Cap. 46

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Padre Flynn a apresentou a irmã Thereza e a irmã Eugene,mas nenhuma das duas pareciam freiras. Eram mulheres de ar amigável em torno de trinta e poucos anos. A irmã Eugene prontificou-se a levar Anastácia lá em cima,para mostrar-lhe os quartos onde às mulheres ficavam,e o berçário. Havia uma enfermaria,chefiada por uma enfermeira que era uma freira.

- Mandamos os piores casos para o hospital. Mas deixamos aqui todas às que podemos,é mais tranqüilo para ela (explicou a irmã)

Era mais de 20:00hr quando Anastácia saiu aquela noite. Padre Flynn estava em pé na porta,conversando com um policial que trouxera uma garotinha de 2 anos que tinha sido estuprada pelo pai. Anastácia odiava casos assim... ela pelo menos tinha 13 anos... mas tinha visto bebês no St.Mary's estuprados e sodomizados pelos pais.

- Dia difícil?(perguntou o padre simpaticamente)

- Dia bom... o senhor dirige um grande lugar  (gostara mais dali do quê do St.Mary's. Era mais vibrante,mais caloroso)

- Quem o faz grande são às pessoas que trabalham nele.

Anastácia se comprometeu a trabalhar 2x na semana e no domingo.

- Posso vim no dia de Ação de Graças?(disse tranquilamente)

- Não vai pra casa?

- Não tenho casa pra ir (disse sem hesitar)

Ele olhou-a nos olhos,havia muita coisa ali que ela não estava dizendo.

- Adoraríamos ter você conosco... Fica sempre muito movimentado aqui.

- É exatamente o que quero. Vejo-o na semana que vem padre.

- Deus a abençoe,Anastácia  (disse padre Flynn)

- Ao senhor também padre (disse e saiu)

Foi uma longa,fria,assustadora caminhada de volta ao metrô novamente,entre vagabundos e bêbados. Mas ninguém a incomodou, e meia hora depois,chegava em casa.Estava cansada,mas sentia-se renovada outra vez.

" existem seres humanos desprezíveis"

MALDADE (Concluída)Onde histórias criam vida. Descubra agora