Carta na manga

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A cada livro posto dentro da caixa, uma pontada solitária acompanhava o coração da jovem que apenas suspirava baixinho

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A cada livro posto dentro da caixa, uma pontada solitária acompanhava o coração da jovem que apenas suspirava baixinho. Seus dedos pareciam relutantes ao ter de apertar as capas duras de cada livro, como se os retirar daquela estante grande fosse lhe causar mais solidão.

Em meio aos vastos títulos, ela avistou Soul Love um livro que havia ganhado ainda no colegial, quando acreditava não haverem histórias de amor capazes de lhe surpreender. Ainda vivia em sua mente a figura amigável de Sam, lhe estendendo o livro com um sorriso bonito nos lábios cheios, alegando que aquela história valeria a pena ser lida e sentida.

O final sempre lhe fazia sorrir com os olhos parcialmente marejados, pois eles eram tão jovens e ainda assim tão maduros para suportar suas vidas. Talvez houvesse uma pitada irônica em tal detalhe, se ela olhasse para a sua vida amorosa hoje.

Em seus fones podia-se ouvir These Memories, e certamente aquela música junto aquele livro não lhe faria sorrir. Tudo ali parecia contribuir para que Gaby sentisse toda a dor, que por quase uma semana, ela se negou a sentir.

Uma semana evitando a todos, evitando seus melhores amigos, seu pai, seu irmãozinho, sua irmã. Gaby precisava sentir as coisas da sua maneira, e sabia que não conseguiria o fazer se houvessem pessoas lhe falando o quão estúpido Jeongguk havia sido.

Diminui-lo não faria diferença alguma, pois não se alivia uma dor, ofendendo ou menosprezando outrem.

Certas dores precisam ser sentidas, precisam ser externadas. Precisamos sentir, ainda que machuque. Não há outra forma de crescer e aprender, se não  com cada ação passada.

Com cuidado ela colocou o livro na pequena pilha bem arrumada na caixa, e ergueu a cabeça deixando que o vazio daquele apartamento visse seu rosto molhado pelas lágrimas. Já se viam as estrelas pela janela do grande local, elas brilhavam como a tempos ela não via, e tal visão a fez arfar.

- Nem castelos, ou masmorras. - ela sussurrou - Apenas eu e o vazio.

O mover sutil de sua cabeça fez com que uma lágrima caísse sobre a capa do livro, aumentando parte de algumas letras contidas após o título.

- A noite o céu é perfeito. - ela leu com a voz embargada, secando logo depois a capa para que não manchasse.

O som da campainha soou pelo local tão silencioso, fazendo a ruiva franzir as sobrancelhas por não ter sido avisada pelo porteiro quanto a essa visita inesperada. Gaby enxugou o rosto antes de seguir até a porta ainda receosa, ela observou pelo olho mágico quem poderia estar ali, e acabou se surpreendendo com a figura um tanto tensa de Taehyung.

Ela destrancou a porta devagar olhando de forma curiosa para ele, notando que após ver sua figura o mais alto engoliu a saliva devagar e buscou por ar antes de tentar sorrir em sua direção.

- Como você está? - o Kim perguntou erguendo uma sacola de um restaurante próximo ao condomínio - Trouxe para você.

- Já fazem meses que não te vejo, por que só apareceu hoje? - Gaby perguntou dando espaço para ele entrar.

When In London 》JJKOnde histórias criam vida. Descubra agora