Surpresa

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Mel

Assim que entrei no helicóptero, senti um frio na barriga. Eu morro de medo de alturas, mas também morria de vontade de andar nesse bicho. Fico ansiosa e apavorada ao mesmo tempo.

- Coloquem o fone.- avisa o cara com roupas coloridas e nos obedecemos.

A aeronave começa a decolar, e o frio na barriga se espalha para o meu corpo inteiro. Seguro a mão de Mariane a apertando forte e fecho meus olhos.

- P0rra.- eu falo entre os dentes, quando a sensação não passa.- precisa ser tão alto?.- pergunto pro piloto.

- Se a senhora não quisser bater em nenhum prédio, sim.- diz ele sorrindo, e eu não acho um pingo de graça.

- Abre os olhos Mel, vai perder toda a paisagem.- diz Mariane sacudindo meus braços, e eu arrisco abri um olho apenas.

Olho em volta e a cidade mais linda do mundo aparece em minha volta. O corcovado, o pão de açúcar, o Cristo Redentor. Tenho que admitir que isso é muito bonito de se ver, apesar de dá um certo medinho. A imensidão do mar me faz suspirar e relaxar com a visão. Acho que essa é uma das experiências mais fantásticas que eu já vivi nos últimos tempos. Ter essa visão aqui de cima é único, e me faz amar a cidade ainda mais.

- É lindo.- eu falo olhando para todos os lados admirada.
...

Assim que desço do helicóptero, o piloto avisa que tem um carro nos esperando fora do campo de futebol.
Pego meu celular dentro da bolsa e ligo para minha mãe no caminho até o carro.

- Oi minha filha.- ela atende feliz.

- Oi mãe bença.- falo também feliz de escutar a voz dela.

- Aconteceu alguma coisa?.- minha mãe pergunta preocupada.- onde você está?.

- Estou indo pra casa, mais vou só colocar as coisas lá e vou ir aí.- falo entrando no carro.

- Sério filha? Ótimo, bom que você almoça com a gente, já estou terminando aqui e vamos esperar por você.- ela fala toda animada e meu coração enche de amor.

- Tá bom mamãe, já já estou aí.- digo, e nos despedimos.

- E eu?.- Mariane diz quando eu desligo o celular.

- Você vai vê seus pais, ou quer ir lá comigo?.- pergunto a encarando.

- Não, vou ver meus pais. Mas e a viagem? Babou?.- ela faz beicinho.

- Claro que não, nós ainda vamos.- falo para ela, e ela concorda.

Chegando em casa, eu troco a roupa de acompanhante de luxo e coloco o clássico short jeans, regatinha branca, um havaiana no pé e estou pronta.
Mariane também vai matar as saudades dos seus pais, e se despedir para poder ir viajar amanhã.

- Você vai me seguir em todos os lugares?.- pergunto para o motorista do carro do Antony, que eu ainda não sei o nome.

- São as ordem senhora.- ele responde sério.- eu irei acompanhar a senhora até os pais.- ele completa, e eu reviro meus olhos.

- Ok então, eu só não quero que meus pais percebam, então você pode fingir que é um Uber?.- posso educadamente e ele concorda.
...

- Meu bebê.- meu pai abre o portão de casa e me agarra nós braços.- até que enfim veio ver seu velho.- ele me puxa para dentro de casa.

- Estava com saudades também papai.- falo emocionada, tentando controlar as lágrimas.

E tão bom poder sentir esse amor, sentir que sou importante. Eu passei por um momento de medo absurdo, e isso mexeu muito com o meu psicológico.

O SicilianoOnde histórias criam vida. Descubra agora