O Siciliano

Homem de verdade

Mel

Procuro ela por todos os cômodos, e a encontro em um tipo de escritório. Ela está com Lucca e mais dois caras sentados em uma grande mesa de madeira.

- Ela vai mata-lo.- eu chego como um estrondo na sala, e Lucca e os outros homem se levanta na mesma hora.

- O que?.- Carine arregala os olhos.

- Antony, ele vai manda matar o meu ex marido.- me afundo no chão, rugindo alto.

- Mel, se acalma e explicar isso direito.- Lucca diz, tentando entender o meu desespero.

Eu começo a contar tudo que aconteceu em velocidade recorde, gritando e chorando sem sair do chão. Lucca olha para Carine um momento, e depois sai da sala junto com os outros rapazes.

- Mel.- as mãos de Carine toca meus ombros delicadamente, se abaixando perto de mim.

- Por favor, não deixa ele fazer isso.- eu suplico entre soluços.

- Querida, se ele decidir que fará, não tenho muito o que fazer.- ela lamenta me olhando tristemente, e eu quase ruivo de dor.

- Jesus...- eu escondo meu rosto nas mãos, chorando alto, e Carine fala algo em italiano no celular.

- Mellany me escuta.- ela levanta meu rosto para encara-la.- você precisa se acalma, não adianta fica nesse estado.- ela segura em meu ombro me levantando.- Vamos fazer o seguinte, você vai descansar e se acalmar, e depois tentaremos resolver tudo isso.- uma senhora com um comprimido e um copo de água aparece ao meu lado.- beba.- ela pede.

- Eu não vou me dopar.- a encaro nervosamente, sem conseguir parar de chorar.

- Beba.- ela insiste agora mais firme, e eu não tenho mais forças para lutar.

Pego o copo de água e depois de engoli o comprimido, vou para o meu quarto caminhando calmamente. Não tenho muito o que fazer nesse momento, e a droga que Carine me deu começa a fazer efeito. Sem forças nem para um banho, eu me jogo na cama, cobrindo meu corpo com a coberta, e nem percebo quando adormeço.
...

Abro meus olhos preguiçosamente, e o quarto está quase que completamente escuro, impedido apenas pelas luzes do jardim, que invade pela janela.
Rolo meu corpo para o lado, ainda meio grogue pelo remédio, e encontro os olho atento de Antony me observando. Ele está sentado na poltrona, com uma camisa social branca sem terno parcialmente aberta e eu copo vazio na mão direta. Estreito meus olhos para enxergar melhor seu rosto, e ele permanece em silêncio absoluto, mas para mim parecia ensurdecedor.

- O que aconteceu?.- eu sussurro encostando minhas costas na cabeceira da cama. Bonito não diz nada e eu começo a ficar nervosa.- Antony, por favor.- eu peço quase em suplica.

Bonito se levanta da poltrona calmamente e senta a minha frente na cama.

- Andou chorando garota?.- sua voz rouca me arrepia, mas agora eu vejo que quem está a minha frente agora não é mais o Don, e sim o meu preocupado namorado.

- Você me assustou hoje.- eu confesso para ele, e ele passa a mão no meu rosto carinhosamente.

- Ainda estou aprendendo a lidar com ciúmes.- ele diz em tom calmo, e eu não sei se isso me deixa tranquila ou assustada.

- Me diga, o que você fez, mandou matar ele?.- indago angustiada, e Antony não se abala.

- Apenas mandei lhe darem uma lição.- ele diz ainda fazendo carinho no meu rosto.

- O que isso significa?.- suplico por respostas.

- Querida, o que ele está tentando fazer com você não é coisa de homem, ainda mais com a mulher que você já foi casado, e tem algum sentimentos. Então eu mostrei para ele como um homem de verdade resolve seus problemas.- ele dá de ombros, tirando a mão do meu rosto e me olhando sinceramente.