O que é destino para você?
O que entende por estar fadado a algo, ou alguém?
Ao menos saberia me dizer o que de fato é apenas viver a vida?
Acredito que muitas pessoas responderiam com coisas filosóficas, complexas, e até metafóricas, apenas para...
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Após deixar tudo minimamente organizado, Gaby se permitiu descansar enquanto observava a luz adentrando a janela do dormitório. Ela observou por alguns minutos a forma como as partículas de poeira pareciam dançar por entre os raios solares, e tal detalhe a fez sorrir distraída.
A música que ecoava por seus fones pareciam trazer um bom tema para aquele momento de reflexão, ela gostaria que Simon estivesse ali para partilhar com ele aquela observação tão momentânea. Mas ao invés de seu irmãozinho, Gaby tinha uma colega de quarto calada e de olhar vago.
Seus olhos migraram para o lado oposto ao anterior, após ouvir a voz da outra jovem que até aquele momento havia se mantido extremamente calada. Ela até mesmo se assustou quando a ouviu lhe chamar, algo que a outra notou pelo abrir de olhos realizado por Gaby.
- Me desculpe por mais cedo, eu estava com muita coisa na cabeça. - a jovem explicou sem jeito, tratando de lhe estender a mão - Me chamo Viollet.
- Prazer em te conhecer. - Gaby sorriu fechado, recebendo um sorriso amigável da jovem - Você também é de llinois?
- Ah, não. Eu sou de Tucson, Arizona. - a mais alta contou deixando seu corpo recair na cama.
- E ainda assim foi pegar um vôo em Illinois? - Gaby questionou movendo a cabeça para o lado.
Viollet riu com a confusão clara na face da ruiva, e apenas afirmou a pergunta feita com preguiça de explicar todos os fatores que a levaram para Illinois. A jovem ainda não conhecia Gaby direito, e não achou necessário lhe contar mais do que seu nome e de onde vinha, já que após o verão elas certamente não se veriam nunca mais.
- Você veio pra qual curso? - Viollet perguntou após um silêncio se instalar no quarto.
- Dança! - Gaby respondeu com uma agitação no timbre de voz, soltando logo um suspiro feliz - E você?
- Artes plásticas. - Viollet declarou também animada - Espero que não se incomode com as prováveis manchas de tinta pelo chão.
Gaby apenas negou com uma risada gentil, alegando não se importar muito com manchas de tinta, já que ela tinha sobrevivido a época em que Simon alegava ser o próximo Van Gogh. Ela ainda se recordava das vezes em que o pequeno correu pela casa com pincéis sujos de tintas variadas, falando que criaria a próxima fase da arte moderna.
Novamente o silêncio se pronunciou no espaço, levando Gaby a começar com um batucar sutil de seus pés contra o chão. A ruiva não gostava da ideia de se sentir entediada, e eram nestas horas que ela tinha como hábito colocar sua playlist na caixinha de som, e deixar seu corpo apenas se mover de acordo com as batidas e melodias de cada uma das músicas, até se sentir exausta.
- Será que a sala de prática fica aberta o dia todo? - Gaby perguntou aleatoriamente, olhando para Viollet.
- Eu não faço ideia, mas você pode dar uma olhada, no plano de aulas tem um mapa. - ela aponta para o papel sob a cama, ganhando a atenção de Gaby.
