Declarações

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Mel

Saio de perto dele correndo como posso em cima desses saltos enormes, com dificuldade pela calçada da mansão ser de pedras.
Me sinto uma idi0ta! Antony me trouxe aqui para me ridicularizar como um bichinho de estimação.
Se ele queria está com outra pessoa, por que ele não me deixou em casa? Eu não vim aqui pra ser chacota de ninguém, não aceito ser tirada de trouxa, muito menos por ele.
Caço meu celular dentro da bolsa com pressa, sabendo que a qualquer momento ele pode está atrás de mim. Começo a chamar o Uber para minha casa, e continuo correndo para fora da mansão. Vejo muitos carros em volta da casa, mas nenhum deles em posição favorável para me tirar o mais de pressa desse lugar.
Um ronco alto chama minha atenção, e logo uma moto enorme surge bem na minha frente, indo em direção a saída do condomínio.

- Moço, por favor, você pode me levar até a saída com você?.- quase suplico me atirando na frente do rapaz de capacete.

- Aconteceu alguma coisa?.- ele pergunta quando vê o meu desespero.

Não consigo vê seu rosto, o capacete fume não permitia. Ele estava todo de preto, provavelmente um frequentador do evento, mas não tenho certeza disso. Só sei que a moto parece ser caríssima.
Olho para trás nervosamente, com medo do bonito está próximo de mim.

- Sim, só quero sair daqui imediatamente, por favor, me ajuda.- suplico e ele dá espaço no banco para que eu podasse sentar.

- Mellany?.- a voz grave de Antony me faz tremer da cabeça aos pés, e meu coração acelera ainda mais.

- Vai moço.- grito pro rapaz, e ele acelera a moto, antes que o bonito possa nos alcançar.

Olho para a tela do celular e vejo que um Uber aceitou a minha corrida. Faltava apenas dois minutos para chegar na entrada do condomínio.
...

- Quer que eu te leve a algum lugar?.- o motoqueiro me pergunta quando me deixa na entrada do condomínio.

- Não moço, o meu uber ja esta chegando, mas obrigada, você  já me ajudou muito.- eu agradeço a ele.

O sinto estudar meu rosto por um momento, e depois concorda.

- Tenha cuidado.- diz antes de arrancando com a moto, fazendo seu caminho para a estrada, enquanto eu continuo esperando o motorista do Uber chegar.

- Não é possível, anda logo.- praguejo, e começo a bater meus pés nervosamente no chão.

Sei que eu e Antony não temos absolutamente nada, mas o respeito vem além de qualquer coisas, se eu vim o acompanhando, ele não poderia ter feito uma coisa dessa comigo. Isso me mostra o quanto sem caráter ele é! Eu não aceito ser feita de idiota nem por ele e nem por ninguém. Aprendi muito no meu término com Bruno. Desrespeito a gente corta pela raiz.
O Uber marca 1 minuto, e eu olho apreensiva toda hora para trás, com medo de ser surpreendida pelo bonito, antes que eu possa pegar o carro.
Quando vejo um Onix prata se aproximando, agradeço aos céus pela minha salvação com faróis altos bem a minha frente.

- Boa noite, Mellany?.- o motorista pergunta, e eu balanço a cabeça, já abrindo a porta de trás para me sentar.- Belford roxo?.- ele pergunta tentando ter certeza se era esse mesmo o destino.

- Sim moço, e se não for muito abuso, eu queria que o senhor fosse o mais de pressa possível.- falo vendo um farol se aproximar.

O homem da partida no carro, indo para longe do luxuoso condomínio.
Olho para traz, e vejo o carro ficar cada vez mais distante.
Sei que talvez nem seja ele, talvez ele nem faça questão de vir atrás de mim, provavelmente deve ficar lá com aquela modelo de pernas longas. Agora eu só quero ficar longe desse homem para sempre. Esse lugar não é pra mim, esse luxo todo, eu não me encaixo com essas pessoas cheias de fluflu, talvez seja até melhor assim, não ia dá certo mesmo.
O Uber começa a seguir o fluxo de carros, e logo a frente reduz parando no semáforo.
Coloco minhas mãos cobrindo o rosto, respirando forte para acalmar meu nervosismo, depois de toda aquela adrenalina.
Antes do carro começar a se mover, um barulho ao meu lado me faz dá um salto do banco.

O SicilianoOnde histórias criam vida. Descubra agora