O Divórcio

1 0 0
                                    

Já do lado de fora da sala, nossos advogados recolhem nossas assinaturas, e eu faço o pedido da minha nova certidão de divórcio.
Nossa, quando que eu podia imaginar, que seria divorciada tão nova assim.

- Mel.- a voz do Bruno me causa um arrepio, mas não e como antes, e sim de aflição.

- Bruno, já conversamos tudo que tínhamos pra conversar, o elo que nos unia não nós uni mais, foi bom enquanto durou, na verdade, só foi bom enquanto eu estava cega, mas quando eu abri meus olhos, vi que tudo não passava de um contos de fadas que só existia na minha cabeça, te peço obrigada, pois eu cresci muito e amadureci muito com tudo isso, mas chega, acabou aqui.- eu falo virando de costas, mas ele segura meu braço, me mantendo no lugar.

- Você sempre vai ser a minha mulher, não vou desisti de você, nós vamos voltar, assim que você ver a burrada que está fazendo.- ele fala como se tivesse total razão do que está dizendo, e eu fico no ódi0.

- Você está louco se acha que isso vai funcionar, esse seu joguinho não cola mais comigo.- dou um sorrisinho para ele e puxo meu braço.- com licença, tem gente me esperando lá fora.- falo o encarando com uma raiva crescendo dentro de mim, e vou andando em direção a saída.

- Quem é que está te esperando Mel?.- ele grita atrás de mim, e eu vou andando mais de pressa.

Eu só quero sair o mais rápido possível dessa situação. O divórcio já foi concretizado, agora é só mudar os documentos e pronto, não tenho mais que ficar me encontrando com ele, então acabou, quanto mais rápido eu sair daqui, mais no passado fica essa história.
Chego na porta do prédio e começo a descer as escadas o mais rápido que consigo.
O carro do bonito continua no mesmo lugar. Eu queria sorri pela visão da minha salvação, mas o meu desespero e minha raiva não deixam quando percebo que o Bruno continua vindo atrás de mim.

- Mel, espera.- ele grita me seguindo.

Quando chego no último degrau da escada, eu quase corro em direção ao carro, e vejo a porta de trás se abrindo ao meu encontro.
O meu Bonito-sexy-tatuado surge, se erguendo bem em minha frente. Seu rosto parcialmente irritado, e preocupado me encara, depois ele olha seriamente para trás de mim, certamente para o Bruno ainda me seguindo.

- Mel?.- Bruno me chama quando percebe que estou indo direto para Antony.

- O que foi menina?.- Antony pergunta preocupado, segurando nos meus ombros, tentando controlar seu humor ácido.

- O que é isso Mel? Quem é esse cara?.- Bruno pergunta autoritário parando atrás de mim.

Eu olho dentro dos olhos de Antony, tentando controlar a minha raiva e desespero. Vejo que ele também está tentando se controlar, pois seus olhos pegam fogo.

- Isso não é mais da sua conta.- eu me viro feito um raio para encarar o Bruno.

- É claro que é da minha conta, você é a minha mulher!- ele grita em nossa direção.

- O que? Mulher? Se você não se lembra, nós acabamos de assinar o papel do divórcio, eu não sou a sua mulher a muito tempo, o que eu faço e deixo de fazer não te interessar mais.- rosno para ele, e o rosto dele fica completamente possuído.

- Você é minha.- Bruno rosna.

Bruno nunca precisou demostra ciúmes, até porque eu nunca dei motivos nem abertura para outro homem se aproximar de mim. Certamente, me vê tão a vontade com um cara como o Antony, fere completamente seu ego.
Vejo uma fúria em seu rosto que jamais havia visto antes. Tenho a sensação de que ele vai fazer alguma coisa, mas quando ele tenta dá um passo em minha direção, Antony automaticamente me puxa para trás dele, e fica enorme na frente do Bruno. Ele tampa toda a minha visão com o seu corpo musculoso, e eu tenho que chegar pro lado, para poder ver a cara de espanto do Bruno.

- Acho que você não entendeu ainda, mas talvez se eu te explicar, você entenda melhor.- a voz do Bonito sai alta e grave, mas ele não grita.- ela não quer contado nenhum com você.- eu não consigo ver os olhos do Antony agora, mas pelo tom da sua voz, provavelmente ele deve está lançando um olhar matador para o Bruno.

- Conversamos depois Melany.- mesmo sem me ver, Bruno avisa determinado, e vai em direção ao seu carro.

Eu solto a respiração que estava presa na minha garganta, e começo a respirar fundo. As lágrimas desce no meu rosto, e eu as limpo nervosamente.

- Você está bem?.- Antony me pergunta virando para mim, tentando disfarçar sua raiva, com uma cara séria.

Eu balanço minha cabeça, e quando me viro, vejo Allan em pé, do outro lado do carro, em frente a porta do motorista, olhando toda a situação atentamente.
Eu entro no carro, e o bonito senta do meu lado. Allan também entra, e da partida seguindo o fluxo de carros.

- Quero passar em casa pra pegar algumas coisas.- aviso encarando Antony.

Ele não diz nada e também não me encara. Bonito fica olhando para frente com os olhos pegando fogo, e vejo que sua raiva ainda não foi embora. Algo em sua mente trabalhava, o que não o deixava presta atenção em mim.

- Antony?.- toco seu joelho, e ele me encara sério.- tudo bem?.- pergunto olhando para o rosto dele.

Ele passa a mão pelos cabelos, e depois suspira fundo.

- Para a casa da Mellany primeiro Allan.- diz ele ainda sério e tenso.

- Ok senhor Berrutti.- diz todo formal, seguimos para a minha casa.

O SicilianoOnde histórias criam vida. Descubra agora