Mel
Eu me desespero, e o ataque de pânico começa a subir pela minha cabeça. Penso em me joga pra frente, e impedir que o motorista continue seguindo sua viagem. Mas pela velocidade que o carro está agora, provavelmente eu apenas irei conseguir as nossas mortes.
- O que vocês querem comigo? Eu não tenho nada pra oferecer a vocês.- eu falo morrendo de medo.
O carro continua em alta velocidade, e minha respiração na mesma velocidade que o painel indica a frente do volante.
- Relaxa princesa, não vamos fazer nada com você, apenas queremos explicar uma coisa para o seu namoradinho.- diz o carona sorrindo.
Jesus... Agora entendo porque tanta proteção, Antony sabia que viriam atrás de mim para atingi-lo.
E agora meus Deus? O que eu faço?
O carona pega um telefone no painel do carro e aperta um botão, colocando o aparelho no viva-voz logo depois. Ele espera um momento, até que alguém atende do outro lado.
- Olá.- ele diz triunfante.
- Se tocar um dedo nela, eu arranco seus olhos fora.- eu reconheço a voz de Antony, e meu coração parece querer parar em algum momento.
- Não se preocupe Berrutti, apenas queremos chamar a sua atenção.- o cara diz se divertindo com o nosso desespero.
- Bom, conseguiram. Agora me entreguem ela imediatamente, ou não vão gostar das consequências.- rosna o bonito.
- Tudo bem meu amigo, espero que entenda. Nós podemos te alcançar. Perderíamos machuca-la nesse exato momento.- ele diz virando para me olhar.- poderíamos fazer coisas com ela, que nem você imagina.- ele lambe os lábios, e eu começo a querer me enfiar dentro do banco do carro.
Perco a guerra contra as minhas lágrimas, e começo a derrama-las sem parar.
- Meu Deus.- eu sussurro me tremendo.
- Gostaria de saber como ela está agora?.- Antony não diz nada, e eu tenho medo do que está passando em sua cabeça agora.- ela está linda, apavorada, porém linda. Esse vestidinho está me deixando louco.- ele provoca o bonito, e consigo escutar a respiração de Antony ficar mais forte do outro lado da ligação.
- Maledetto figlio di puttana.- Antony ruge do outro lado do telefone.
- Eravamo una famiglia e mi hai lasciato in balia di un consiglio, disgraziato.- o cara começa grita coisas que eu não consigo compreender, e eu começo a ficar a beira de um ataque cardíaco.
Antes que o homem possa terminar seus xingamentos, 5 carros nós fecham no meio da rua, obrigando o motorista a freia bruscamente. Minha alma quase se desprende do corpo, e acabo batendo no banco da frente com o solavanco da freada.
- Figlio di puttana.- sussurra o motorista entre os dentes, ao ver vários homens armados saltar dos carros.
Allan vem feito um raio em nossa direção, com uma arma apontando para o carro.
- Deixem ela descer.- ele grita batente a mão em cima do capô do carro.- não vou pedir duas vezes.- ele se posiciona com a arma apontada para o motorista.
Os homens se entre olham, e depois olham para Allan novamente.
- Princesa.- o carona se vira mais uma vez para me encarar.- eu lamento, infelizmente vou precisar que saia do carro. Mas não se preocupe, voltaremos a nos encontra com certeza. Apenas diga para o seu homen, que eu aguardo o contato.- ele diz destravando a porta do carro.
Eu engulo seco o encarando ainda sem conseguir parar de chorar. Coloco as mãos trêmulas na maçaneta da porta, e quando ela se abre, eu caiu para fora do carro sem sentir minhas pernas. Me tremo igual vara verde, enquanto me dou conta de que todo álcool se esvaiu pelas lágrimas que derramei.
Allan vem rapidamente para o meu lado me tirando do chão e me carregando em seus braços, pois minhas pernas parecem de algodão e eu não consigo movê-las.
Encontro seus olhos atentos e desabo novamente em lágrimas.- Allan.- eu sussurro aterrorizada enquanto engasgo com as palavras, e minha voz sai quase imperceptível.
- Eu sei.- ele me olha triste constatando o meu desespero.
Antes de chegarmos ao carro, eu acabo apagando com toda aquela adrenalina circulando meu corpo.
...Abro meus olhos e me do conta que estou deitada em uma cama, em um quarto diferente do meu. O quarto é cinza, com um lustre grande no meio, bem mais rústico que o meu.
Olho para o lado e vejo Antony sentado em um sofá ao lado da cama. Mesmo com o quarto escuro, consigo ver seus olhos em chamas me observando. Ele está com o terno aberto, e seu rosto parece cansado, como se não tivesse dormido a mais de uma semana.- Oi.- falo meio confusa.
Bonito se levanta do sofá sem falar, e se ajoelha no chão ao lado da cama, apoiando seus cotovelo no colchão.
- Me perdoa.- ele pega em minha mão, e coloca nos lábios.- me perdoa por favor.- diz angustiado e meu peito se aperta.- eu disse que nada aconteceria com você, estou devastado por tudo que aconteceu.- ele fala me olhando como um menino assustado, e meu corpo parece pegar fogo.
- Não foi sua culpa, está tudo bem.- tento tranquiliza-lo, mas ele balança a cabeça em negação.
- Foi sim Mel, eu deveria te proteger, eu deveria está do seu lado naquela boate, pra não deixar que nenhuma dessas merdas te atingisse.- ele abaixa a cabeça e fecha os olhos com força, ainda com a minha mão em sua boca.
- Está tudo bem, eles não me fizeram nada.- eu falo isso para conforta-lo, mas eu nunca mais vou esquecer o que aconteceu naqueles poucos minutos.
Era um medo que parecia que ia me rasgar, eu fiquei aterrorizada. Mesmo sem me apontar nenhuma arma, aquilo foi traumatizante. Não quero passar por isso nunca mais.
- Não fizeram nada? Só deles tirarem você de mim por um momento, foi o suficiente Mellany.- o olhar de Antony se tornou negro, e nem parecia ele nesse momento. Sua reação e como se ele podesse estrangular alguém com as próprias mãos.- ele vai pagar por fazer você passa por isso.- ele fala entre os dentes, com sua mandíbula tremendo.
- Quem? O que você vai fazer?.- pergunto assustada, e ele fecha os olhos com força outra vez, tentando controlar sua reação.
- Por favor, durma garota, não se preocupe mas com isso, eu vou resolver.- ele alisa meu rosto, e depois beija minha testa.- eu já volto.- ele fala saindo de perto de mim.
- Cadê as meninas? Onde eu estou?.- pergunto para ele, antes dele chegar na porta do quarto.
- Elas já estão no quarto delas, e você está no meu. Descanse.- ele fala, e sai do quarto.
Levanto a coberta percebendo que só estou usando calcinha e sutiã. Provavelmente ele tirou meu vestido, e me colocou pra dormi.
Minha cabeça dói quando tento pensar em tudo que aconteceu, e eu não consigo controlar a lágrima que escorre pelos meus olhos. Foi uma sensação horrível, e espero nunca mais sentir isso na minha vida.
VOCÊ ESTÁ LENDO
O Siciliano
AcciónMel é uma jovem, que sonha em construir um futuro brilhante. Ela tenta amargamente se recuperar de uma separação recente, e acaba conhecendo Antony no meio disso tudo. Antony é um filho de sicilianos, bilionário e sedutor. Antony, acaba virando a...