O Siciliano

Leilão

Antony

Quando o jantar termina, o pessoal da organização começa a se preparar para o leilão.

- O que vão leiloar?.- Mellany me pergunta, vendo a movimentação do pessoal.

- As doações dos contribuintes.- eu respondo.

- Você dou alguma coisa?.- ela me interroga.

- Sim.- sorrio e ela me olha interrogativamente, mas eu não vou perder a chance de ver a carinha dela quando descobri o que eu doei.

O interlocutor começa a dizer as honrarias e os cumprimentos, e a cerimônia começa. Ele diz algumas gracinhas, e as mulheres já começam a ri, menos Mellany, pois provavelmente não deve ter entendido a piada.
Olho para ela, e o rostinho inocente mas lindo que tem nesse local me encara de volta. Dou um beijo carinhoso em seus lábios, sem conseguir ficar mais longe dela.

- Todos estão olhando para nós.- ela me avisa, olhando para os lados envergonhada.

Ninguém nunca me viu com uma mulher antes, e muitos deles sabem sobre o meu noivado com Camila.
Não digo nada, apenas me indireto na cadeira e começo a presta atenção no que o locutor começa a dizer.
Não quero chama atenção para o meu relacionamento com Mellany, não sei até onde vai a má intenção das pessoas aqui presente, e meu maior medo é colocar ela em perigo por um descuido.

- Temos aqui um colar de esmeraldas, com pequenas pedras de diamantes. Peça exclusiva, doado por Katarina Lupércio, avaliado em 7 milhões de dólares.- ele diz, e Mellany arregala os olhos. Eu acabo sorrindo com sua reação.- todos os lucros adquiridos aqui, serão doados para a instituição de cuidado com o menor, São Tiago de Lá Viega.- ele continua.- os lances começaram por 100 mil dólares.- ele avisa, e uma plaquinha já levanta.

- 120mil.- uma senhora no cantinho grita.

- 120mil para senhora ali no fundo.- o interlocutor diz.

- 150mil.- fala outra moça.

- Se o cordão vale 7 milhões, por que os lances são tão baixos?.- Mellany me pergunta.

- É porque ele foi doado exatamente para isso. Os objetos de leilão, geralmente são arrecadado com preços mais baixos que o valor original.- explico, e ela abre a boca balança a cabeça, mas uma vez me fazendo sorrir. Impressionante como fico com o riso frouxo com essa mulher por perto.

- Vendido, 350mil reais.- o interlocutor diz, e todos batem palmas animados.

Mellany bate palma, mas balança a cabeça em negação fazendo uma careta.

- Agora iremos leiloar, duas noites em Paris, doado pelo senhor Carlos Santana. Com direto a jantar na torre Eiffel com acompanhante, e passeios onde o arrematador desejar.- avisa o homem com o microfone.

- Nossa, chique.- diz Mellany.

- Suponho que nunca tenha conhecido Paris.- digo já imaginando a resposta.

Mel me encara sorrindo, com as sobrancelhas levantadas.

- Antony, nem do rio eu saí ainda, imagina pra fora do país.- ela diz como se fosse óbvio.

- Eu posso te levar para onde você quiser ir garota, é só me dizer.- falo para ela, e ela me encara de volta.

Mellany estuda meu rosto, e eu continuo sério.

O que será que está pensando?

- 20 mil para aquela senhora de cabelos vermelhos.- a voz do homem a distrai, e ela volta a presta atenção sem dizer nada.