Acordos

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Antony

Acordo de manhã e Mellany ainda dorme feito uma criança ao meu lado. Aproveito para a observar e matar um pouco da saudades de praticamente um dia e meio.
Me levanto da cama, ligo para trazerem o nosso café da manhã, e vou tomar meu banho, me arrumando pra sair. Quando nosso café chega, eu volto para o quarto. Mellany acabou de acordare está se espreguiçando na cama.

- Bom dia.- caminho calmamente até ela.

- Bom dia, você já está arrumado?.- ele me olha com os olhos serrados.

- Você estava bastante cansada, não queria te acordar.- eu beijo a testa dela, e ela sorri para mim. Linda!.- vamos tomar café?.
...

Já em casa, eu levo Mellany para conhecer o nosso quarto, e pelo que vejo, ela se agradou bastante com ele.

- É tão bonito.- ela passeia pelo ambiente, olhando cada detalhe.

- Que bom que gostou.- sorrio para sua empolgação.- vem aqui Mel.- a chamo calmamente, e ela me olha desconfiada, vindo em minha direção.- eu vou precisar resolver algumas coisas fora, e por enquanto, você pode ir conhecer a Villa com Mariane, Carine levará vocês.- eu falo, e ela franze a testa.

- A gente não vai ficar junto?.- pergunta ela fazendo biquinho, um biquinho lindo por sinal.

- Mas é claro, resolverei isso o mais rápido que eu poder e quando voltar, serei somente seu.- eu digo sorrindo, e dou um beijo em sua boca, para não deixar que outros protestos me atingem.- não demoro.- falo saindo do quarto logo em seguida.
...

Entro no hotel onde pra essa hora, está particularmente cheio e movimentado.
Vou para a parte do restaurante, e em uma mesa privada em um canto específico, está Mauro Castilho. Vou caminhando lentamente até chegar perto de sua mesa, e me sento no lugar que está vazio a minha espera.

- Buongiorno.- ele diz, e nossa conversa se torna toda em italiano.

- Vamos direto ao assunto?.- eu falo sem enrolação.- quem te deu o direito de pegar minhas mercadorias?.- o encaro com um olhar predatório, e ele sorri.

- Calmati amigo, eles estão guardados o esperando, eu só precisava chama sua atenção, já que agora você é mais Brasileiro do que italiano.- diz ele acendendo um charuto com diversão.

- Vocês tem uma maneira muito errada de chamar a minha atenção.- eu digo ainda sério, porém relaxando na cadeira.

- Deve ser por que é difícil encontra um espaço em sua agente concorrida.- diz ele mexendo os braços.

- È buono, agora diz o que quer.- eu falo já perdendo a paciência, e ele também se irrita um pouco, tirando o charuto da boca, e me encarando de boca aberta.

- Como assim o que eu quero? O que é meu de direito, tínhamos um trato.- ele diz abrindo os braços.

Eu olho disfarçadamente para os lados, e percebo os seus seguranças espalhados pelo local.

- Você cumpriu sua parte no acordo?.- pergunto para ele.

- Sabe que sim.- rosna ele batendo na mesa irritado, e vejo seus capangas em alerta.- quando eu não cumpri com um acordo rapaz? Sou um homem de respeito.- ele grita enfurecido.

- Mauro, eu vou te dizer uma coisa e espero que que seja a última vez.- eu falo me levantando da cadeira calmamente, endireitando o meu terno.- nunca mais se meta nos meus negócios, eu não sou de dar segundas chances, você sabe muito bem que eu não tenho rabo preso com ninguém, então não exigia algo que eu sei que tenho que fazer.- rosno de pé, olhando dentro da cara dele, e ele engole seco.- diga para seus cães não chegarem perto, se não eu explodirei a cabeça de todos eles bem aqui.- eu falo quando vejo pela minha visão periférica seus capangas se levantarem.

Mauro faz um sinal, nervosamente para eles, e eles dão meia volta se afastando né nós.

- O que te prometi está em sua mesa no seu escritório, e espero não ter que voar até aqui para arrancar a sua mão, e pegar a força o que é meu.- aviso, e saio de perto dele na mesma hora, sem lhe dá chance para conversas.

Mesmo os homens sendo mais velhos que eu, se eu não impor respeito, serei engolido por caras bravas e egos enormes. Não recebo ordens de ninguém, e isso tem que ficar claro para todos eles. Não adianta me intimidar, não faço nada na marra.
Entro no carro e Humberto está ao meu lado com um charuto no dedo do lado de fora da janela.

- Pronto para a próxima?.- ele pergunta sorrindo, e eu viro a cara balançando a cabeça.
...

- Como você diz na minha cara que não vai mais casar com a minha filha?.- Francesco Bianchi brada em minha direção.

- Você não pode fazer isso Antony.- Camila rosna.

- Está decidido.- eu afirmo irritado e cansado dessa conversa.

- Eu não vou deixar que você acabe com a reputação da minha filha.- ele saca a arma, e eu saco a minha na mesma hora.

Com o nosso gesto, todos os nossos seguranças aponta as armas em nossa direção e ficamos assim.

- Podemos resolver de uma vez por todas.- eu falo entre os dentes.

Os ânimos estão a flor da pele, todo mundo em alerta, da pra sentir a raiva e a tenção planarem no ar.
Os outros hóspedes do local vão se afastando, e pelos funcionários saberem que sempre quem escolhe essas mesas são os perigosos, eles não chegam nem perto de nós.

- Então meu rapaz, o que está em jogo aqui é a honra da minha filha.- ele diz com a mão firme em sua arma.

Olho para Camila que está com os olhos arregalados, tentando segurar o choro, com as palavras agarradas na garganta.

- Você realmente quer isso?.- olho dentro dos olhos dela.- eu morro aqui, mas todos vamos juntos.- eu aviso a ela.- escolhe agora, é a sua última chance.- intimido, e uma lágrimas escorre de seus olhos, quase rasgando seu rosto.

Eu sei o que ela quer dizer, sei o quanto ela queria esse casamento, mas quero saber se isso vale sua vida, se ela está disposta a arriscar tudo para me forçar a casar.

- Não.- Camila grita chorando loucamente.- parem com isso.- diz ela olhando para seus guarda-costas.- eu não quero mais.- ela chora com cara de dor e depois encara seu pai.- eu não quero mais me casar Papà.- ela funga e vai para perto do velho.

- Bom, ela que decide.- Francesco abraça Camila e tem seu veredito.- estamos quites.- diz ele abaixando a arma, e seus caras fazem o mesmo.- fique esperto Berrutti, não faça acordos que não tem a intenção de cumprir, um dia, isso pode te leva a morte.- ele me ameaçar.- e se algo lhe acontecer, quem cuidará daquela bela ragazza?.- o Velho sorri, e sai do restaurante junto com seu pessoal e Camila em seus braços.

Eu passo a mão pelos cabelos nervoso, com a ideia de tentarem fazer algo que comprometam a segurança de Mellany.
Giro em meus calcanhares, e vou em direção a saída rapidamente.

O SicilianoOnde histórias criam vida. Descubra agora