O que é destino para você?
O que entende por estar fadado a algo, ou alguém?
Ao menos saberia me dizer o que de fato é apenas viver a vida?
Acredito que muitas pessoas responderiam com coisas filosóficas, complexas, e até metafóricas, apenas para...
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O som que ecoava através dos fones de ouvido, traziam algum sinal de vida ao cômodo tão pálido daquele quarto de hospital. Os dedos longos do moreno batiam contra a cama de acordo com o ritmo da música, mostrando que após alguns dias naquele hospital tão barulhento, ele já não possuía qualquer incômodo em ainda estar preso naquela cama.
Os olhos de brilho opaco apenas observavam a vista não muito atrativa de sua janela, se perguntando de forma muda, quanto tempo mais ele teria de viver naquele maldito ciclo, onde suas queixas quanto a usar a cadeira de rodas, geravam brigas acaloradas com seu irmão e amigos, a cada visita.
Após ouvir pela quinta vez a mesma música, Jeongguk suspirou baixinho antes de dar alguma chance para as demais da playlist precária, que Taehyung havia criado para ele. Seus dedos foram passando as músicas existentes no celular, até que um som não muito comum lhe chamou a atenção.
Vozes alteradas podiam ser ouvidas vindo do corredor, e pelos tons utilizados pelas pessoas, era quase certo de que haviam se esquecido que estavam em um hospital. A curiosidade do moreno acabou ganhando do seu interesse pela música, o levando a deixar o celular ao seu lado na cama, e prestar mais atenção a discussão que ocorria do lado de fora.
- Acha que eu não sei que mandou sua filha até a minha casa, para conseguir extorquir meu avô?! - a voz feminina se elevou mais, mostrando bastante raiva em seu tom.
- Não quero absolutamente nada dele! Foi ele quem rejeitou a própria neta, e sou eu quem não quer qualquer vínculo entre eles hoje! - uma voz mais contida soou, antes de uma risada seca ecoar pelo local.
- Me poupe Margarida! Você já teve o suficiente do Francis, quando se casou com o namorado da sua amiga! Não me surpreenderia, se agora tentasse extorquir o pai dela, usando do peso que ele carrega na consciência! - então o som de palmas se fez ouvir, revelando um notório sarcasmo surgir - Se aproveitou da dor que o Francis estava sentindo, e se agarrou a ele como a bela vadia latina que você é!
O som seco e alto de um tapa se fez ouvir, levando até mesmo Jeongguk a se surpreender pelo caminho que aquela discussão estava tomando. Por alguns segundos houve apenas o silêncio no exterior do quarto do moreno, o fazendo duvidar quanto a permanecia das mulheres ali.
- Não devia ter feito isso. - a voz seca da mulher então voltou a ser ouvida - Você pode ter levado esse conto da amiga bondosa, que criou a filha da amiga desaparecida até agora, mas se depender de mim aquela garota vai conhecer a verdade. Vai saber quantas vezes você atrapalhou a verdadeira mãe dela de se aproximar!
- Você não se atreveria Margot! - a mulher que Jeongguk já sabia se chamar Margarida, exclamou nervosa - Não cabe a você contar a ela! Você não é nada dela!
- Eu sou a prima dela, ou já se esqueceu que depois do sumiço da Maéva, o avô da sua suposta filha, reconheceu o meu pai como forma de suprir a ausência dela? - Margot declarou sem demoras - A única aqui que não tem qualquer ligação com ela, é você! Você não é nada, além da mulher que mentiu para ela a vida toda!
