Trauma

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Começamos a nos arrumar igual duas adolescentes, empolgadíssimas. Como se fossemos para o evento do ano. Colocamos musica alta, ficamos cantando e dançando, e nos arrumando toda serelepe. Quando terminamos, Mariane chama o uber. Já que estamos com intenção de beber hoje, ela não vai volta dirigindo pra casa. Assim que o uber chega, nos entramos no carro, e ele nos guia em direção ao shopping.
Chegando lá, nos vamos no bk, compramos lanches, entramos no cinema e escolhemos um filme de terror.
...

Depois de gritar horrores, nos saímos de lá, e vamos para a praça de alimentação, compramos uma torre de cerveja, junto com uns petiscos, e ficamos lá falando mau das pessoas. Eu conto para ela tudo que aconteceu na casa do bonito, e a minha última lambança antes de sair de lá.

- Mas amiga, o que te deu?.- ela pergunta bebendo do seu copo.

- Eu também não sei, eu achei que ele estava querendo entra na minha vida muito rápido, acho que me assustei com isso.- dou de ombros.

- Eu acho que você está sendo racional demais amiga, você precisa entender que não e porque você conheceu uma pessoa que mexe com você dessa forma, que você vai precisar se dedicar e ele pro resto da sua vida, não é por que foi assim com Bruno, que será assim com todos.- ela diz me olhando e eu balanço a cabeça.

Ela está certa, as coisas com o Bruno foram acontecendo naturalmente, porém, não deixa de ter sido muito rápidas. Talvez o meu medo seja esse, de assumir um relacionamento novamente e ter que passa por tudo aquilo de novo.

- Acho que é trauma.- faço careta e ela sorri.

- Isso é normal Mel, passamos por poucas e boas, ninguém pode nos culpa por ficar com o pé atrás com os homens a partir de agora. No entanto, também não podemos deixar de viver nossas vidas, e ter novas experiências só por que tomamos um baita chifre.- ela diz, e começamos a rir de nos mesma.

Ficamos lá bebendo e conversando, e uma torre, vira cinco torres e estamos completamente bêbadas. Antes de ir embora, gente entra na loja americana, e compra varias besteiras, muitos doces e muitos chocolates, depois disso, nosso uber chega na calçada do shopping e nos leva para casa novamente.
...

São 23h da noite, e nos duas esparramadas no sofá, com vários pacotes de doce dentro de uma tigela em cima da mesinha de centro.

- Isso é tão chato.- reclama Mariane entediada, olhando para a televisão.

- Não fala assim do meu programa, por favor.- aviso a olhando de rabo de olho.

- Vamos sair.- ela diz se levantando do sofá, e me encarando com um sorriso psicopata no rosto.

- O que?.- eu encaro ela de cima a baixo sem entender.

- Vamos, levanta, nos vamos em uma festa.- ela fala me puxando para o meu quarto, e mais uma vez bagunçando todas as minhas roupas.

- Amiga, olha, nos já bebemos, já estamos chapadas, eu comi feito um boy, e meus olhos já estão fechando.- eu protesto com preguiça. Mas ela vira o pescoço quase igual a menina do exorcista e me olha zangada, eu na mesma hora fecho minha boca.

- Cala a boquinha Mel, você está igual a uma velha.- ela fala voltando a vasculhar meu guarda roupa.

- Mas hoje ainda é segunda-feira.- continuo o minha reclamação, mas dessa vez ela nem me da ideia.

Ela vasculha meu guarda roupa abilmente, e quando encontra algo que a agrada, jogando em cima de mim.

- Pronto, isso vai servir, pro banheiro, já.- ordena ela, e eu tenho até medo de discordar. Olho para peça que ela escolheu e sorrio. É um vestido estilo piriguete, bem colado no corpo, branco com elásticos dos lados e um decote cavado nos seios.- eu volto assim que eu estiver pronta.- diz indo em direção a porta da sala.- e solta esse cabelo.- ela grita antes de sair, batendo a porta.

- Tá bem então né.- digo para mim mesmo, levantando da cama com o vestido nas mãos.

Escolho uma calcinha que não marca, e vou tomar meu banho. Assim que termino o banho, passo meu creme corporal, penteio meu cabelo, tiro o excesso de creme e água, amasso bastante assim como Ricco fez, e quando me lembro dele, automaticamente o bonito vem em meu pensamento. Ele nunca mais me mandou uma mensagem, nem se quer para saber se cheguei bem. Mas talvez seja mesmo melhor assim, a gente não combinava, mesmo ele tendo mexido comigo de uma forma tão avassaladora. Seu mundo não é compatível com o meu, e ele talvez tenha percebido isso também. Pensar assim não deixa de me incomodar, eu queria ao menos ter provado dele por inteiro, só aquele beijo já me fez sentir coisas que eu jamais havia sentido antes. Bonito tem uma pegada de levar qualquer mulher a o céu, sem ao menos esta dentro dela.
Termino de me arrumar, passando uma maquiagem bem marcada, descido não secar o meu cabelo com o difusor dessa vez, pois gostei dele úmido, e quando ele secar, vai fica ainda mais cheio. Passo um batom roxo escuro que deixa a maquiagem ainda mais viva. Me olho no espelho, e aprovo oque vejo.

- Espero que você já esteja pronta.- Mariane diz, entrando no quarto com seu vestido azul claro, que deixa suas curvas ainda mais evidentes.

Mariane é uma mulata assim como eu, ela tem cabelos castanhos alisados de progressiva, brilhosos na altura de seus seios avantajados, um corpo de vilão de tirar o fôlego de muitos caras por ai. Ela colocou um salto plataforma entrelaçado na canela, e bolsa de mão, com suas coisas dentro dela. Eu coloco meu salto scarpin rose no pe, pego minha bolsa da mesma cor, coloco meu celular, minhas chaves, rímel, baton, um chiclete Tridente de menta e saímos de casa.
...

- Tá sentindo isso?.- pergunto olhando para um lado e para o outro, quando já estamos no portão.

- O que?.- Mariane pergunta, me olhando interrogativa.

- Essa sensação de estarem nos observando.- indago um pouco nervosa, procurando por algo inexistente, e Mariane segura no meu cotovelo.

- Eu sei o que está fazendo, pode parando com isso.- ela diz irritada, me olhando atravessado.

- Está louca? Do que você está falando?.- olho pra ela agora sem entender sua reação.

- Você não que ir e fica inventando motivos para ficarmos em casa.- ela me encara com o semblante serio.- você está de férias, não importa se hoje é segunda ou sábado, todos os dias são sábado quando se está de férias.- diz virando o rosto para o celular, verificado se o uber já está por perto.

- É sim, até o dinheiro acabar.- sussurro e ela nem me dá atenção.

- Ele chegou.- diz ela sorrindo, e me puxa pelo braço entrando no carro depois de mim.

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