Capítulo 14 - Sentimentos Contraditórios

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- vai, Mal. Não precisa nem ler, é só tirar as fotos - Bertha murmura para si mesma enquanto trava uma luta interna sobre abrir ou não a pasta azul em suas mãos.

No dia anterior quando Ben deixou ela em casa, Mal permaneceu com o terno dele no corpo, assim como o cheiro e claro, o chaveiro.

A carteira também, mas nisso Mal nem se quer mexeu, já bastava o título de traiçoeira e mal caráter, ladra no sentido literal já era demais para ela suportar.

- vai, Bertha. - respira fundo e liga o aparelho ultrapassado mais uma vez já com a câmera ligada, ao abrir a pasta e tirar os documentos nem demora a atenção muito nas letras, pois não quer saber do que se trata tudo isso. Ao tirar todas as fotos ela guarda os documentos novamente e coloca a pasta dentro da gaveta trancando logo em seguida.

Ao colocar o chaveiro de volta no bolso do terno só faz sair correndo logo de lá enquanto coloca também o celular dentro do bolso do vestido do uniforme após mandar todas as fotos para o único número que tinha nele. No caminho para o quarto de Ben tenta não demonstrar a morbidez de sua alma em sua expressão facial, não quer perguntas sobre seu estado de espírito hoje.

Por ser ainda cedo já que ela aproveitou a falta do que fazer da última aula da faculdade, o castelo ainda está praticamente vazio pois todos estão ocupados com a preparação do almoço. Sem saber se Ben esta em casa ou não Mal bate na porta do quarto dele apenas por causa do protocolo ao entrar no cômodo. Ao ver que não tem ninguém ela vai em direção a cama para deixar o terno, quando se vira sua atenção se prende ao seu quadro em cima do sofá de couro no canto da parede.

- ué...- se senta no sofá ao pegar o seu quatro a salvo da chuva daquela noite tenebrosa - ele guardou - ela murmura enquanto abraça o trabalho da matéria que inclusive levou zero por não ter apresentado a tempo, já que a entrega era para o dia de hoje.

A porta é aberta sem nenhum aviso prévio, motivo pelo qual a pessoa que abriu é o dono do quarto.

- Mal? - o sorriso de Ben para ela a deixa quase distraída do que havia ido fazer lá.

- vim devolver seu terno - diz ao se levantar do sofá ainda com o quadro em mãos. Ben sorri sem nem se importar em verificar a roupa na cama aonde ela indicou que está.

- me entregaram esse quadro ontem quando voltei, não tem assinatura mas imediatamente eu lembrei de você - Ele diz se aproximando de Mal, quando pega o quadro e observa os detalhes explica o motivo de ter lembrado dela - esse lago encantado é o mesmo que a gente viu em um dos quadros naquela sala - Mal sorri por ele ter lembrado disso. Quando ela pega de volta o quadro acena em positivo com a cabeça concordando que é o mesmo.

- eu não terminei ainda - explica a causa da falta de assinatura e brilho, pois ela ainda não passou verniz na pintura.

- ta vendo? sempre soube que você tinha talento - a encara com admiração - esse quadro está perfeito, Mal. Sem nenhum defeito, de verdade - elogia a deixando sem saber o que dizer.

- obrigada - o olhar dos dois permanecem fixos um no outro, só se separam quando Mal volta a olhar para sua obra prima - uma pena que eu esqueci de levar para casa e não pude entregar para ter minha nota, valeu um belo zero no meu boletim - faz graça antes de colocar o quadro no sofá novamente.

- por que não me ligou? Eu levava para você - Mal olha para Ben percebendo agora que realmente ele não tem nenhuma noção do quão distantes os dois estão, ou ao menos deveriam está. Quem nesse mundo iria ligar para o rei levar seu trabalho da faculdade?.

- o cara... o cara daquela noite levou meu celular - omite detalhes, pois foi ela quem entregou o próprio celular para Harry levar, mas não deixa de ser uma meia verdade.

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