O Siciliano

Deseja Alguma coisa?

Mel

Meus olhos se encontra com os arregalados e totalmente atordoados olhos de Antony. Ele se levanta da cadeira, e fica de boca aberta olhando para meus pés e meu rosto, de dois em dois segundos. Bonito está maravilhoso, com terno preto e blusa preta sem gravata, cabelo para trás, um Rolex no pulso e suas tatuagens no pescoço, que me faz querer lambe-lo.

- Boa noite senhor Berrutti.- eu digo chegando perto dele, e ele tenta reorganizar seus pensamentos.

- Senhorita Supriano, é uma honra.- ele puxa a cadeira para mim sentar.- e uma surpresa também, tenho que admitir. Como conseguiu esconder de mim?.- ele pergunta incrédulo me encarando.

- Tive ajuda.- sorrio, e o garçom surge ao nosso lado.

- Signor Berrutti, ha bisogno di qualcosa?.- diz um outro rapaz diferente do que me serviu lá em baixo, uma série de palavras incompreensível para mim.

- Una bottiglia del solito per favore.- Antony pede, e o cara rapidamente se afasta. Nossa, ele é tão sexy falando em italiano.- não via a hora de ver você de novo.- ele pega em minha mão, e leva ao lábio.

- Também senti sua falta.- eu aliso seu rosto com meu polegar.

- Como foi a visita aos pais?.- bonito pergunta soltando minha mão logo depois.

- Foi boa, eu realmente precisa vê-los.- suspiro para ele.

- Eu sei, por isso não insisti para que viesse comigo, mesmo me arrependendo dessa decisão logo depois.- confessa ele, e o garçom trás o mesmo vinho que eu estava bebendo agora pouco lá em baixo.

- Esse vinho é maravilhoso.- eu falo vendo ele derramar na taça. Antony enruga a testa me encarando.

- Você já tomou esse vinho?.- pergunta confuso.

- Sim, a uns 20 minutos atrás.- respondo para ele, e ele sorri.

- Claro, Lucca também é muito fã dessa safra.- bonito diz sorrindo.

- É um absurdo de caro isso sim, conheço vinhos que também são muito bons, e são baratos.- do de ombros.

- É mesmo?.- ele diz com uma sobrancelha levantada sorrindo ironicamente.

- Sim, eu amo Jurupinga, é 25 reais, e é muito gostoso.- fala com cara de deboche, olhando para a garrafa de vindo, e Antony cai na gargalhada.

- Minha garota, esses vinhos são apenas açúcar e álcool, por isso a facilidade de se encontra, e o baixo custo.- ele diz ainda rindo.- Château d'Yquem é 80% uva Sémillon, e 20% Sauvignon Blanc, não é uma comparação justa.- ele diz ainda com diversão.

- Bom, eu adoro álcool e açúcar.- dou de ombro tomando um gole do meu copo, e Antony gargalha novamente.- que bom que eu divirto você senhor Berrutti.- digo com falsa ofensa.

- Minha querida, só você tem esse dom, sinta-se privilegiada.- ele diz também bebendo de seu líquido.

- O que você fez nesses dias?.- pergunto me encostando na cadeira, e quando vejo seu rosto mudar, me arrependo amargamente da pergunta.

- Resolvi alguns problemas, fui a algumas reuniões, nada de mais.- ele diz fingindo não se importa.

- E a situação com Luigi, você conseguiu resolver?.- pergunto estremecendo.

- Assim que tiver resolvido, eu lhe contarei, por agora, eu não quero falar sobre isso.- ele diz com o rosto desapaixonado, e eu me pergunto como uma pessoa pode mudar assim tão rápido?.- vamos comer?

Nossa janta chega a mesa, e começamos a comer, mais dessa vez com altos papos. Bonito me conta sobre sua infância na Sicilia, seu pai, seu avô, sua mãe, seus primos, e como eles são a sua única família. Me conta um pouco sobre como é ser um Don.