Fiz tudo o que prometi não fazer.
- Sabe que não tem que fazer isso. - Taehyung comentou se encostando na beirada do parapeito - Não tem que arrumar a bagunça dos Jeon. Seu pai não te obrigaria a isso.
- Alguém tem que acabar com isso, e não virá ninguém depois de mim. - ele constatou amargo - E-ela...você sabia?
Taehyung negou devagar, ele de fato não sabia que Gaby esteve grávida de seu melhor amigo, e caso soubesse era certo de que ele arrastaria Jeongguk até o apartamento deles e o faria ser o melhor pai e namorado do mundo para eles. Seria a coisa certa.
Mas Taehyung não era tão próximo da ruiva, especialmente por conta de Jeongguk.
- Foi culpa minha...ela perdeu o bebê por minha culpa. - Jeongguk lamentou.
- Ela não é a Lizzie. - Taehyung alertou um pouco rígido - Você precisa entender isso! A Gaby não é a Lizzie Donfort.
- Então me fala como pode doer da mesma forma?! - o moreno se alterou um pouco - Quando a Viollet me contou sobre o bebê...eu...me vi com 16 anos outra vez. Foi como estar naquele maldito hospital, ouvindo o médico falar que-
- Não imagino como deva doer, mas por Deus Jeongguk, você precisa superar esse trauma. - Taehyung o cortou de forma cautelosa - O que aconteceu com a terapia que me disse que faria? Você estava disposto a buscar ajuda com isso, e talvez este seja o evento que te faça enxergar isso com ainda mais clareza.
- Você fala como se ir até um terapeuta e falar disso, fosse resolver tudo na minha vida. - Jeongguk se voltou por completo para ele, antes de descer do parapeito e terminar sua cerveja - O que um estranho poderia me dizer, que eu já não tenha escutado de você ou do meu irmão?
