O que é destino para você?
O que entende por estar fadado a algo, ou alguém?
Ao menos saberia me dizer o que de fato é apenas viver a vida?
Acredito que muitas pessoas responderiam com coisas filosóficas, complexas, e até metafóricas, apenas para...
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Vocês se amam?
Aquela pergunta ecoava na mente da jovem que agora deixava a água fria recair em sua cabeça, buscando esquecer toda a insegurança que sentiu após ouvir aquele questionamento. Sua mente já possuía inseguranças demais, para que mais uma viesse morar em seu subconsciente em relação ao seu namorado.
Gaby amava seu namorado, quer dizer, eles passaram um ano e meio juntos vivendo inúmeras coisas, então isso já poderia ser chamado de amor. Não é?
Eles compartilharam inúmeros momentos bons juntos, assim como momentos ruins também, um deles por exemplo foi a morte da avó dela. Que na época arrasou grande parte da família da ruiva, arrastando a jovem para uma depressão profunda.
Não seria possível que Lucas a fosse trocar na primeira oportunidade, não quando ele foi quem ficou ao seu lado nos piores momentos possíveis. Não o jovem que fez inúmeras juras de amor à ela, quando ainda eram tão novos e observavam as nuvens de seu telhado. Ele não a deixaria, não quando sempre jurava amor a ela, até mesmo quando estavam brigados.
Alguém assim tão amoroso não se tornaria um canalha, não é?
- Por Deus! - a ruiva bateu as mãos na parede gélida do banheiro, não ligando para a ardência no local logo depois - O Lucas me ama, ele sempre diz isso!
Seus olhos buscaram por suas roupas, antes dobradas ao lado de sua bolsa e acabou por coincidência avistando seu celular com a tela acessa, onde a foto dela e de seu namorado era vista como papel de parede. Ela sentiu uma pontada no peito devido a saudade, e suspirou alto antes de começar a trocar de roupa.
Após secar seus cabelos, agora obtendo a ondulação natural dos fios, Gaby saiu do banheiro sem muita pressa. Suas pernas doíam um pouco pelo ensaio de mais cedo, mas isso não a fez desistir de praticar mais um pouco após chegar em seu quarto. Ela queria mostrar que era uma dançarina realmente boa, nem que para isso tivesse de carregar dores musculares por algumas semanas.
A jovem já havia errado os passos que lhe foram ensinados na aula do professor Miller mais de seis vezes desde o início de seu treino, e por mais que ela buscasse manter a calma, naquele momento ela estava prestes a jogar a toalha devido a frustração e dor muscular.
Ela ouviu sua colega de quarto avisar que iria a cantina, mas recusou qualquer alimento que poderia ser trazido por ela. Gaby só queria conseguir fazer direito aquele bendito passo, nem que isso lhe custasse o resto da tarde, ou até mesmo parte da noite.
O som da chuva de verão caindo lá fora já havia tomado mais da atenção da jovem, do que a música em seus fones de ouvido, e como o esperado ela errou mais uma vez o que tanto treinava. Gaby jogou o celular na cama com força, passando as mãos nos fios desalinhados de seu cabelo, se questionando o que a estava distraindo tanto.
Ela moveu suas mãos em movimentos circulares em suas pernas, tentando amenizar o desconforto muscular que sentia, agora pelo excesso de exercícios, e se pegava revivendo as frases tão corriqueiras de sua mãe em sua memória mais recente.
