Oportunidade

2 0 0
                                    

Mel

Quando terminamos nosso café da manhã, Antony me pede para trocar de roupa, para ir em algum lugar com ele.

- Sabe para onde estamos indo?.- pergunto a Carine quando estou terminando de me arrumar no meu quarto.

- Sim.- ela diz me encarando pelo espelho, onde estou vendo se a calça está boa no meu corpo.

- E para onde é?.- pergunto agora me virando pra ela.

- Você sabe, eu não posso dizer.- ela dá de ombros e Mariane revira os olhos.

- Aí pra que esse drama todo? É apenas um lugar, por que tanto mistério?.- diz ela irritada, provavelmente pela ressaca.

- Antony Berrutti é assim, misterioso.- eu falo voltando a encarar o espelho.

...

Encontro Antony já no carro, na calçada de sua residência, e dessa vez é ele quem vai dirigindo.

- Olá garota.- ele diz, assim que sento ao seu lado.

- Oi, para onde vamos?.- pergunto curiosa e ansiosa.

Mas o bonito apenas sorri, me fazendo bufar com sua insistência em me fazer esperar pelas respostas. Vamos o caminho todo calados e eu ainda sinto os efeitos da bebedeira de ontem a noite. Eu já enjoo em veículos, mas especialmente hoje, está me encomendando bastante.

- Escuta Mellany.- Antony chama minha atenção, e eu o encaro com expectativa.- vou precisar fazer uma viagem, e gostaria que viesse comigo.- ele diz, e eu enrugo minha testa para ele.

- Viagem? Para onde?.- eu o pergunto.

- Sicília.- diz ele virando um pouco o rosto para ver minha reação. E eu só consigo ficar de boca aberta olhando para ele.

- Sicília na Itália? Outro país?.-pergunto incrédula, e ele sorri.

- Sim, ainda não consegui acha uma Sicília no brasil.- ele me zoa, mas eu nem presto atenção nisso.

Eu nunca sai nem do Rio de Janeiro, como vou para outro país? Não tenho nem passaporte. O que vou falar para minha mãe? Não posso passar o Natal fora do país assim.

- O natal.- eu começo a dizer, mas ele me interrompe.

- Voltaremos antes.- tenta me tranquilizar.

- Eu não tenho passaporte.- falo ainda atordoada.

- E é para isso a nossa saída, estamos indo fazer o seu passaporte, Mariane está no carro logo atrás, ela poderá vir conosco, se ela quiser, claro.- ele me explica, e eu olho para trás, vendo o carro de Allan nós seguindo.

- Como vou explicar isso pra minha mãe?.- eu falo para ele, e ele sorri novamente.

- Minha querida, seus pais não iram perceber que saiu do país, se você não quiser que eles saibam.- ele fala como se fosse óbvio.

Eu nunca pensei que sairia do país, não assim, sem que eu faça nada quanto a isso.

- Não se preocupe, cuidarei de tudo. Vou resolver alguns negócios e vocês poderiam passear. Carine também irá, mas achei que com sua amiga indo, você se animaria mais.- ele fala, e minha mente dá um nó.

Eu realmente quero ir?

Não sei se eu gosto dele decidindo as coisas por mim o tempo todo. Nenhum momento ele perguntou se eu realmente gostaria de ir. Não que eu não queira, é uma oportunidade única, mas é estranho ser apenas comunicada, e minha opinião não ser questionada nesse caso.

O SicilianoOnde histórias criam vida. Descubra agora