O Siciliano

Problemas

Antony

Carine entra no meu escritório, e senta onde antes estava o Humberto, me encara séria.

Pronto, outro problema pra eu resolver.

- Pode começar.- eu falo quando ela já está acomodada em sua cadeira.

- Você precisa resolver a situação com o Luigi.- ela começa, e eu aperto meus olhos.

- Sim, e eu já sei o que farei com ele.- falo e ela concorda suspirando.

- O quanto antes Antony, ou o conselho não vai ter deixar em paz.- ela me avisa e eu concordo.

- Será resolvido amanhã, já está tudo pronto para isso.- eu a tranquilizo e ela concorda.

- Está bem.- diz e depois continua me encarando.

Esse não era o real problema.

- Você não veio falar só sobre isso não é?.- olho para ela sério, e ela suspira.

- Camila.- Carine diz e eu passo minha mão pelo cabelo.

Camila é minha noiva, ela foi prometida para mim desde antes de eu nascer, nossas famílias estabeleceram esse acordo e provavelmente, os pais delas estão começando a cobra o matrimônio.

- Me reuni com os pais dela, eles querem o casamento para ontem.- ela diz me encarando e eu balanço a cabeça.

- Não haverá casamento.- declaro, e Carine arregala os olho.

- Antony...- ela tenta argumentar, e eu continuo.

- Não haverá casamento. Eu sou o Don!E não sou o meu pai. Eu faço e mudo regras, e acabo de mudar essa.- pego meu computador, e mando reunir o conselho. Porém agora peço uma reunião presencial.- vou acabar com essa era de conselho de uma vez por todas.- falo me levantando da cadeira.

- Primo.- ela me chama, e eu me viro para encara-la.- espero que esteja pronto para o tsunami que isso irá causar.- ela avisa e eu balanço a cabeça.

- Estou mais que pronto.- eu só precisava de um motivo, e agora eu tenho ele.

- Isso é por causa da Mel?.- ela me pergunta, e eu não a respondo.

Eu nunca gostei de demonstrar meus sentimentos. Em minha vida, eu sou aquele que todos chamam de frio e insensível, e no fundo, eu gosto de se reconhecido assim, até por que com isso, ninguém tem nada com o que te feri. Mas Mellany mexeu comigo na primeira vez que a vi. E no fundo, eu nunca quis me casar. Camila é uma mulher linda, inteligente, perspicaz e gananciosa. Perfeita para um casamento mafioso, mas nunca encantou meus olho. O sexo sempre foi bom, mas era só isso.
Carine me olha já sabendo que a resposta não vira, e coça os olhos.

- Eu gosto dela Antony, de verdade, mas você tem certeza que vai fazer todo esse movimento por uma mulher que acabou de conhecer?.- ela pergunta tentando entender até onde eu vou com essa história.

- Eu não sou de mudar de ideia Carine, se eu disse que não irá acontecer esse casamento, é porque não irá. Não se preocupe com os pais da Camila, eu sei como vou resolver isso, não haverá guerra.- aviso a ela, e ela continua me encarando.

- Ok, eu vou te apoiar.- diz, eu aceno com a cabeça saindo do escritório.

Ninguém vai me obrigar a casar. Eu até cogitava essa possibilidade um tempo a trás. Mas agora, com uma mulher que eu realmente quero por perto, não tem condições desse casamento acontecer.
...

Vou em direção ao meu quarto, mas no meio do caminho, acabo mudando minha direção, e bato na porta da Mellany.

- Mel?.- chamo uma vez na porta dela, e ela não me responde.- Mel?.- chamo outra vez e nada.

Será que ela não está aqui?

Mas pra onde ela teria ido?

Seguro na maçaneta, e empurro a porta de vagar. Mellany está deitada, dormindo suavemente em sua cama. Sorrio satisfeito ao vê-la dormir tão tranquilamente.

Porra, tem como essa mulher ser mais bonita?

Até dormindo ela consegue mexer comigo.

Ela me enfeitiçou.

Chego perto de sua cama, e encontro um espacinho onde consigo me deitar ao seu lado. E por incrível que pareça, mesmo dormindo, ela se aconchega no meu peito, sem desperta do seu sono. Eu aproveito pra cheira o seu cabelo. Agarro Mellany em meus braços, e fecho meus olhos.
Eu nunca imaginei que sentiria uma coisa assim, muito menos por uma pessoa que vi uma vez e não saiu mais da minha cabeça. Sinto que a chegada de Mellany vai me obrigar a fazer muitas mudanças em minha vida. Ela não faz ideia de onde está se metendo, mas o que eu puder fazer para que nunca perceba o meu lado obscuro, eu vou fazer. Não quero que ela fuja de mim, eu nunca senti isso que estou sentindo, essa necessidade de está perto de alguém, esse desejo, vontade de fazer a pessoa sorrir, de proteger. Ela caiu de paraquedas na minha vida, e eu vou fazer valer apena.
Suspiro sentindo seu cheiro, e acho que também mereço um descanso.
Acabo dormindo junto a ela.