Cap. 82

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Continuação...

- Não pode ser você.

Mas parecia com ela. Era possível ver o seu rosto. Apesar dos olhos fechados,ela estava completamente reconhecível. E então ela pensou... ele tirou sua roupa... tirou todas às peças... a única coisa que ela usava era uma fita preta no pescoço. Ele deve ter posto para dar mais sensualidade,enquanto ela dormia. O crédito do fotógrafo dizia Jack Hayder. Ana ficou ainda mais pálida do que quando vira a foto pela primeira vez. E Cristian percebeu sua expressão. Sabia que havia algo por trás daquilo.

- Você conhece quem tirou está foto?

Ela admitiu,desejando poder morrer por ele. Desejando,para o bem dele,nunca tê-lo conhecido ou nunca ter tido filhos dele.

- O quê é isto,Anastácia?Quando você vez isso?(pela primeira vez em 16 anos seu tom de voz era gelado)

- Não sei bem. Eu ... eu saí com um fotógrafo algumas vezes em Chicago. Já lhe falei dele. Ele disse que queria tirar fotos minhas e na agência eles queriam que eu tirasse... (ela gaguejava,sufocando-se com às próprias palavras e Cristian estava atônito )

- Queriam que fizesse pornô ? Que tipo de agência era essa?

- Era uma agência de modelos.

A vida se esvaía dela.Não podia mais lutar,não podia se defender para sempre. Deixá -lo-ia se ele assim o quisesse. Faria qualquer coisa por ele.

- Queriam que eu fosse modelo e ele disse que tiraria algumas fotos,como para um portfólio. Éramos amigos. Eu confiava nele,gostava dele. Foi o primeiro homem com quem saí. Eu tinha 21 anos. Não tinha experiência. Minhas colegas o odiavam,eram muito mais espertas do que eu. Ele levou-me ao seu estúdio,colocou música,serviu vinho... e me drogou. Eu lhe contei isso há muito tempo(mas ele não lembrava mais). Acho que devo ter desmaiado. Fiquei completamente fora de mim e acho que ele tirou às fotos enquanto eu dormia,mas estava vestindo uma camisa de homem,não era tão ruim assim. Eu nunca tirei a roupa.

- Como pode ter certeza?

Anastácia olhou-o com honestidade. Nunca mentira para ele e não pretendia começar agora.

- Não tenho certeza. Não tenho certeza de nada. Pensei que ele tivesse me estuprado,mas não. Minha colega de quarto levou-me a uma médica que disse nada ter acontecido. Tentei pegar os negativos,mas ele não deu. Minhas colegas finalmente disseram que eu devia esquecer. Ele precisava de uma autorização minha para usar às fotos,se eu estivesse reconhecível,e se eu não estivesse,quem ia se importar. Eu adoraria  tê-las de volta,mas sabia que não podia. Num certo momento,ele fez parecer que eu tinha assinado uma autorização,mas depois deu-me a impressão que não. Não vejo como possa ter assinado. Fiquei tão tonta com o que ele me deu,que mal podia ver quando fui embora. Ele depois mostrou às fotos ao dono da agência,que tentou me seduzir. Ele disse que às fotos eram bastante sensuais,mas afirmou que eu estava vestida. Nunca vi às fotos. Nunca mais vi o indivíduo. Nunca pensei que ficaríamos nesta posição,que eu me casaria com alguém importante e que seríamos vulneráveis.

Agora Cristian podia fazer o que quisesse. E  elas pareciam horríveis. Pareciam realmente pornô. Tudo o quê ela estava usando era uma fita preta que nunca vira antes amarrada no pescoço. E olhando para a foto,viu que parecia drogada. Estava completamente fora de si a seus próprios olhos. Mas para um estranho,alguém ansioso por alguma coisa lasciva,estava perfeita. Ela não acreditava que alguém pudesse fazer uma coisa dessas. Ele destruíra a sua vida com uma única foto. Ela continuava sentada ali,olhando para charles,todo o seu corpo tomado pela tristeza de ver a dor no rosto dele. Matar o pai em legítima defesa já fora bastante ruim,mas,agora,como explicaria isto a seus eleitores,à mídia,à seus filhos?

- Não sei o que dizer. Não posso acreditar que tenha feito isso.

Cristian estava arrasado e seu queixo tremia enquanto ele prendia às lágrimas. Não conseguia nem olhar para ela quando virou-se e chorou. Nada que ele pudesse fazer teria sido pior. Ela preferia que ele a tivesse espancado.

- Não fiz isso,Cristian. Eu estava drogada. (disse ela sem forças,chorando também. Tinha certeza que às fotos de Jack tinham acabado com o seu casamento)

- Que tola você foi... que tola...E que bastardo ele devia ser para fazer isso.

Anastácia balançou a cabeça entre lágrimas,incapaz de dizer algo para defender-se. E logo depois Cristian pegou o jornal e foi lá pra cima sozinho,para o quarto.Ela não o seguiu. Estava fora de si,mas sabia que na segunda-feira,dia seguinte à festa de Matty,teria de deixá-lo. Teria de deixar todos.Não podia continuar a submetê-los a isso.

" Aí gente será que o amor deles vai resistir 😭😭😭💔💔"

MALDADE (Concluída)Onde histórias criam vida. Descubra agora