Quietude.
Tudo o que havia naquele quarto além do monitor cardíaco, era a mais clara e simples quietude.
Nada de vozes alteradas em uma sala de espera lotada, ou exigências quanto ao estado da paciente inconsciente naquele leito. Tudo naquele lugar era silencioso, gelado, e absurdamente caro.
Gaby pareceu lutar para abrir os olhos após o efeito da morfina diminuir, seu corpo latejava um pouco e suas mãos pareciam necessitar de algum amparo após soltarem o cobertor macio que recobria seu corpo.
- Tente não se mexer muito, seu corpo não deve estar em seu melhor estado. - uma voz cautelosa soou próximo a sua cama.
- Quem vai me contar a verdade? - ela questionou após mover sua cabeça para o lado esquerdo, tendo uma clara visão de seu padrinho.
- Qual de nós dois, você quer ouvir? - o italiano perguntou se recostando na poltrona branca, tendo em mãos sua gravata recém retirada - Posso chamar seu pai aqui, e ele te conta o que quiser saber.
- Você é o meu pai, não é? - Gaby questionou um pouco emotiva.
Travis a olhou curioso pela clara dedução, eles não haviam tido muitas interações para que alguma coisa escapasse dele. E lhe era certo de que Francis também não havia dito qualquer coisa que a levasse até aquela conclusão.
Ele moveu a cabeça um pouco para o lado, estudando um pouco mais as feições da filha, como se agora fosse ela o grande mistério ali. Ele deixou um curto suspiro romper seus lábios após sentir a inquietação dela diante ao seu silêncio proposital.
- Como descobriu?
- Antes de apagar, quatro seguranças entraram no apartamento, e um deles falou o seu nome ao telefone. - ela contou devagar - Que padrinho deixa seguranças de vigia na casa de uma afilhada que sequer conhecia?
- Um padrinho cauteloso? - ele tentou suavizar o clima, mas a ruiva não esboçou nada.
- A verdade.
Travis deixou seu olhar recair em seus sapatos caros, sentindo a ansiedade lhe acertar o corpo como uma onda alta, em meio ao mar de ressaca.
Ele sentia o olhar da filha sobre si como se apesar de estar tendo a confirmação de sua pergunta, ela quisesse ouvir de sua boca que sim, ele era o seu pai biológico.
- Sempre imaginei que teríamos essa conversa em um ambiente mais amigável. - Travis confessou baixinho - Na verdade, eu queria ter tido essa conversa há muitos meses atrás.
- Por que não me disse de uma vez? Por que todos parecem ter essa maldita necessidade de me proteger, quando está óbvio que não vem dando nada certo?! - a ruiva questionou inquieta, parecendo aflorar grande parte de suas frustrações - Todos agem como se eu fosse uma maldita princesinha indefesa, e mentem copiosamente! Eu tenho o direito de saber a verdade.
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When In London 》JJK
FanfictionO que é destino para você? O que entende por estar fadado a algo, ou alguém? Ao menos saberia me dizer o que de fato é apenas viver a vida? Acredito que muitas pessoas responderiam com coisas filosóficas, complexas, e até metafóricas, apenas para...